quinta-feira, 13 de julho de 2023

MPF entra com ação contra imposição de 'padrão estético' em escolas militares

Ministério Público Federal busca proibir que colégios militares interfiram em aspectos pessoais dos alunos baseados em cultura militar


Um dia após o anúncio do governo Lula sobre o fim do Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), o Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública com o objetivo de proibir que colégios militares e cívico-militares imponham "padrões estéticos e de comportamento baseados na cultura militar", destaca o Uol.

A ação tem como objetivo impedir que essas escolas interfiram em decisões estritamente pessoais dos alunos, sem qualquer relação com a melhoria do ensino, como cabelos, unhas, maquiagem, tatuagem e forma de se vestir, conforme divulgado pelo MPF em nota. Além disso, a Procuradoria solicita que essas instituições se abstenham de punir os alunos devido à sua apresentação pessoal. A ação foi protocolada na Justiça Federal do Acre e possui efeitos nacionais.

De acordo com o MPF, impor um padrão estético uniforme aos alunos, como o tipo de corte de cabelo, roupas, maquiagem e outros adornos, tem um impacto negativo desproporcional em indivíduos pertencentes a grupos minoritários e revela uma discriminação injustificável.

Os colégios militares exigem que "cabelos volumosos sejam usados curtos ou presos". Já os cabelos curtos podem ser soltos, o que o MPF considera um "racismo institucional" contra pessoas negras com cabelos crespos e cacheados. Segundo o MPF, valorizar o cabelo afro é uma expressão de luta e faz parte da redefinição da identidade negra.

Além das restrições estéticas, as instituições proíbem comportamentos como "mexer-se excessivamente" ou "ler jornais contra a moral e os bons costumes", conforme descreve a Procuradoria, ressaltando que tais limitações seguem uma visão limitada da realidade, sem comprovação de vantagens na experiência de aprendizado. - 247.


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