Onze mulheres deram à luz na Maternidade
São José, em Goiânia-GO, no dia 16 de agosto. Devido à negligência do
hospital, duas dessas mães deixaram o local com as crianças erradas. Os
bebês, trocados na sala de parto, foram entregues aos pais biológicos
somente nesta semana, quase dois meses depois do parto.
As filhas de Eucivânia Angélica e
Alessandra Fernandez nasceram praticamente no mesmo horário e dividiram o
mesmo quarto. Uma das enfermeiras que acompanhava as mulheres viu na
hora de colocar a pulseira no braço das crianças, que ambas possuíam o
nome de apenas uma mãe. Sem imaginar a confusão que poderia causar,
nomeou, aletoriamente, uma delas com o nome da outra mãe que estava no
quarto e trocou os bebês.
Segundo a delegada Renata Vieira, da
Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, o caso só foi
descoberto porque o avô de uma das crianças solicitou exame de DNA. Com
medo do seu filho não ser pai do bebê, ele obrigou Eucivânia a realizar o
teste. Quando o resultado saiu, veio a surpresa. Nem o pai, nem a mãe,
foram considerados pais biológicos. O teste foi repetido por três vezes e
em todas deu negativo. Desesperada, a mãe procurou o hospital, mas não
recebeu nenhuma informação do que poderia ter acontecido. Eucivânia,
então, decidiu acionar a polícia.
“Quando nos procurou, na última semana,
Eucivânia disse lembrar-se de ter sido chamada por outro nome no
hospital”, explica a delegada. Com base no horário do parto, eles
chegaram ao nome de Alessandra Fernandez, que realizou exame de DNA –
pago pelo hospital -, e só então descobriu não ser mãe do bebê que
estava com ela havia dois meses. O encontro entre as duas mulheres
aconteceu nesta quando puderam, finalmente, segurar as próprias filhas:
Ana Clara e Ana Vitória.
Questionada pela reportagem se este não
seria um caso de negligência, a delegada explicou que o hospital pode
responder apenas por danos morais e que as famílias de Eucivânia e
Alessandra devem abrir um processo. “O crime de substituição de
recém-nascidos é doloso, ou seja, não houve intenção de prejudicar as
mães, apesar de tudo”, afirma. A enfermeira envolvida na troca também
poderá ser processada, mas somente na esfera civil. As informações são
do Estado de Minas.
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