Presidente do STF ressalta avanços econômicos, mas alerta para desigualdade e crise educacional em declarações feitas no Fórum Esfera, em Roma
Em sua participação no Fórum Esfera, em Roma, neste sábado, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, destacou o cenário econômico positivo do Brasil, afirmando que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá pelo segundo ano consecutivo acima das expectativas e que o desemprego atingiu o menor nível desde 2014. Ele também ressaltou a importância da reforma tributária: “A reforma tributária trará grandes oportunidades de crescimento. Isso contribuiu para reduzir muito a temperatura política, o que faz bem ao Brasil”.
Barroso celebrou a retomada da civilidade no país, mas não deixou de apontar desafios persistentes. “Estamos comemorando 36 anos da Constituição. Mas não podemos fechar os olhos para problemas como a pobreza, a fome e a desigualdade. Temos um país em que 63% da riqueza está concentrada em 1% da população”, alertou.
O ministro também destacou o problema histórico de patrimonialismo, com a apropriação do público pelo privado, e ressaltou a gravidade da crise educacional. Segundo Barroso, o déficit na educação gera trabalhadores menos produtivos e elites despreparadas, impactando diretamente no baixo crescimento econômico do país, que, nas últimas décadas, manteve uma média de apenas 2% ao ano. “Isso é insuficiente para reduzir a desigualdade”, pontuou.
Em relação à segurança pública, Barroso foi incisivo ao descrever a situação como uma “guerra”, alertando para a infiltração do crime organizado nas instituições e na Amazônia. Apesar dos problemas, o ministro concluiu com uma visão otimista: “O Brasil ainda é uma das grandes oportunidades do mundo, em razão de sua biodiversidade e de seu papel na transição energética. Temos um futuro lindo pela frente”. - 247.
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