Minas 247 – O sonho do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de um dia ocupar a presidência da República acabou nesta quinta-feira 2, com a confirmação, feita por dois delatores da Odebrecht, de que ele liderou um gigantesco esquema de corrupção em Minas Gerais, na construção da maior obra do estado: a Cidade Administrativa, que consumiu R$ 2,1 bilhões (leia aqui).
As acusações são gravíssimas. Segundo o ex-presidente da Odebrecht, Benedicto Júnior, foi o próprio Aécio quem determinou às empreiteiras que procurassem Oswaldo Borges da Costa, seu tesoureiro informal, para acertar o pagamento das propinas de 3% nos contratos – o que chegaria a R$ 63 milhões.
Os pagamentos teriam sido operacionalizados por Sergio Neves, ex-superintendente da Odebrecht em Minas.
São acusações tão consistentes que outras empreiteiras que haviam protegido Aécio em seus depoimentos iniciais, como a Andrade Gutierrez e a Camargo Corrêa, foram chamadas a fazer o recall de suas delações. Só Otávio Azevedo, ex-presidente da Andrade, teve de voltar mais de nove vezes à procuradoria-geral da República para não perder o benefício de sua delação.
O passo seguinte virá da procuradoria-geral da República. Nos próximas dias, Rodrigo Janot denunciará Aécio, que é também presidente nacional do PSDB, por corrupção ao Supremo Tribunal Federal e será praticamente impossível arquivar o caso.
Com isso, Aécio, que teve 48,5% dos votos em 2014, mas queimou seu capital político ao se aliar a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para promover um golpe contra a democracia brasileira que já desempregou 5 milhões de brasileiros apenas nos últimos dois anos, está fora da disputa presidencial de 2018.
Com Aécio fora do páreo, o governador paulista Geraldo Alckmin se fortalece na disputa tucana, mas ninguém sabe ainda a extensão das acusações contra o Santo, que também aparece nas planilhas da Odebrecht.(247).
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