quinta-feira, 30 de outubro de 2025

Governo envia 20 peritos da PF para reforçar perícia no Rio

É a primeira ação do escritório emergencial de combate ao crime

Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil

Polícia Federal/divulgação


Vinte peritos criminais da Polícia Federal vão reforçar os trabalhos de segurança pública no Rio de Janeiro, conforme comunicou, nesta quinta-feira (30), o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro.

O ministro informou que o envio dos peritos é o primeiro resultado do escritório emergencial de combate ao crime organizado no Rio de Janeiro, anunciado, na quarta-feira (29), no Palácio Guanabara. A medida ocorreu depois da Operação Contenção nos complexos do Alemão e da Penha, que deixou, ao menos, 121 mortos.

Segundo o governo federal, os peritos vão trabalhar em análise dos locais de crimes, balística, genética forense para identificação de DNA, medicina legal, exames de balística, necrópsia e identificação de corpos.

Além deles, o governo divulgou que vai mobilizar também de 10 a 20 peritos da Força Nacional de Segurança Pública para atuar no estado.

De acordo com Lewandowski, o efetivo de peritos pode ser aumentado de acordo com a necessidade. 

“Nós tivemos a ideia de criar esse escritório extraordinário de enfrentamento ao crime organizado para agilizar a comunicação entre as forças federais e estaduais de segurança”, afirmou o ministro. 

O escritório integrado tem a finalidade de, segundo o ministro, ser um fórum onde as forças vão conversar entre si para tomar decisões rapidamente até que a crise seja superada.

“Este é o embrião daquilo que nós queremos criar com a PEC da Segurança Pública que está sendo discutida no Congresso Nacional”.

*Com informações do Ministério da Justiça e da Segurança Pública


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Indústrias pedem taxação de bets para financiar saúde e educação

 Reivindicação é de que seja cobrado 15% do valor apostado

                     Letycia Bond - Repórter da Agência Brasil

CNI/Divulgação



Um manifesto do Fórum Nacional da Indústria (FNI) pede que o governo crie um imposto para as chamadas bets como forma de equiparar a tributação entre apostas online e outros segmentos da economia. A reivindicação é de que se cobre, por meio do CIDE-Bets, 15% do valor apostado.

Coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o movimento argumenta que esse jogo de azar é a causa de problemas de saúde e pode consumir grande parte da renda de famílias, "que antes ia para a poupança, lazer e alimentação". Segundo o manifesto, os gastos das famílias com apostas reduzem o consumo em setores produtivos. 

A proposta do setor produtivo é que os recursos dessa contribuição financiem iniciativas em saúde e educação. A regulamentação do setor de apostas foi oficializada em janeiro deste ano. 

"O Brasil precisa de instrumentos mais efetivos para conter os impactos causados pelo crescimento excessivo das apostas. Assim como é urgente corrigir o tratamento desigual em relação ao setor produtivo - o verdadeiro responsável por criar empregos, impulsionar a renda, fomentar a inovação e sustentar a competitividade da economia", escrevem as organizações signatárias. 

Entidades de diversos setores assinam o manifesto como a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), a Bioenergia Brasil e a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). Em outros trechos, fazem referência a diagnósticos já realizados sobre o setor de apostas. 

Levantamento do Instituto Locomotiva, de meados de junho, mostrou que seis em cada dez apostadores usaram plataformas irregulares este ano. 

A legislação vigente permite que apenas operadores licenciados atuem no país e prevê, entre outros respaldos, mecanismos de proteção ao apostador. A parcela de pessoas que admitiram ter feito apostas em bets irregulares este ano foi de 61% e a pesquisa evidenciou que as pessoas com renda mais baixa e menor escolaridade são mais suscetíveis a prejuízos, por desconhecer seus direitos nessas plataformas.

"Se aprovada este ano, a CIDE-Bets entraria em vigor em 2026, com potencial de reduzir em 22,5% os gastos efetivos com apostas virtuais e prover aos cofres públicos uma arrecadação adicional de R$ 8,5 bilhões", estimam, segundo o documento.

No início do mês, a Câmara dos Deputados retirou de pauta a Medida Provisória 1.303, enviada pelo governo federal, que pretendia elevar tributos sobre investimentos financeiros, bets fintechs e trazia medidas de corte de gastos para compensar a desidratação parcial do decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, as medidas de revisão de gastos públicos previstas na MP serão incorporadas a um novo projeto de lei


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Deputados pedem investigação federal sobre megaoperação no Rio

Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro também pede federalização

                Tâmara Freire - Repórter da Agência Brasil

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil



A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados vai pedir que uma investigação federal seja aberta para apurar as circunstâncias da megaoperação policial que deixou ao menos 121 mortos no Rio de Janeiro. De acordo com o presidente da Comissão, Reimont (PT-RJ), uma perícia independente, que não esteja ligada ao governo estadual, é necessária para que haja mais transparência. 

“Nós estamos diante de um crime de Estado. Quem matou esses jovens foi o Estado, independente se eles são comprometidos com a criminalidade ou não, eles são seres humanos e no Brasil não há pena de morte. Então, o Estado não pode ter todo o processo e fazer todas as averiguações. Nós vamos pedir uma perícia federal”, afirmou. 

O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que também é membro da comissão, também defendeu a federalização das investigações. 

“Foi uma operação desastrosa, que infelizmente parece ter um cunho político muito forte, e agora a nossa obrigação, na Comissão de Direitos Humanos, é garantir que seja jogado luz em todas essas investigações. Por mais que eu respeite a nossa Polícia Civil, nesse momento nós vamos precisar de uma perícia independente. Acho que a Polícia Federal deve entrar nesse processo, como uma polícia independente”, defendeu. 

Um pedido semelhante também foi feito pela Comissão Especial de Favelas e Periferias da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A presidente da Comissão, Renata Souza (PSOL) protocolou uma representação com pedido de deslocamento de competência à Procuradoria-Geral da República. 

Além de pedir a federalização das investigações e do processamento judicial relativos à Operação Contenção, o documento também demanda que a PGR determine a preservação de todos os vestígios periciais e registros audiovisuais.

“O que presenciamos no dia 28 de outubro não foi uma operação de segurança pública, mas sim um massacre, uma chacina, que violou, de forma brutal, os direitos mais fundamentais da população favelada. A resposta das autoridades estaduais, tanto na condução da operação quanto nas declarações posteriores, é inaceitável e demonstra a urgente necessidade de uma intervenção externa e imparcial. A vida das pessoas, a integridade da prova e a credibilidade das instituições estão em jogo”, declarou a deputada. 


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Governo Lula lança vídeo contra operação no Rio e defende inteligência no combate ao crime

 

Campanha nas redes critica ação com 121 mortes e afirma que é preciso “mirar na cabeça, mas não de pessoas”, defendendo a PEC da Segurança


Corpos espalhados pelas ruas de comunidade do Rio após chacina policial deixar ao menos 119 mortos - 29/10/2025 (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Após anunciar, nesta quarta-feira (29), uma parceria com o governo do Rio de Janeiro para instalar um escritório emergencial de enfrentamento ao crime organizado, o governo federal divulgou um vídeo nas redes sociais criticando a Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha. 

A operação, que ocorreu na terça-feira (28), deixou 121 mortos, sendo considerada a ação policial mais letal da história do país, segundo a diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Samira Bueno. Entre as vítimas, estão quatro policiais.

“Mais inteligência e menos sangue”

O vídeo, intitulado “Explicando a operação policial no Rio de Janeiro com… inteligência”, reconhece o medo da população diante do crime organizado, mas argumenta que matar criminosos não resolve o problema. Em tom pedagógico, o governo afirma que o crime “destrói famílias, oprime moradores e espalha drogas e violências nas cidades”, mas ressalta que “matar 120 pessoas não adianta nada. Mesmo se forem todos bandidos, amanhã tem outros 120 fazendo o trabalho”.

Com tom irônico, o vídeo acrescenta que é preciso “mirar na cabeça, mas não de pessoas”, explicando que o combate eficaz deve atacar “o cérebro e o coração” das organizações criminosas. Como exemplo, menciona uma operação do Ministério Público e da Receita Federal, realizada em agosto, contra o Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis e no mercado financeiro.

“Combate ao crime, para funcionar, precisa de mais inteligência e menos sangue”, conclui o vídeo. - 247.

“Brasil vai ser o campeão de transição energética”, afirma Lula

 

O Programa Mover prevê a alocação de R$ 19 bilhões até 2028 e atualmente conta com 231 empresas habilitadas



Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfatizou a vocação brasileira em liderar pelo exemplo a transição energética e reafirmou a qualidade dos biocombustíveis nacionais, durante encontro nesta quinta-feira (30), com o CEO da Be8, Erasmo Carlos Battistella, e o presidente da Mercedes-Benz do Brasil & CEO América Latina, Denis Güven. O Programa Mover prevê a alocação de R$ 19 bilhões até 2028 e atualmente conta com 231 empresas habilitadas.

“Basta ter vontade política e basta ter coragem de fazer. O Brasil vai ser o campeão de transição energética”, afirmou. A reunião com os executivos debateu a iniciativa “Rota Sustentável COP30: do sul ao norte com energia renovável”, e a agenda de descarbonização e transição energética promovida pelo Governo do Brasil e apoiada conjuntamente pelas duas empresas.

O Brasil responde por cerca de 25% da produção mundial de biocombustíveis e opera com mistura B15 (15% de biodiesel no diesel fóssil) em escala nacional. A capacidade instalada das usinas permite atingir rapidamente B22, o que representaria uma economia de US$ 150 milhões por ano em importação de diesel fóssil.

Atualmente, o setor emprega 2,4 milhões de pessoas, movimenta R$ 9 bilhões anuais em matérias-primas da agricultura familiar e já evitou a emissão de 127 milhões de toneladas de CO₂eq, o equivalente ao plantio de 930 milhões de árvores. Cada R$ 1 investido em biodiesel gera R$ 4,40 na economia, fortalecendo a cadeia produtiva e promovendo desenvolvimento regional sustentável.

Como parte da iniciativa Rota Sustentável COP30, as empresas demonstraram a contribuição do biocombustível Be8 BeVant na redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE), deslocando dois caminhões e dois ônibus fabricados pela Mercedes-Benz para percorrerem cerca de 4 mil km entre Passo Fundo (RS) e Belém (PA), cidade-sede da COP30. Nesta quinta, os veículos foram expostos no estacionamento ao lado do Anexo do Palácio do Planalto, para visitação do público.

Lula recebeu uma amostra do combustível Be8 BeVant, produto nacional que reduz em até 99% as emissões de GEE liberadas durante o uso do combustível pelo veículo. O presidente afirmou, durante o encontro com os executivos, que o objetivo do Brasil é parar as emissões de CO2. “Com a inteligência humana do Brasil, com engenheiros brasileiros, com engenheiras brasileiras, a gente consegue mostrar ao mundo que a transição energética que o mundo sonha não é tão difícil”, assegurou.

“Não tenho dúvida que, depois que nós aprovamos o Combustível do Futuro, toda a nossa matriz energética vai mudar. A gente vai continuar utilizando o petróleo, enquanto for necessário, mas é importante que a nossa empresa, a Petrobras, é mais do que uma empresa de petróleo e vai se transformar com o tempo em uma empresa de energia. E o sucesso será total e absoluto”, completou o presidente Lula.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, abordou o leque de oportunidades propiciadas pela aprovação da Lei do Combustível do Futuro. “Os biocombustíveis representam o equilíbrio da balança comercial do agronegócio brasileiro, produzido através da soja, do milho, do etanol, do milho, que protagoniza o etanol no Brasil, e isso é muito importante para o equilíbrio da balança comercial brasileira. Mas, principalmente, a oportunidade que a gente vê a liderança do presidente Lula em mostrar para o mundo o potencial que o Brasil tem para descarbonizar o planeta”, frisou.

Participaram ainda da reunião o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin; o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; o secretário nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do MME, Renato Dutra; o diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Mercedes-Benz, Luiz Carlos Gomes de Moraes; e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges.

Caravana

A caravana da Rota Sustentável COP30 iniciou o trajeto no dia 21 de outubro em Passo Fundo, integrou a programação de evento em São Bernardo do Campo (SP), em 23 de outubro, e nesta quinta (30) participam do ato oficial na capital federal, antes de começar o trajeto rumo a Santo Antônio do Tauá (PA), com previsão de chegada em 5 de novembro.

Durante o percurso, um caminhão e um ônibus estarão abastecidos com o Be8 BeVant e os outros dois com o Diesel B15 (com apenas 15% biodiesel) para que o resultado das emissões seja comparado.

Durante o trajeto entre Passo Fundo e Belém, os veículos percorrem o país abastecidos com diferentes proporções de biodiesel, até chegarem ao local da conferência.

O Instituto Mauá de Tecnologia será o responsável por auditar as emissões e conferir rastreabilidade e credibilidade aos dados de consumo dos veículos envolvidos na Rota Sustentável COP30 para que os resultados sejam apresentados na COP30.

Já em São Bernardo do Campo, um dos pontos de parada da caravana, os resultados parciais demonstraram redução de 99% no ciclo tanque à roda e de 65% do poço à roda – que engloba as emissões totais da produção, transporte e uso efetivo do combustível.

Biodiesel

O CEO da Be8, Erasmo Carlos Battistella, destacou que há diversas iniciativas em andamento que promovem o uso do biodiesel, em uma variedade de setores, para ampliar o processo de descarbonização defendido pelo Brasil. “Cidades já utilizam o Be8 como teste para a descarbonização no transporte público”, afirmou.

“Cito como exemplo Porto Alegre, Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro, que têm hoje uma nova oportunidade de continuar utilizando os ônibus com a motor a combustão que são produzidos no Brasil, com a indústria brasileira gerando emprego, e movidos a um biocombustível brasileiro que é verde por natureza e efetivamente entrega toda a grande descarbonização que estamos comprovando com essa grande rota com a Mercedes-Benz”.

Relações aprofundadas

Em 2006, o presidente Lula participou da cerimônia de lançamento da pedra fundamental da empresa, em Passo Fundo (RS). Já o vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, participou da cerimônia de anúncio da primeira usina de etanol em grande escala do Rio Grande do Sul, em 2023.

Além disso, durante a sanção presidencial do Projeto de Lei (PL) do Combustível do Futuro, em 2024, a Be8 anunciou investimentos de R$ 400 milhões para a instalação de uma planta de biodiesel de soja em Uberaba (MG).

Alckmin definiu a reunião com executivos como um bom exemplo da política Nova Indústria Brasil (NIB): “Inovadora, competitiva e sustentável.”

Combustível do futuro

A Lei do Combustível do Futuro promove a mobilidade sustentável de baixo carbono no Brasil e estabelece um conjunto de medidas para incentivar a transição energética, incluindo programas para incentivar o diesel verde (HVO), o biocombustível de aviação (SAF), o biometano e a captura e armazenamento de carbono. A medida também altera os percentuais mínimos e máximos de mistura do etanol na gasolina e do biodiesel no diesel. - 247.



VIOLÊNCIA NO RIO - Bandidos de Pernambuco e outros estados reforçavam CV no RJ e são desafio na identificação de mortos

Segundo a Polícia Civil, dos 133 presos na megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha, pelo menos 33 eram de fora do Rio de Janeiro - três, de Pernambuco


                             Por Agência O Globo

Vista da favela Vila Cruzeiro, no complexo da Penha, no Rio de Janeiro, Brasil, em 29 de outubro de 2025, após a Operação Contenção - Foto: Pablo Porciuncula/AFP


A megaoperação das forças de segurança do Rio foi além de escancarar um cenário típico de guerra. Com o uso de drones para lançar granadas contra os agentes, o tráfico demonstrou grande resistência para defender os principais quartéis-generais do Comando Vermelho (CV).

Ao entrar nas comunidades, os policiais também se depararam com a resistência de criminosos de outras regiões do país, que vieram para o Rio em busca de abrigo nas favelas e passaram a reforçar o “exército” do tráfico carioca, principalmente nas áreas de mata.

Um reforço e tanto. Dos 113 presos, pelo menos 33 eram de fora do Rio de Janeiro, segundo a Polícia Civil. Em um levantamento interno, a corporação identificou a origem de 28 deles: 18 da Bahia, três de Pernambuco e quatro do Pará. Outros três foram reconhecidos como vindos de Santa Catarina, Espírito Santo e Maranhão.

Fontes das polícias civis de outros estados afirmam que cada comunidade do Rio funciona de um jeito, mas que os criminosos que buscam refúgio no Rio precisam colaborar com a proteção do território, fazendo “plantões” e exibindo armamentos pesados.

Entre os fuzis apreendidos pelas forças de segurança, pelo menos dois tinham a inscrição CV AM (Comando Vermelho do Amazonas) e outro trazia a marca “Tropa de Manaus”.

Um pastor da Penha, sob anonimato, afirmou ser comum a presença desses forasteiros na mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, no Complexo da Penha. Foi lá que a maior parte do confronto com a polícia aconteceu durante a megaoperação.

"Quem fica na mata é o pessoal do Pará, da Bahia, de Goiás e até do Amazonas. Eles ficam de plantão por lá, mas não conhecem bem a região, nem o modo de operação da polícia. Por medo, costumam andar em grupos e acabam virando alvos fáceis",  relatou.

Por sua vez, o subsecretário operacional da Polícia Civil, Carlos Oliveira, confirma que muitas lideranças de fora já foram identificadas no Rio:

"Temos informações de inteligência de que chefes do crime de outros estados estão se instalando em complexos do Rio, onde encontram relativa tranquilidade para manter os negócios e ordenar execuções em seus estados de origem".

Na noite de terça (28), em frente ao Hospital Estadual Getúlio Vargas, que recebeu parte dos corpos da operação, duas mulheres de Goiás aguardavam notícias dos maridos. Uma delas contou que estava em chamada de vídeo com o companheiro, abrigado na Vacaria, quando ele foi alvejado por policiais. Desde então, não teve mais notícias.

"Meu marido morrer assim... nem sei onde ele está. No hospital, informaram que ele não chegou. Não há registro dele, mas com certeza está morto", disse, aos prantos.

Plantões na mata
Depoimento prestado à Polícia Civil do Pará por um criminoso daquele estado revela que a cúpula do CV nos complexos do Alemão e da Penha determina que traficantes da facção oriundos de outros estados deem plantões portando fuzis na mata da Serra da Misericórdia. O bandido passou parte do ano de 2023 escondido no Rio.

Alexander Alves de Moura, preso e condenado pela Justiça paraense a 33 anos e quatro meses de prisão em abril passado, afirmou aos agentes que se filiou ao CV em 2018 para atuar em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém.

Em 2023, no entanto, Moura e um comparsa, identificado como Lak, vieram para o Rio para fugir da polícia paraense e passaram a morar no Complexo da Penha. No depoimento, ele detalhou o período em que viveu no Rio e contou que a cúpula do CV fluminense cobra um pagamento semanal de R$ 250 de cada traficante de fora que deseja se estabelecer.

De acordo com Moura, para serem liberados do pagamento, os traficantes forasteiros são obrigados a tirar um plantão “na mata que dividia o Complexo da Penha do Complexo do Alemão, com um fuzil”.

O criminoso afirmou ainda que as armas usadas nesses plantões na Serra da Misericórdia eram entregues por Edgar Alves de Andrade, o Doca, chefe do tráfico do Complexo da Penha e principal alvo da ação de ontem. Doca, no entanto, não foi localizado.

Outras investigações também revelam que, com o processo de nacionalização do CV, o Complexo do Alemão virou um entreposto de drogas para estados do Nordeste. Em setembro de 2023, Ana Laura da Costa Pinho e Maria Eduarda da Silva Mota, moradoras do Complexo do Alemão, foram presas no município de Tauá, no sertão do Ceará, com 50 quilos de maconha.

Dias antes, elas haviam retirado a carga no Alemão e embarcado num ônibus na Rodoviária do Rio com destino a Crateús. O objetivo da viagem era entregar a droga a criminosos da cidade cearense. Elas voltariam ao Rio no mesmo dia da entrega, em um voo saindo de Fortaleza. Pelo serviço, cada uma receberia R$ 2 mil.

Desafio para identificação
A polícia continua realizando a identificação dos 121 mortos na megaoperação e ainda não tem informação de quantos são de outras regiões do país. Contudo, com uma tenda de atendimento montada no pátio do Detran, no Centro do Rio, a equipe da Defensoria Pública enfrenta o que classifica como o maior desafio da operação de “guerra” para identificar os mortos na ação policial: a quantidade de vítimas vindas de outros estados.

A defensora Mirela Assad, que coordena a atuação de mais de 40 funcionários do órgão no local, afirma que a procura por pessoas sem vínculos familiares diretos com os mortos tem sido muito maior do que o esperado.

"O número de mortos de outros estados é surpreendente, mesmo sem contagem oficial. Isso é possível perceber pela grande procura de namoradas, amigos e conhecidos, mas não necessariamente de parentes", explica Mirela. "É um desafio ainda maior para a liberação dos corpos, porque exige uma declaração que permita a identificação por terceiros e também um trabalho de traslado".

Entre os que ainda procuram por desaparecidos está a namorada de Fernando Henrique dos Santos, de Goiás. O casal vivia no Rio há quatro anos. Segundo ela, Fernando saiu de casa por volta das 6h20 da manhã da anteontem e não voltou mais:

"Estou até agora procurando o corpo".


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Datafolha aponta Raquel Lyra e João Campos empatados na preferência espontânea para o Governo de PE

 

Levantamento mostra ambos com 23% das citações; menções indiretas mantêm cenário de equilíbrio


                                                Por Blog da Folha

Pesquisa aponta Raquel Lyra e João Campos empatados na preferência espontânea - Davi de Queiroz e Arthur Mota/Folha de Pernambuco


A pesquisa Datafolha, realizada entre os dias 21 e 23 de outubro em 43 municípios pernambucanos, registrou empate entre a governadora Raquel Lyra (PSD), e o prefeito do Recife, João Campos (PSB), ambos com 23% das intenções de voto espontâneas para o Governo de Pernambuco em 2026. O estudo foi encomendado pela CBN Recife e CBN Caruaru e divulgado nesta quarta-feira (29).


Quando consideradas as referências indiretas citadas pelos entrevistados, o cenário segue tecnicamente empatado. A governadora aparece com mais 3% das citações como “atual governadora”, enquanto o prefeito recebe 2% como “filho de Eduardo Campos”. Com a soma das menções, Raquel Lyra atinge 26% e João Campos, 25%, diferença dentro da margem de erro de três pontos percentuais.

A pesquisa também identificou menções a outras figuras políticas. O ex-governador Eduardo Campos foi lembrado por 1% dos eleitores, mesmo percentual do vereador recifense Eduardo Moura (Novo). Outras respostas somaram 5%.

O levantamento aponta ainda um alto percentual de indecisos e desinteressados: 7% declararam intenção de votar em branco, nulo ou em nenhum candidato, enquanto 36% não souberam responder.

Segundo o Datafolha, 1.022 eleitores foram entrevistados, com nível de confiança de 95% e margem de erro de três pontos percentuais, para mais ou para menos.

Confira os números:

João Campos (PSB): 23%
Raquel Lyra (PSD): 23%
Atual governadora (sem citar o nome): 3%
"Filho de Eduardo Campos": 2%
Eduardo Campos: 1%
Eduardo Moura (Novo): 1%
Outras respostas: 5%
Nenhum/Branco/Nulo: 7%
Não sabe: 36%

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Governo envia 20 peritos da PF para reforçar perícia no Rio

É a primeira ação do escritório emergencial de combate ao crime Luiz Claudio Ferreira - Repórter da Agência Brasil Polícia Federal/divulgaçã...