"Em nenhum lugar do mundo, um presidente saiu de um segundo mandato com 83% de aprovação, por vezes, no máximo 50% pode ser. E quando acontece de um presidente apresentar ter esse percentual, devemos resguardá-lo", diz o francês Michel Garambois em referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O europeu, aposentado da Administração Pública do Ministério de Educação da França e morador de Lyon, desembarcou no Brasil no último dia 11 de abril. Mas, no dia anterior, ainda na França, fez questão de enviar uma carta de apoio e solidariedade ao presidente Luiz Inácio Lula que, também para ele, é um preso político.
"Imagine ser condenado a 12 anos de prisão? Na França, a pena de 12 anos é aplicada a um criminoso comum, um pedófilo ou um assassino. É inadmissível essa pena a Lula", disse o francês em referência a pena aplicada pelo Tribunal Federal Regional da 4ª Região (TRF4), que aumentou a pena sentenciada pelo juiz Sérgio Moro, 13.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, de nove anos e meio, e acelerou o processo sem provas de crime e o cumprimento como nunca antes havia acontecido no país.
Garambois pesquisou sobre Lula e diz que obteve respostas surpreendentes, entre elas, o fato de que, em dois mandatos, o ex-presidente colocou o Brasil no ranking dos 10 mais importantes países do mundo. "Ele falou com Obama [Barack - presidente dos Estados Unidos de 2009 a 2017], Vladimir Putin [ atual presidente da Rússia], ou seja, falou com os grandes dirigentes do mundo", diz o francês sobre a pesquisa que fez.
Quanto à prisão política de Lula, que está isolado, sem poder receber visitas de amigos e autoridades, como o Prêmio Nobel da Paz, Adolfo Perez Esquivel, desde o dia 7 de abril, Garambois diz que, como cidadão francês, não pode imaginar que se coloque um ex-presidente na prisão.
"Na história da França houve três presidentes que foram acusados, como Valéry Giscard d'Estaing [de 1974 a 1981], Jacques René Chirac [presidente da França, de 1995 a 2007], Nicolas Sarkozy [entre 2007 e 2012], que foram diante do juiz para depor e foram responsabilizados”, lembra o francês, que acrescenta:. “Embora tivessem culpa, nenhum deles nunca foi um dia à prisão. Nunca algum presidente francês foi preso. No caso de Valéry Giscard d'Estaing, por exemplo, um presidente da África deu a ele diamantes e foi comprovada sua culpabilidade, mas nunca foi à prisão. Seria uma vergonha para a França prender um ex presidente", afirma.
Garambois finaliza com uma mensagem aos brasileiros. "Parar de perder tempo e recolocar Lula no cenário mundial. Lula é o único líder popular vivo do mundo. Enquanto presidente, Lula levou o Brasil ao 7º lugar da economia mundial. Portanto, ele ainda é capaz. Não entendo porque o Brasil perde tempo com a prisão de Lula. É catastrófico", conclui o francês que está hospedado na casa de uma amiga em Londrina e foi a Curitiba participar dos atos de 1º de Maio e pretende ficar na capital do Paraná até a liberdade de Lula.(247).
*Com informações da CUT
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