segunda-feira, 4 de abril de 2022

The Economist: economia russa se sente muito melhor do que o esperado em meio a sanções ocidentais

"O caos nos mercados russos" causado pelas sanções "parece ter diminuído", observa a revista britânica

Presidente russo, Vladimir Putin (Foto: Sputnik/Ramil Sitdikov/Kremlin via REUTERS)

A economia russa está se sentindo muito melhor do que o esperado em meio à imposição de sanções sem precedentes pelo Ocidente, de acordo com um relatório publicado na quarta-feira pelo The Economist.

Embora os países ocidentais tenham praticamente desencadeado uma “guerra econômica” contra a Rússia após o início da operação militar de Moscou na Ucrânia, “o caos nos mercados russos” devido a tais medidas “parece ter diminuído”, observa o semanário britânico. O valor do rublo caiu acentuadamente, mas agora está próximo do nível anterior a 24 de fevereiro, enquanto as ações de empresas russas, que em alguns casos perderam um terço de sua avaliação, também estão se recuperando.

Quanto à economia real, é "mais saudável do que parece à primeira vista", observa The Economist. Uma medida semanal de preços ao consumidor mostra que eles subiram mais de 5% desde o início de março, mas nem todos os bens aumentaram de preço. Em particular, a vodka, que é produzida principalmente no país, custa apenas um pouco mais do que antes da operação militar, enquanto a gasolina custa aproximadamente o mesmo.

Dessa forma, a revista conclui que até o momento há poucas evidências de que a atividade econômica russa tenha sido muito afetada.

Como a Rússia conseguiu se manter à tona?

Para estabilizar a economia após a imposição de sanções, o governo russo tomou uma série de medidas. No final de fevereiro, o Banco Central da Rússia elevou a taxa básica de juros de 9,5% para 20%, a fim de garantir a estabilidade financeira e de preços no país, bem como proteger a poupança dos cidadãos russos.

Além disso, o governo da nação euro-asiática decretou que os exportadores deveriam converter 80% de seus ganhos em divisas em rublos. Quanto à negociação na Bolsa de Valores de Moscou, as vendas a descoberto foram proibidas e os não residentes foram temporariamente impedidos de vender ações. Além disso, o Banco Central da Rússia introduziu uma comissão de 30% para pessoas físicas que compram moedas estrangeiras por meio de corretores, mas depois a reduziu para 12%.

A Rússia entrará em recessão?

No entanto, alguns especialistas acreditam que a Rússia pode entrar em recessão este ano, embora o nível de declínio da economia dependa de três fatores. Primeiro, o fato de os russos comuns, à medida que o conflito se prolongar, começarem a se preocupar com a economia e a fazer cortes significativos em seus gastos terá um impacto na situação.

Outra questão é se a produção acabará por parar, uma vez que as empresas russas perderão o acesso às importações ocidentais devido às sanções. No entanto, muitas grandes empresas criadas nos tempos soviéticos estão acostumadas a operar sem importações. "Se há uma economia no mundo que pode enfrentar os desafios do isolamento e do bloqueio, essa é a Rússia", sublinha o artigo.

Outro fator importante está relacionado às exportações de energia da Rússia. Apesar de inúmeras sanções, a Rússia continua a fornecer petróleo e gás a compradores estrangeiros, que são uma valiosa fonte de divisas para comprar bens de consumo e peças essenciais, escreve The Economist. RT




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