sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Euforia com governo Lula é cada vez maior: bolsa dispara e dólar derrete

No domingo, dia do segundo turno da eleição presidencial, o dólar estava cotado a R$ 5,29. Nesta sexta-feira, a moeda oscila próximo a R$ 5

(Foto: Reprodução | Reuters)


Cinco dias após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o mercado segue reagindo positivamente à volta do presidente ao poder, com a bolsa brasileira disparando e o dólar derretendo. No domingo (30), dia do segundo turno da eleição presidencial, o dólar estava cotado a R$ 5,29. Nesta sexta-feira (4), a moeda oscila próximo a R$ 5.

Ouvido pelo portal Infomoney, o analista da Nova Futura Investimentos Alex Martins afirma que “Lula é muito bem visto pelos investidores estrangeiros em termos de articulação política. Ele já disse, também, que fará um governo não só para o PT, mas para todos os partidos".

Ainda segundo Martins, Lula representa um governo sem crises entre Poderes. “Quando há atrito entre poderes, o investidor estrangeiro se mantém distante, porque tem dificuldades em analisar o investimento. No governo Bolsonaro, era mais difícil prever essa relação. Quando a gente tem expectativa de que esses riscos vão diminuir, isso também se inverte. Havia muito investimento represado por conta dos ruídos”.

Gestor da TAG Investimentos, Dan Kawa afirma que investidores internacionais temiam uma ruptua institucional no Brasil sob o governo Jair Bolsonaro (PL). “Me surpreendi com a movimentação do real. A explicação parcial que vejo para ela é que podia ter gente usando o câmbio para o hedge de catástrofe. Existia um medo, principalmente pelos estrangeiros, de que o Bolsonaro poderia não aceitar o resultado das eleições, não entregar o cargo. Tanto políticos locais quanto internacionais sinalizaram que não há espaço para isso”.

Sócio e gestor da Novus Capital, Luiz Eduardo Portella diz ainda que "o investidor estrangeiro sempre mostrou preferência pelo Lula em termos ambientais e de comércio exterior".

Sócio da Wagner Investimentos, José Raymundo de Faria Júnior diz que, com Lula, a incerteza política recua, o que faz com que o real se valorize. "Acho que é cedo para falar em quedas mais fortes. Temos, agora, um período de remessas e de pagamentos de dividendos, mas é mais fácil ficarmos próximos a R$ 5 do que de R$ 5,50. Para cair de cinco de forma sustentada, porém, há uma série de fatores há serem cumpridos. Há espaço para isso, o estrangeiro gosta do Lula, mas há algumas condições a serem cumpridas, como equipe econômica e movimentações do Fed”.


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