Michel Temer e seus asseclas permanecem no poder e, provavelmente, permanecerão até dezembro de 2018. É explícito que o consórcio golpista e entreguista não se importa com o preço para comprar apoios dos parlamentares. É só dizer o preço e eles pagam com emendas, portarias, leis, vendas de estatais, aumento no preço de serviços e perda de direitos.
Temer e seus asseclas apostam em três linhas de ação para seguir até 2018: 1) uma coalizão parlamentar para aprovar a reforma da Previdência; 2) no plano econômico, aumentar a arrecadação; 3) articulação política para consolidar a coalizão a fim de atuar de forma unitária nas eleições de 2018, tanto na disputa presidencial quanto nas composições regionais. Tudo isso visa com que tamanho Temer chegará em 2018 e ver que candidato apoiar.
A aventura do impeachment - o golpe por dentro - abriu um vácuo político muito amplo. Restou a terra arrasada, um país saqueado de forma indiscriminada, com as instituições sem condições de funcionarem e agirem política e institucionalmente. O Supremo Tribunal Federal (STF), por exemplo, está sem comando. Não tem unidade e nem grandeza para cumprir seu papel de guardião da Constituição. A ideia de colegiado foi para o saco, pois os Ministros praticam voos solos todos os dias. E o pior: cada um numa posição. A grande mídia corporativa perdeu completamente o rumo. Se deixaram pautar pela Lava Jato, que por sua vez, faz da perseguição a Lula algo a cada dia mais escandaloso e que hoje é questionada pelos conglomerados de comunicação mais alinhados ao golpe.
A direita não tem um projeto claro. Ao contrário, têm uma negação de projeto. Seu objetivo central é o de impedir que voltemos aos tempos da última década: um Brasil democrático, soberano e que combate a miséria e as desigualdades com crescimento econômico. Por isso tentam impedir Lula de disputar o pleito de 2018. A direita surfa na onda do Estado de exceção, da ditadura de toga. Oportunista, a direita sabe que só tem capacidade a partir da negação e da criminalização da política para varrer o centro democrático e a esquerda.
O que fazer?
Mesmo sem consenso no campo democrático-popular, vai se desenhando a ideia de que a saída dessa crise passa pelas eleições de 2018. As caravanas de Lula pelo Brasil apontam para nesse caminho, da necessidade do povo se pronunciar sobre essa agenda de retrocessos, essa vendeta neoliberal que nos foi imposta.
Temos de nos debruçar sobre a construção de um projeto estratégico, democrático e popular que aponte o país para a retomada do crescimento econômico, para a redução das desigualdades e, sobretudo, no aprofundamento da democracia, do resgate do Estado democrático de direito e das garantias fundamentais.
A partir daí, é trabalharmos para vencermos as eleições, retomar a presidência e o governo central, revogando imediatamente, através de um referendo, todo entulho autoritário e entreguista perpetrado pelo consórcio golpista. Pra isso, é necessário a clareza de que fazer alianças heterodoxas será necessário e decisivo.(247).
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