quarta-feira, 2 de junho de 2021

Covid-19: feriado desta quinta ameaça acelerar avanço da terceira onda


     Por: Gabriela Bernades/Por: Gabriela Chabalgoity/

Por: Maria Eduarda Cardim 

Por: Correio Braziliense

                                                                Foto: Miguel Schincariol/AFP

Os feriados remetem a dias de lazer e descanso, mas, em plena pandemia da Covid-19, representam maior circulação de pessoas e, consequentemente, acelera a transmissão do novo coronavírus. Os efeitos disso, porém, só começam a ser percebidos dias depois, quando as infecções são confirmadas e, em muitos casos, evoluem para internações e mortes. Por isso, a data de Corpus Christi, amanhã, preocupa as autoridades públicas e especialistas, que enxergam a possibilidade de uma nova elevação no já alto patamar dos casos da doença.


“As experiências anteriores que tivemos, com grandes feriados como os de fim de ano e Dia das Mães, foram experiências ruins. Houve um aumento de casos após esses feriados e, por isso, é um motivo de tensão”, salientou o infectologista do Hospital Sírio-Libanês, em Brasília, Alexandre Cunha.

Em 9 de maio, no Dias das Mães, a mais recente data festiva do calendário, a média móvel de casos, segundo o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), era de 61.411 infecções. Duas semanas depois, em 24 de maio, essa média aumentou para 66.195. Depois do feriado do Ano Novo, que é maior e costuma ser ainda mais movimentado, o aumento de testes positivos foi ainda mais impressionante: a média móvel, de 36.004 casos confirmados em 31 de dezembro, passou para 51.803, duas semanas após, em 14 de janeiro.

O infectologista André Bon, do Hospital de Brasília, enfatiza que a baixa cobertura vacinal do país impulsiona a terceira onda: “São poucas as pessoas com as duas doses da vacina e um número alto de casos nas cidades. Isso faz com que ainda haja circulação do vírus e uma possibilidade bastante real de ocorrência da terceira onda”, observou.

Para tentar conter o deslocamento, algumas cidades buscam impor restrições e outras até já anteciparam o feriado de amanhã para evitar a movimentação de pessoas. Em São Paulo, por exemplo, a data foi antecipada para março pela prefeitura e, com isso, as restrições serão as mesmas para o atual funcionamento de estabelecimentos. De quinta-feira a domingo, a cidade continuará na atual fase de flexibilização do plano estadual de contenção, que autoriza lojas, shoppings, academias, salões de beleza e restaurantes a operarem até as 21h.

Outras cidades, como Campinas (SP), confirmam a instalação de barreiras sanitárias durante o Corpus Christi. Em Belo Horizonte, a prefeitura anunciou que os funcionários públicos não terão acréscimo de ponto facultativo na sexta-feira para não incentivar aglomerações e viagens no período de pandemia.

Vacina quase 100% nacional
Rumo à produção 100% nacional da vacina contra a covid-19, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinou, ontem, o contrato de recebimento de tecnologia da fabricação do imunizante Oxford/AstraZeneca. Com isso, a entidade será capaz de fazer, em território nacional, o ingrediente farmacêutico ativo (IFA), necessário para a produção das doses no Brasil e que, até o momento, precisa ser importado da China. Com as adaptações da planta fabril já feitas e com o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) das instalações da Fiocruz já obtido, a produção do IFA nacional deve começar ainda este mês.

No entanto, a fundação explicou que a produção exige uma série de etapas e, por isso, a expectativa é de que as primeiras doses 100% nacionais sejam entregues apenas em outubro. “Trata-se de uma produção complexa, que incluirá uma série de etapas, passando pela produção inicial de dois lotes de pré-validação e três de validação, que passarão por testes de comparabilidade pela AstraZeneca, até alcançar a produção em larga escala”, explicou a Fiocruz, em nota.

A cerimônia de assinatura do contrato contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que disse trabalhar para acelerar o programa de vacinação contra a Covid-19 no Brasil. “O contrato de transferência tecnológica, que hoje (ontem) celebramos, permitirá avançarmos em relação à autossuficiência e soberania produtiva dessa vacina. Trata-se de mais um passo crucial para que possamos melhor nos posicionar estrategicamente na luta contra a pandemia”, destaca a Fiocruz.

O presidente Jair Bolsonaro, que esteve presente ao evento, ressaltou o trabalho dos ex-ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e das Relações Internacionais, Ernesto Araújo, nas primeiras tratativas do acordo assinado ontem. “Pediria que aplaudissem o ex-ministro Pazuello, que foi quem começou esse contrato”, disse, que depois adicionou agradecimentos ao ex-chanceler. (MEC)

Rio adota protocolo para cepa indiana
Os passageiros que tenham passado pela Índia e que desembarcam nos aeroportos do Rio de Janeiro desde ontem estão sendo obrigados a se submeter a teste rápido de covid-19. Quem testar positivo será isolado em um hotel no município do Rio e submetido a outro teste, mais demorado e preciso. As amostras serão encaminhadas para sequenciamento genômico e identificação da variante. A aplicação dos testes é uma iniciativa da secretaria estadual de Saúde, em parceria com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), para tentar impedir a disseminação da variante indiana do coronavírus.

Um homem que mora em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, passou pelo aeroporto do Rio na semana passada, após viajar a trabalho para a Índia, contaminar-se com a variante do coronavírus surgida naquele país e desembarcar no aeroporto de Cumbica, em Guarulhos (região metropolitana de São Paulo). Ele está isolado e as pessoas que tiveram contato com ele estão sendo monitoradas. Até ontem não havia nenhuma outra confirmação de contaminação pela cepa indiana no estado.

Como não existem voos diretos entre o Rio de Janeiro e a Índia, o monitoramento dos passageiros é realizado pela Anvisa, que controla todos os voos que chegam ao Brasil vindos da Índia, verifica se algum passageiro pretende pegar um voo doméstico para o Rio e, em caso positivo, alerta os agentes da secretaria estadual de Saúde do Rio para que identifiquem o passageiro e o submetam a teste assim que desembarcar no Aeroporto Santos Dumont, no Centro, ou no Tom Jobim, na Ilha do Governador (zona norte).

Se o passageiro testar positivo, será isolado e monitorado pela Superintendência de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde, da Secretaria Estadual de Saúde, em parceria com a Vigilância municipal. “Estamos em contato com a Anvisa, que é responsável pelas vigilâncias em portos e aeroportos, e fechamos com o Ministério da Saúde uma ação dentro dos aeroportos do Galeão e do Santos Dumont. Receberemos a lista de passageiros vindos da Índia que embarcarem em São Paulo com destino ao Rio. Nossa preocupação é com essa nova variante. Essas medidas buscam diminuir as chances de entrada dessa cepa no Rio de Janeiro”, afirmou o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.


Maioria dos americanos desaprova gestão de Trump na economia, diz pesquisa

  Pesquisa da CBS News mostra queda de quatro pontos nos índices de apoio às políticas econômicas do ex-presidente Presidente dos EUA, Donal...