A novidade é que o Google alterou as diretrizes dadas aos avaliadores -distribuídos pelo mundo- para que identificassem informações falsas.
Executivo da Google fala sobre jornalismo e internetFoto: Josh Edelson/AFP
Na terceira
ação em seis meses contra a proliferação de notícias falsas em suas
plataformas, o Google anunciou nesta terça-feira (25) mudanças no algoritmo de
busca para destacar "páginas com mais autoridade" e rebaixar
"conteúdo de pouca qualidade".
É o principal
serviço do Google, que domina 90% das buscas mundiais. O algoritmo -conjunto de
regras e operações para chegar a um resultado- passou por melhoria nos
"métodos de avaliação" para responder expressamente ao "fenômeno
das 'fake news'".
À reportagem, o
vice-presidente mundial de Engenharia do Google, Ben Gomes, explicou que a
mudança do algoritmo foi feita por tentativa e erro, com base nas respostas de
10 mil avaliadores contratados para acompanhar a qualidade dos resultados.
É o processo de
atualização constante do algoritmo, que em 2016, por exemplo, levou a 600
mudanças. Desta vez, a novidade é que o Google alterou as diretrizes dadas aos
avaliadores -distribuídos pelo mundo- para que identificassem informações
falsas.
"Nós estávamos
vendo problemas com conteúdo enganoso e incorreto, ou de ódio, então
adicionamos às diretrizes, para os nossos avaliadores prestarem atenção e
apontarem as páginas que viam como de baixa qualidade", diz Gomes.
"Isso significa
que, quando o algoritmo passa por uma modificação, se essas páginas forem
rebaixadas nos resultados de busca, ele será considerado melhor pelos
avaliadores. É um processo por amostragem."
Gomes acrescenta
que "isso não quer dizer que tudo [conteúdo falso] vai desaparecer, mas
significa que o Google vai se manter na dianteira desse jogo", lembrando
que desde o surgimento do serviço de busca existem "pessoas tentando
enganar os sistemas".
Paralelamente, o
Google anunciou nesta terça a ampliação das avaliações diretas dos usuários
sobre as ferramentas de autocompletar (o preenchimento automático da frase de
busca iniciada pelo usuário) e de trechos (o destaque de uma página explicativa
no alto da busca).
Essas respostas
obtidas diretamente junto aos usuários não serão usadas para alterar de
imediato as buscas, mas para alimentar eventuais mudanças futuras no algoritmo.
Em outubro, o
Google fez seu primeiro movimento contra notícias falsas, alterando a
plataforma de publicidade AdSense para evitar repasse de dinheiro a sites
identificados como enganosos. Depois, acrescentou serviços de checagem de
informação às plataformas de notícias e de busca. (Folhape).
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