Os pais da estudante, amigos, familiares e integrantes dos movimentos feministas já estão no local para prestar as últimas homenagens
Amigos e familiares chegam para sepultamento da estudante morta pelo namorado. Foto: Fernanda Guerra/DP
O corpo da estudante de pedagogia Remís Carla da Costa, de 24 anos, foi liberado pelo Instituto Médico Legal (IML), na manhã deste domingo, e seguiu para o Cemitério Campo Santo São José, em Paulista (RMR), onde será velado e sepultado. Os pais da estudante, amigos, familiares e integrantes dos movimentos feministas já estão no local para prestar as últimas homenagens.
Uma das amigas que acompanhou Remís à delegacia, Jéssica Alves, 27, afirma que é revoltante a negligência da polícia desde o momento que ela foi denunciar a agressão, até o desenrolar das investigações: "Ela era militante do povo com ativismo na causa agrária, na questão da pedagogia".
Remís e Paulo César de Oliveira Silva, de 25 anos, estavam juntos há dois anos. Declarações de pessoas próximas ao casal indicam que o relacionamento era considerado abusivo, e que ele já havia ameaçado e agredido ela várias vezes.
"Ela era muito engajada. Lutava por uma educação transformada. Recentemente, ela me disse que estava acompanhando um aluno com autismo e que tinha descoberto um amor novo. Ela era uma pessoa maravilhosa, muito doce", afirmou a amiga, Maria Bernadete.
O corpo da estudante foi encontrado no sábado (23) em um terreno situado no bairro da Caxangá. A cerca de 400 metros do terreno onde o cadáver foi localizado, reside o namorado, o ajudante de pedreiro Paulo César de Oliveira Silva, de 25 anos, que confessou o assassinato.
*Com informações da repórter Fernanda Guerra
Namorado preso
O namorado da estudante Remís Carla, até então tido como principal suspeito de envolvimento no seu desaparecimento, foi preso pela Polícia Civil no final da tarde de sábado (23). O pedreiro Paulo César, 25, estava no município de Vicência, na Zona da Mata Norte, e foi transferido para o DHPP, no Recife, onde confessou a autoria do crime.
Entenda o caso
A estudante de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) estava desaparecida desde o domingo (17). Remís Carla, 24 anos, foi vista pela última vez no bairro da Caxangá, na Zona Oeste do Recife, após ter discutido com o namorado e sair da casa dele sem dar informações para onde iria.
Segundo a mãe da jovem, Rosinete Maria, ela e a filha moravam juntas em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR). Nos finais de semana, a moça costumava ir para a casa do namorado, no bairro da Caxangá. As informações que a família tem sobre a universitária até o momento do desaparecimento foram fornecidas pelo namorado de Remís. Ele afirmou que eles haviam discutido e, em seguida, ela saiu do local. De acordo com a família e amigos, o casal já havia morado juntos e que brigavam entre si frequentemente.
Na última quinta-feira (21), o reitor da UFPE, Anísio Brasileiro, enviou oficio à Polícia Civil solicitando a designação de um delegado especial para investigar o caso de desaparecimento da estudante. A PCPE negou o pedido, além disso, decidiu por impor sigilo nas investigações, privando o acesso da Imprensa a informações até a conclusão do inquérito.(DP).
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