quinta-feira, 20 de julho de 2017

Empresário alega que tiro em companheira foi acidental durante "jogos de amor", diz advogada


Ela foi até a Delegacia do Espinheiro para negociar a apresentação do suspeito de matar mulher no Rosarinho, que pode ocorrer a qualquer momento
Silvana Duarte, advogada do empresário Wilson Campos de Almeida Neto
Silvana Duarte, advogada do empresário Wilson Campos de Almeida NetoFoto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco
Suspeito de matar a ex-secretária e companheira Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37 anos, o empresário Wilson Campos de Almeida Neto alega que foi acidental o tiro que vitimou a mulher, na madrugada da última quarta-feira (19), em um apartamento do bairro do Rosarinho, na Zona Norte do Recife. Em conversa com a advogada, ele contou que estava abraçado com Gisely no momento do disparo, que teria ocorrido durante "jogos de amor" que eram realizados sob o efeito de álcool.

Silvana Duarte esteve na Delegacia do Espinheiro, onde o caso é investigado, para negociar com o delegado Breno Maia a apresentação espontânea do cliente, que pode ocorrer a qualquer momento. Ela levou a bolsa da vítima, que estava no banco traseiro do carro dele, e falou sobre a versão de Wilson sobre o que aconteceu.

"Ele tem lapsos de memória porque tem problemas de administração de ingestão de bebida alcoólica. Ele diz que consegue recordar que estava abraçado com ela e aconteceu o disparo que vitimou a moça, durante jogos de amor. Ele tem incidentes com alcoolismo, um problema que está sendo tratado, mas é uma coisa que colaborou para que o evento acontecesse de forma acidental. Mas ele jamais teve intenção alguma de matá-la. Inclusive porque eles mantinham um relacionamento amoroso, afetivo e de paz e harmonia", destacou a advogada, que classificando o que ocorreu após a comemoração dos 37 anos de Gisely como uma "tragédia pessoal".

A advogada confirmou que Wilson e Gisely moravam juntos há cerca de seis meses e que ele está separado da mulher com quem tem quatro filhos. Ela salientou que o cliente não poderá ser autuado em flagrante, já que irá se apresentar aos policiais e colaborar com as investigações. "A arma do crime já está devidamente embalada, isolada e guardada em local seguro e será apresentada junto com os projéteis e com a carga de munição na forma em que ela esteve na mão dele na última vez", disse.

Câmeras de segurança
As imagens da comemoração do aniversário de Gisely Kelly, que ocorreu em um bar no Recife, também deverão ser analisadas pelos investigadores, assim como os registros feitos por 32 câmeras de segurança do prédio do bairro do Rosarinho. Em uma análise preliminar, policiais que participam da investigação informaram que, na chegada do casal no prédio, o empresário caminhava normalmente, mas era visível, pelo modo de andar, que a vítima havia ingerido uma grande quantidade de bebida alcoólica. Ao sair do prédio o suspeito também caminhava normalmente, sem pressa ou dificuldades para caminhar.

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Coleção de Armas
O suspeito de atirar em Gisely foi indicado anteriormente por porte ilegal de arma por conta de um disparo efetuado na garagem deste mesmo prédio, em maio. O fato foi investigado pela Delegacia do Espinheiro e o inquérito remetido à Justiça. De acordo com Silvana Duarte, o empresário fazia coleção de armas e tinha autorização para portar o revólver calibre 38 usado no crime apenas na sede da sua empresa. "Ele tinha uma predileção por armas, fazia coleção inclusive de algumas espadas. Essa arma é registrada e autorizada. Ele tinha autorização da Polícia Federal apenas para portá-la no trabalho por questões de segurança na empresa. Porém, devido ao transporte de valores que ele fazia sempre sozinho, ele andou manuseando a arma e portando fora da empresa", justificou.

Perícias
Uma análise técnica feita por peritos do Grupo Especializado de Perícias em Homicídios do DHPP com luminol confirmou que o crime ocorreu no banheiro, já que não foram encontradas manchas de sangue em outros cômodos do apartamento. Durante as perícias preliminares, realizadas no local do assassinato, os especialistas encontraram a cápsula de calibre 38 ainda presa no cabelo de Gisely.

O ferimento, na cabeça da vítima, indicou que o tiro foi a queima-roupa, ou seja, efetuado a pouquíssimo espaço entre o revólver e a vítima. Também foram colhidas as impressões digitais da vítima e material genético para exame DNA. Além disso, foram solicitados exames para saber se houve violência sexual (sexológico), para atestar se ela fez uso de arma de fogo (residuográfico) e para colher material genético debaixo das unhas dela (Subungial).

Entenda o caso
Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37 anos, foi encontrada morta com um tiro na cabeça e sem roupa em um apartamento do quarto andar do Edifício Praça do Rosarinho Prince, no número 750 da Rua Amaro Coutinho. O principal suspeito do crime é o empresário Wilson Campos de Almeida Neto, dono de uma empresa de produtos de higiene, com quem a vítima mantinha um relacionamento amoroso. (Folhape).

Wilson Campos de Almeida Neto é apontado como suspeito do crimeFoto: Reprodução/FacebookWilson Campos de Almeida Neto é apontado como suspeito do crime



Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37, foi encontrada morta em apartamento no RosarinhoFoto: Reprodução/Facebook
Gisely Kelly Tavares dos Santos, 37, foi encontrada morta em apartamento no Rosarinho


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