terça-feira, 19 de janeiro de 2021

Governo Bolsonaro admite que ataques à China estão travando chegada de insumos para vacina ao Brasil

Integrantes da equipe econômica e do Ministério da Saúde afirmaram que "incidentes diplomáticos" atrasaram a chegada dos insumos para a produção da vacina de Oxford comprados da China. Ernesto Araújo, depois de todos os ataques, agora tem mantido contato diário com o seu correspondente chinês.

(Foto: ABr | Reuters)


Membros do alto escalão do governo Jair Bolsonaro admitem que a relação conturbada do País com a China tem impedido a importação de insumos para a produção das vacinas contra o coronavírus. O receio é o de que não chegue ao Brasil o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), princípio ativo da CoronaVac, vacina produzida pelo Instituto Butantan (SP) em parceria com  o laboratório chinês Sinovac. De acordo com integrantes do governo, a ordem agora é para uma reaproximação com o governo chinês. Até o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, tem mantido contato diário com o seu correspondente chinês. A informação foi publicada pela CNN Brasil

Submisso ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Bolsonaro atacou a China em várias ocasiões. Um dos ataques aconteceu em outubro, quando ele disse que o governo não compraria vacina da país asiático. "Alerto que não compraremos vacina da China", disse. 

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou uma audiência de urgência com o embaixador da China, Yang Wanming, para falar sobre o atraso no envio de insumos para a fabricação de vacinas no Brasil.

Integrantes da equipe econômica e do Ministério da Saúde, comandado pelo general Eduardo Pazuello, afirmaram que "incidentes diplomáticos" atrasaram a chegada dos insumos para a produção da vacina de Oxford comprados da China.

De acordo com auxiliares do ministro da Economia, Paulo Guedes, o dosincidentes foi o ataque do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) ao embaixador da China em Brasília, Yang Wanming, em novembro do ano passado. Na época, o parlamentar disse que o governo brasileiro declarou apoio a uma "aliança global para um 5G seguro, sem espionagem da China".

Em nota, a embaixada chinesa no Brasil classificou a postagem do parlamentar como "totalmente inaceitável para o lado chinês e manifestamos forte insatisfação e veemente repúdio a esse comportamento". "A parte chinesa já fez gestão formal ao lado brasileiro pelos canais diplomáticos", acrescentou a embaixada chinesa.

Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking global de casos de coronavírus (8,5 milhões), atrás de Índia (10,5 milhões) e Estados Unidos (24,6 milhões). O governo brasileiro também registra a segunda maior quantidade de mortes (210 mil) provocadas pela pandemia. Os EUA têm o maior número de óbitos (408 mil). 

bolsonarismo-crise-diplomatica-china-atraso-vacina
Eduardo Bolsonaro apagou postagem em que resolveu atacar a China. Foto: Reprodução (Twitter)


Maioria dos americanos desaprova gestão de Trump na economia, diz pesquisa

  Pesquisa da CBS News mostra queda de quatro pontos nos índices de apoio às políticas econômicas do ex-presidente Presidente dos EUA, Donal...