sexta-feira, 26 de outubro de 2018

Estudantes desenvolvem tijolos feitos a partir de urina humana


Dyllon Randall com os estudantes Vukheta Mukhari e Suzanne Lambert: tijolos têm inicialmente um odor de amônia, que desaparece apos 48 horas — Foto: Robyn Walker/UCT

Dyllon Randall com os estudantes Vukheta Mukhari e Suzanne Lambert: tijolos têm inicialmente um odor de amônia, que desaparece apos 48 horas — Foto: Robyn Walker/UCT
Tijolos comuns precisam ser submetidos a altas temperaturas em fornos, o que produz uma grande quantidade de dióxido de carbono.
No projeto sul-africano, urina, areia e bactérias foram combinadas em um processo que permite que os tijolos se solidifiquem em temperatura ambiente.
“É essencialmente a mesma forma como corais se formam no oceano”, explica Dyllon Randall, supervisor dos estudantes na Universidade da Cidade do Cabo.

‘Tão duro quanto calcário’

Os biotijolos levam de quatro a seis dias para serem cultivados — Foto: UCT

Os biotijolos levam de quatro a seis dias para serem cultivados — Foto: UCT

Os biotijolos levam de quatro a seis dias para serem cultivados — Foto: UCT
Os estudantes de Engenharia coletaram urina de banheiros masculinos.
Depois de primeiro produzir um fertilizante sólido, o líquido restante é usado em um processo biológico para “cultivar” o que a universidade chamou de “biotijolos”.
O processo é chamado de precipitação de carbonato microbiano. Bactérias produzem uma enzima que separa a ureia presente na urina, formando carbonato de cálcio, que depois faz com que a areia se solidifique, formando tijolos cinzas tão duros quanto rochas.

Com quantas idas ao banheiro se faz um tijolo?

(Todos estes cálculos são aproximações feitas pelo projeto universitário de biotijolos)
A rigidez e o formato dos biotijolos podem ser alterados conforme necessário.
“Quando começamos esse processo no ano passado, atingimos a mesma rigidez de um tijolo feito com 40% de cálcario”, afirma Randall.
Tijolos comuns são produzidos em fornos a cerca de 1.400ºC, de acordo com a universidade.
Mas Randall admite que seu processo é bem mais fedorento. “Quando um animal de estimação urina, o local fica com um cheiro forte – é a amônia sendo liberada. Esse processo usa a amônia”, diz ele, acrescentando que essa substância é transformada em um fertilizante rico em nitrogênio.
Mas, depois de 48 horas, os tijolos perdem esse odor amoníaco – e não oferecem qualquer risco à saúde, afirma Randall.
“O processo que usamos na primeira etapa mata todos os patógenos e bactérias, porque ocorre em um pH muito alto que mata praticamente qualquer coisa.”
Segundo a universidade, o conceito de usar ureia para produzir tijolos foi testado nos Estados Unidos há alguns anos usando uma versão sintética dessa substância, algo que demanda muita energia para ser produzida.
Os biotijolos de Randall e seus estudantes, Suzanne Lambert e Vukheta Mukhari, são os primeiros feitos com urina humana, o que cria uma oportunidade de reciclar esses resíduos.
Eles levam de quatro a seis dias para serem cultivados – se for necessário que sejam mais rígidos, o processo pode levar mais tempo.(BBCNEWS)

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