Condutor do golpe de 2016, o ex-deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) acaba de ser condenado pelo juiz Sérgio Moro a 15 anos
e quatro meses de prisão, o que pode aproximar o ex-parlamentar de uma delação
premiada; Cunha já demonstrou ter munição contra Michel Temer, após entregar o
peemedebista em questionamentos sobre irregularidades em recebimento de
recursos de empreiteiras, o que para Moro foi visto como uma tentativa de
intimidação e chantagem; recentemente, notícias deram conta de que o ex-deputado
estava prestes a surtar dentro da prisão, mais um sinal de que pode abrir o
bico.
O juiz Sergio Moro, da Lava Jato, condenou nesta quinta-feira 30
o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a 15 anos de 4 meses de prisão por
corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Cunha, que já está preso,
deve cumprir a pena em regime fechado.
A condenação de Cunha, condutor do golpe de 2016, que tirou
Dilma Rousseff do poder, pode aproximar o ex-parlamentar de uma delação
premiada. Da prisão, ele já demonstrou ter munição contra Michel Temer, além de
influência em seu governo.
O ex-deputado entregou questionamentos que apontavam o
envolvimento de Temer em irregularidades em recebimento de recursos de
empreiteiras, o que para Moro foi visto como uma tentativa de intimidação e
chantagem. O juiz barrou metade das perguntas enviadas por Cunha ao presidente.
Recentemente, notícias deram conta de que o ex-deputado estava
prestes a surtar dentro da prisão, mais um sinal de que pode abrir o bico.
Leia mais na reportagem da Reuters:
Moro condena Cunha a 15 anos de prisão por corrupção, lavagem de
dinheiro e evasão de divisas
(Reuters) - O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha foi condenado
a 15 anos e 4 meses de prisão, além de multas, pelo juiz Sérgio Moro,
responsável pela operação Lava Jato.
Em sentença de mais de 100 páginas, Moro condenou Cunha por um
crime de corrupção passiva, por três crimes de lavagem de dinheiro e por dois
crimes de evasão de divisas.
Para o crime de corrupção, "pela solicitação e recebimento
de vantagem indevida no contrato de aquisição pela Petrobras dos direitos de
exploração do Bloco 4 em Benin", Cunha foi condenado a seis anos de
reclusão.
Por lavagem de dinheiro a condenação foi de cinco anos e 10
meses de prisão e por evasão de divisas o ex-deputado foi sentenciado a três
anos e seis meses de prisão.
Cunha foi preso em outubro do ano passado na Lava Jato, em fatos
relacionados à aquisição de um campo exploratório de petróleo em Benin, na
África, pela Petrobras, no ano de 2011. A propina paga a ele teria sido
depositada em uma conta secreta na Suíça. Cunha teve o mandato parlamentar
cassado depois de renunciar à presidência da Casa.
Como presidente da Câmara, Cunha aceitou o pedido de impeachment
que acabou levando à cassação do mandato da então presidente Dilma Rousseff.
A defesa de Cunha já avisou que vai recorrer ao Tribunal
Regional Federal. (247).
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