Denominação foi escolhida em congresso realizado no Uruguai e é homenagem ao município onde está instalado
o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI)
Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI)Foto: Divulgação/ON
O pequeno
município de Itacuruba, no Sertão de Pernambuco, é agora nome de um asteroide.
A denominação foi aprovada nessa quinta-feira (13) durante o congresso
científico “Asteroids, Comets, Meteors - ACM”, que termina nesta sexta em
Montevidéu (Uruguai). O nome - o primeiro de uma cidade sertaneja dado um corpo
celeste - é agora o do até então denominado asteroide 10468, descoberto em 1981.
A escolha pelo nome
da cidade sertaneja com menos de 5 mil habitantes e localizada a 481 km do
Recife, foi uma sugestão da equipe do Observatório Astronômico do Sertão de
Itaparica (OASI), que começou a operar no município em 2011. O telescópio do
OASI é o segundo maior em solo brasileiro e, no observatório, é desenvolvido o
projeto Impacton, do Observatório Nacional, dedicado ao estudo de propriedades
físicas de asteroides e cometas, particularmente daqueles que possuem órbitas
próximas e são potencialmente perigosos para a Terra.
Pelas regras da
União Astronômica Internacional (UAI), quando um novo asteroide é descoberto,
seus descobridores têm o direito de sugerir um nome, que deve ser
submetido à
aprovação da comissão específica da UAI. Mas, segundo o congresso, "é
comum que membros de grandes projetos de monitoramento de asteroides 'cedam' a
prerrogativa a grupos e instituições de ensino e pesquisa. Dessa forma, já se
tornou tradição que o congresso ACM, realizado a cada três anos em diferentes
cidades do mundo, homenageie pesquisadores e instituições de destaque na área.
No Brasil, alguns astrônomos e personalidades já foram homenageados. Entre as
poucas cidades brasileiras eternizadas no céu, está Olinda, cujo nome foi dado
ao cometa descoberto pelo francês Emmanuel Liais em 1860.
A homenagem a
Itacuruba é, segundo os astronômos, um agradecimento à população do município
que acolheu a construção do OASI e também tem o objetivo de chamar atenção para
a preservação do céu noturno da região semiárida brasileira. Por suas
características climáticas e ainda baixa poluição luminosa, a região oferece a
todos uma ótima contemplação do céu.
O “10468 Itacuruba”
está localizado no cinturão principal de asteroides, região do Sistema Solar
entre os planetas Marte e Júpiter. Tem um período orbital de 3,58 anos em torno
do Sol e um tamanho estimado entre 2 a 5 km de diâmetro. Foi descoberto em 1º
de março de 1981 pelo astrônomo norte-americano S. J. Bus no observatório de
Siding Spring, na Austrália. (Folhape).
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