O reajuste já foi autorizado pela Fazenda e agora será homologado
pelo MCTIC para entrar em vigor
Aumento é válido para cartas comerciais e não-comerciais, telegramas e cartões-postaisFoto: Arquivo Folha
Enviar cartas pelos Correios deve ficar até 7,48% mais caro. O reajuste
foi autorizado pelo Ministério da Fazenda em portaria publicada ontem no Diário
Oficial e agora só precisa ser homologado pelo Ministério da Ciência,
Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) para entrar em vigor. E isso não
deve demorar muito. É que, segundo o MCTIC, a portaria que vai aplicar o
aumento “deve sair o mais rápido possível”.
Procurada pela reportagem, a pasta disse ainda que normalmente segue o
teto indicado pela Fazenda. E este percentual, segundo os Correios, visa à
“recomposição dos custos repassados à estatal, como aumento dos preços dos
combustíveis, contratos de aluguel, transportes, vigilância, limpeza e salários
dos empregados”. Para isso, o reajuste baseia-se no Índice de Serviços Postais
(ISP), indicador aplicado aos serviços e às despesas da Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (ECT) a partir de índices como a inflação e a alta dos
transportes.
O aumento, no entanto, não se aplica aos segmentos de marketing direto e
encomendas (PAC e Sedex). É válido para cartas comerciais e não-comerciais,
telegramas e cartões-postais, tanto nacionais quanto internacionais. A tarifa
mínima das cartas não-comerciais, por exemplo, vai passar de R$ 1,15 para R$
1,23 caso o reajuste de 7,48% realmente entre em vigor. Já o preço dos
telegramas nacionais redigidos pela internet vai passar de R$ 7,07 para R$
7,60. Só a Carta Social, destinada aos beneficiários do programa Bolsa Família,
não vai ficar mais cara. Neste caso, a tarifa permanece em R$ 0,01.
Por nota, os Correios lembraram que o reajuste dos serviços postais é
anual. No ano passado, por exemplo, foi de 10,7% e entrou em vigor em junho,
uma semana depois de apontado pelo Ministério da Fazenda. Em 2015, a alta de
preços foi de 8,89% e entrou em vigor ainda mais rapidamente: apenas quatro
dias depois de autorizada pela Fazenda. Naquele ano, a presidência dos Correios
explicou que a medida visava amenizar o rombo da estatal, que na época estava
em R$ 1,3 bilhão.
Hoje, o déficit é ainda maior, chega perto dos R$ 2 bilhões. Os Correios
ainda não informaram quanto de receita deve ser gerado pelo reajuste deste ano,
mas preferiram não esperar o aumento para correr atrás do prejuízo. No início
do ano, por exemplo, foi aberto um Plano de Demissão Voluntária (PDV) que
pretende reduzir em R$ 800 milhões a folha de pagamento anual. A estatal ainda
decidiu fechar cerca de 250 agências para cortar custos e lançou um serviço de
telefonia móvel para buscar novas fontes de receitas ao longo de 2017.
(Folhape).
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