Marcha das Vadias 2018Foto: Thaís
Lima/Divulgação
Na
semana passada Brasília foi ocupada por duas grandes manifestações de mulheres:
a 1ª Marcha das Indígenas e a 6ª Marcha das Margaridas. Construídas a partir de
um processo de debates e fortalecimento de alianças, culminaram na capital
federal em dois momentos de extrema beleza e força política.
Nesta
semana as mulheres seguirão em marcha. Defendem que, diante do atual contexto
brasileiro, as manifestações não podem parar, sejam elas de quais dimensões
forem. Suas vozes e instrumentos serão insistentes! Por isso em Recife o
Coletivo das Vadias e a Rede Nacional de Feministas Antiproibicionistas, a
RENFA, convidam para a 9ª Marcha das Vadias, com o lema “Dias
Mulheres Virão”. A concentração será na Praça Oswaldo Cruz, no bairro da
Soledade, centro da capital pernambucana. A Marcha vai se somar à Amazonia
na Rua, que tem concentração marcada para as 14 horas na Rua da Aurora,
também no centro do Recife. A Amazonia na Rua já está
acontecendo e segue somando adesão por diversas cidades do país e mundo afora.
Confira data e local da sua cidade.
O Coletivo das Vadias nos relembra o histórico da Marcha das
Vadias. “Criada em 2011, no Canadá, após uma série de estupros que ocorreram na
Universidade de Toronto, surgiu como uma reação, organizada por universitárias
canadenses que passaram a protestar contra a culpabilização das vítimas. A gota
d’água para essa reação das mulheres foi a fala de uma autoridade policial
canadense, que em palestra afirmou, “se as mulheres não se vestissem como
vadias os estupros não aconteceriam”. Ou seja, para eles, a forma de impedir
que as violências ocorressem estaria sob a responsabilidade das mulheres, uma
vez que elas “vestidas como vadias provocavam os homens e os incentivavam à
estuprá-las”. A partir desse momento, uma série de protestos tomaram os quatro
cantos do mundo, variando em proporções e motivações, mas tendo em comum um
mote principal: o combate à cultura do estupro e a não culpabilização das
vítimas de violência sexual”. Desde 2011 Recife é uma das cidades aonde ela acontece.
E, você sabe por que vadias?
“Vadia,
puta, mulher que não merece respeito, corpo que pode ser violado, maltratado,
morto. Essa foi, desde o princípio, a proposta: se apropriar de uma nomeação
violenta imposta pela sociedade para nos deslegitimar e ressignificar, afirmar
que, se ser vadia é não se enquadrar nos papéis sociais, sim, somos vadias e a
sociedade vai ter que nos respeitar. A mulher de saia curta, com os seios à
mostra ou mesmo bêbada na rua não pode ser violentada e muito menos culpabilizada
pelas violências sofridas; por estar, supostamente, se colocando em situação de
perigo ou vulnerabilidade ao andar de saia curta ou voltar tarde para casa”.
Nestes anos de existência as pautas foram se ampliando e o movimento crescendo
em adesão. A luta contra a violência segue sendo uma das pautas principais.
Este ano, na
concentração, as organizadoras estarão recolhendo produtos de higiene, beleza e
roupas para mulheres da Colônia Penal Feminina do Recife
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