O tão esperado
depoimento do empresário Marcelo Odebrecht ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
sobre as doações de campanha da empresa que comandava também atinge o senador
mineiro Aécio Neves (PSDB). As revelações sobre o tucano, no entanto, não
repercutem na imprensa que que apoiou o golpe nem mobilizam as autoridades
judiciais do mesmo modo quando se trata de um petista delatado ou acusado.
Sobre os repasses a Aécio, Marcelo Odebrecht disse que o tucano
pediu R$ 15 milhões no fim do primeiro turno das eleições. O executivo informou
que não poderia fazer o repasse. Aécio, então, sugeriu que os R$ 15 milhões
fossem repassados a aliados. Odebrecht disse, no depoimento, que concordou e
que o pagamento foi acertado entre o delator Sérgio Neves, ex-diretor da
Odebrecht, e o empresário Osvaldo Borges, apontado como operador de Aécio.
Em seu blog, o jornalista
Kennedy Alencar analisou o andamento da Lava Jato e como o vazamento
seletivo das delações e depoimentos prejudicam o País e são tratados de forma
diferente, dependendo do personagem envolvido. "Ora, é preciso acelerar
essas investigações. Mas o que se vê é celeridade em relação a petistas e
demora no que se refere a tucanos", diz.
"Repetindo de novo: ótimo que a Lava Jato combata a
corrupção. Mas não pode investigar assim, vazando depoimentos que o
procurador-geral da República e que o ministro relator do caso no Supremo
Tribunal Federal, Edson Fachin, querem que fiquem em segredo. Já passou da hora
de tornar públicas as delações da Odebrecht. Esse sigilo só tem feito mal ao
país e bem aos que manipulam os vazamentos", afirma Kennedy.
"Se entrou em projetos obrigado, entrou pela expectativa de
retorno. A Odebrecht cresceu muito no período em que Marcelo Odebrecht a
comandou. Posar de vítima enquanto atuava como corruptor é querer fazer o país
inteiro de bobo e tentar suavizar a sua situação", conclui Kennedy. (247).
Blog do BILL NOTICIAS