Todos os ativos vendidos
pela nova direção da Petrobras, comandada por Pedro Parente, somam até agora R$
13,6 bilhões, segundo dados da própria estatal.
As operações, que
incluem campos do pré-sal em início do processo de produção, são parte do plano
de parcerias e desinvestimentos 2015-2016, apresentado pela empresa, e que
"prevê a otimização do portfólio de negócios", de acordo com a
companhia.
Em documento elaborado
no fim do ano, e assinado pelo economista do Dieese (Departamento Intersindical
de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos) na subseção da FUP (Federação Única
dos Petroleiros) Cloviomar Cararine Pereira, a entidade avalia que a política
de venda de ativos "não está levando em conta o longo prazo".
"No caso do setor de óleo e gás, como os investimentos e os retornos são
longos, não faz sentido abrir mão dos desafios de longo prazo", diz trecho
da análise sobre os efeitos dessa política.
O documento traz crítica
também à estratégia da empresa de "reavaliar os valores de seus ativos,
rebaixando-os (via impairment), para atrair compradores externos, vendê-los com
valores abaixo do preço ideal e ainda apresentar um certo ganho".
"Nos últimos anos,
as condições para as vendas de ativos no setor de óleo e gás tornam-se muito
difíceis, seja pela redução dos investimentos que todas as petroleiras estão
fazendo, ou pela aversão aos riscos destas empresas neste momento de baixa no
preço do barril. Assim, não é hora de vender ativos no setor de óleo e
gás", avalia a FUP.
A Federação faz uma
análise também em relação aos efeitos dessas medidas na sociedade: "Perdem
os brasileiros quando a Petrobrás toma a iniciativa de sair de algum setor da
economia. O que acontece logo após essa saída é aumento nos preços dos produtos
e possibilidade de desabastecimento. O caso do gás de cozinha é emblemático e
há grande possibilidade de acontecer. O Grupo Ultra, comprador da Liquigás,
ficará agora com 50% do mercado de gás de cozinha no país, concentrando as
decisões nesse grupo".
O 247 questionou a Petrobras sobre detalhes no processo de
vendas dos ativos, como a forma que foi feita a avaliação de cada ativo, quais
bancos de investimento participaram de cada uma das avaliações e se houve
disputa pelos ativos ou se a companhia buscou apenas um comprador. A estatal
respondeu que as informações sobre os fechamentos das vendas estão disponíveis
nos fatos relevantes no site de Relacionamento
com Investidores, mantido pela empresa, mas o 247 não localizou esses
dados.
Confira abaixo o gráfico da Petrobras com a venda dos ativos e aqui o
documento da FUP.(247).
Blog do BILL NOTICIAS