terça-feira, 28 de março de 2017

Profissionais do Mais Médicos estão sem salário desde fevereiro

São cerca de 700 profissionais, que receberiam cerca de R$ 12 mil cada um. Ministério da Saúde diz que houve problema no cadastramento e prometeu regularização em abril.

Programa do governo federal tem o objetivo de levar mais médicos para regiões onde há escassez ou ausência desses profissionais (Crédito: Karina Zambrana / ASCOM / Ministério da Saúde)
Programa do governo federal tem o objetivo de levar mais médicos para regiões onde há escassez ou ausência desses profissionais
Crédito: Karina Zambrana / ASCOM / Ministério da Saúde

Por Denise Ribeiro
Mais da metade dos profissionais contratados no último edital do Programa Mais Médicos está sem receber o salário de quase R$ 12 mil. Em fevereiro deste ano 1.302 médicos brasileiros começaram a trabalhar em mais de 600 localidades do país. Eles foram contratados justamente para substituir cubanos, o que é uma determinação do governo de Michel Temer. Porém, cerca de 700 profissionais brasileiros não receberam qualquer quantia até o momento.
Pedro Henrique Silveira decidiu participar do Mais Médicos no fim do ano passado. Ele deixou a família em Taubaté, no interior de São Paulo, para trabalhar em Ferraz de Vasconcelos: uma distância de aproximadamente de 120 quilômetros. Mas depois de trabalhar e não receber remuneração, o médico teve que deixar o programa:
"Eu não vou poder aguardar mais porque eu tenho compromissos que não me permitem ficar trabalhando sem receber e aguardando para receber futuramente. Eu estou tentando fazer alguns plantões em pronto socorro para ter alguma renda e ver o que vai acontecer. É uma situação extremamente desconfortável para mim e também para os munícipes. É uma população extremamente carente que precisa de assistência médica. Eu estou perdendo, mas a população está perdendo muito mais"
Todos os dias a rotina do médico Pedro Henrique se entendia para além do consultório. Antes de deixar o Mais Médicos ele tentou resolver o problema inúmeras vezes: mandou emails, telefonou, pediu ajuda para a coordenadora. Nada disso deu certo e a cada dia as informações estavam mais desencontradas. 
O médico foi informado que faltavam dados pessoais, que o sistema estava com problema e que o salário seria repassado somente em maio. Diante disso, não deu mais para esperar.
Para o presidente da Associação Brasileira de Municípios, Eduardo Tadeu Pereira, a situação é preocupante:
"Sem o Mais médicos muitos municípios não tinham capacidade de fazer o atendimento a atenção básica a saúde. Com o mais médicos os municípios viabilizaram esse atendimento. O município perder os médicos do Mais Médicos significa desatender uma população que estava sendo atendida. Então é realmente é muito preocupante. É desesperador"
Mesmo sem pagar os profissionais em dia, o governo Temer quer priorizar a participação de brasileiros no Mais Médicos. Para os próximos três anos a meta é substituir 4 mil cubanos.
Em nota, o Ministério da Saúde alegou que houve erro no preenchimento dos dados cadastrais dos 700 médicos e disse que os pagamentos dos salários com retroativo serão feitos, provavelmente, no próximo dia 5. O Ministério não soube dizer, no entanto, quantos médicos deixaram o programa por causa da falta de pagamento nem se houve algum erro no sistema do Mais Médicos.(g1/cnb).


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