terça-feira, 28 de novembro de 2017

Conjunção de fatores agravou lesões de vítimas



Alta velocidade e o fato de colisão ter ocorrido na lateral do veículo
elevou potenciais de traumas
Acidente ocorreu no cruzamento da rua Cônego Barata com a Estrada do Arraial
Acidente ocorreu no cruzamento da rua Cônego Barata com a Estrada do ArraialFoto: Rafael Furtado/Folha de Pernambuco




Lesões como as sofridas pelas vítimas do acidente no bairro da Tamarineira, Zona Norte do Recife, no último domingo (26), podem ser comparadas às provocadas pela queda de um prédio de 14 andares, ainda que guardadas as diferenças entre os casos, como a presença da carroceria ao redor dos ocupantes do veículo como superfície de proteção.
A violência do impacto pode ter sido agravada por três fatores: a alta velocidade - estima-se que mais de 100 km/h -, o fato de o carro que provocou a batida ser do tipo sedan, considerado mais pesado, e de o outro automóvel ter sido atingido na lateral, normalmente, a área mais vulnerável a colisões.
"Quando pensamos em impacto, pensamos em energia. Na hora que você tem um impacto como aquele, começa como uma onda e se alastra pelos tecidos, gerando fraturas múltiplas. O cinto de segurança tem uma proteção de boa qualidade para um impacto de até 60 km/h. Quando passa disso, o efeito de desaceleração brusca gera situações como o cérebro batendo [nas paredes internas] na cabeça, lacerações no fígado e outros danos. É algo suficiente para comprometer muita coisa lá dentro [do corpo]", explica o ortopedista e cirurgião de coluna Rodrigo Castro.
Carros do modelo Ford Fusion, ano 2009, como o que causou o acidente, pesam 1,52 tonelada e têm quase cinco metros de comprimento. Para se ter ideia, um subcompacto popular pesa bem menos, entre 700 e 900 quilos. "O que prejudicou ainda mais foi porque o carro, pelo que foi informado ao longo do dia, era blindado. Ou seja, ele bateu com uma massa muito maior, e bateu lateralmente, que é onde a maioria dos veículos não tem a proteção ideal, de acordo com os testes de impacto que costumam ser feitos", completa Castro.
Até agora, a velocidade da colisão não foi determinada, segundo a Polícia Civil. A estimativa de que tenha sido maior que 100 km/h vem sendo divulgada com base em relatos de testemunhas. "Num caso como esse, o perito precisa fazer o cálculo da velocidade com base nas imagens de câmeras e nas avarias que ele viu lá", detalha o presidente da Associação de Polícia Científica de Pernambuco (Apoc-PE), Enock Santos.

As chances de sobrevivência e eventuais sequelas após um acidente como esse podem ser determinadas pelos médicos a partir da escala ISS, que vai de um a seis e determina quão severos são os traumas sofridos pelos pacientes. "Somamos de acordo com as pontuações das partes do corpo que foram acometidas. Isso pode indicar uma lesão cerebral, a necessidade da amputação de uma perna. No acidente aéreo da Chapecoense, por exemplo, houve sobreviventes. Então, depende muito de onde houve o trauma", explica Rodrigo Castro.(Folhape).


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