A Polícia Federal suspeita que o coronel aposentado João Baptista Lima Filho, amigo de Michel Temer, seja o verdadeiro dono da offshore Langley Trade Co S.A, com sede em Montevidéu, no Uruguai.
Em relatório enviado ao Supremo Tribunal Federal, a PF aponta que a offshore faria parte do mesmo esquema denunciado na Operação Castelhana, deflagrada em 2006. A investigação desmantelou uma quadrilha especializada em ocultar o vínculo entre empresas e seus verdadeiros donos, usando laranjas e empresas de fachada.
O documento foi enviado ao STF em 20 de julho, mas divulgado apenas nesta segunda-feira 4. Ele traz detalhes de valores e outras informações encontrados na busca e apreensão feita em maio em um apartamento no bairro de Santo Amaro, em São Paulo, durante a deflagração da Operação Patmos, da qual o coronel é alvo.
Entre os documentos, havia vários referentes à offshore Langley. Segundo a PF, “montantes explosivos” foram contabilizados próximo à data do cumprimento do mandato. No mês anterior, havia disponível, em contas-correntes e aplicações, R$ 23,66 milhões, pertencentes a Lima e Filho e suas empresas.
O coronel foi citado recentemente em delação premiada da JBS. Um ex-executivo do grupo afirmou que Lima Filho foi o destinatário de R$ 1 milhão em dinheiro a mando de Temer. O montante era parte de propina repassada pela empresa para a campanha do peemedebista.
Outra empresa alvo da Operação Patmos, que tem o coronel como dono, é a Argeplan. Esta operação foi a que trouxe à tona os áudios do senador Aécio Neves (PSDB-MG), pedindo R$ 2 milhões em propina ao empresário Joesley Batista, e prendeu o deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer, por ter recebido uma mala com R$ 500 mil, que os investigadores acreditam que seria destinada a Temer.(247).
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