quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

Cid diz que Bolsonaro nunca desmobilizou manifestações, na esperança de que golpe fosse concretizado

 

“Ele tinha esperança de que, até o último momento, aparecesse uma prova cabal de que houve fraude nas urnas", afirmou o tenente-coronel

Jair Bolsonaro - 25/11/2024 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

O tenente-coronel Mauro Cid, delator no inquérito que investigou a tentativa de golpe de Estado, afirmou que Jair Bolsonaro (PL) nunca desmobilizou os manifestantes que estavam nas ruas e nas portas dos quartéis do Exército após as eleições de 2022. Segundo Cid, o ex-mandatário esperava que algo fosse feito para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Ele tinha esperança de que, até o último momento, aparecesse uma prova cabal de que houve fraude nas urnas. E aí, sim, todo mundo veria, e teria aquele povo na rua, mobilização, as Forças Armadas. Então, eu acho que era isso que passava na cabeça do presidente”, disse o militar durante depoimento.

Além disso, o tenente-coronel revelou que, por ordem de Bolsonaro, o Exército divulgou, em novembro de 2022, um documento assinado pelos comandantes das Forças Armadas, em que as manifestações em frente aos quartéis eram chamadas de “populares” e consideradas legítimas, sendo apenas uma “crítica aos poderes constitucionais”. - 247.


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Primeira Turma do STF deve ser unânime para tornar Bolsonaro réu

 

Avaliação é de que a denúncia da Procuradoria-Geral da República possui elementos "densos" o suficiente para justificar a abertura de uma ação penal

Jair Bolsonaro (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agencia Brasil)

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) caminha para tornar Jair Bolsonaro (PL) réu na investigação sobre a tentativa de golpe de Estado. Conforme relatado pela CNN, a expectativa é que a decisão do colegiado seja unânime, uma vez que a avaliação é de que a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) expõe um “panorama completo” da trama golpista e possui elementos "densos" o suficiente para justificar a abertura de uma ação penal.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, quer levar a denúncia a julgamento na turma ainda no primeiro semestre deste ano.

O colegiado é composto pelos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Cristiano Zanin e pelo próprio relator. O presidente do colegiado, Zanin, será o responsável por marcar a data do julgamento quando Moraes liberar o caso.

Ministros indicados por Bolsonaro, Nunes Marques e André Mendonça não participarão da decisão, pois integram a Segunda Turma do STF, junto com Gilmar Mendes, Edson Fachin e Dias Toffoli. - 247.


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EDUCAÇÃO: UFPE abre 775 vagas em cinco cursos de pós-graduação na modalidade EAD; saiba como concorrer

 

Inscrições devem ser feitas até o dia 12 de março, no site do Sigaa


                   Por Portal Folha de Pernambuco

Universidade Federal de Pernambuco oferta cursos de pós-graduação EAD - Foto: Paullo Allmeida/Folha de Pernambuco


A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) abriu 775 vagas em cursos de pós-graduação Lato Sensu, em nível de especialização.

As oportunidades são na modalidade de Educação a Distância, com ingresso no primeiro semestre letivo de 2025, e estão distribuídas nos seguintes cursos: 

- Ensino de Libras (150);
- Educação Escolar Quilombola (150);
- Direito, Gestão e Governança Pública (175);
- Gestão Escolar (150);
- Ensino de Ciências - “Ciência é 10!” (150).

edital, lançado em parceria com a Universidade Aberta do Brasil (UAB), oferta vagas para os polos de apoio presencial das cidades a seguir:

Recife, Caruaru, Garanhuns, Gravatá, Carpina, Limoeiro, Pesqueira, Cedro, Petrolina, Lagoa Grande, Salgueiro, Sertânia, Triunfo, Arcoverde, Ouricuri, Santa Cruz do Capibaribe, Vitória de Santo Antão, Floresta e Santa Filomena.

Inscrições
As inscrições já estão abertas e devem ser feitas até as 23h do dia 12 de março, no site do Sigaa. Os cursos têm previsão de atividades presenciais, de acordo com a necessidade e planejamento letivo.

Quem pode concorrer
Algumas especializações, a exemplo de "Ensino em Libras", são para portadores de diploma em áreas específicas, já outras, para pessoas com graduação em qualquer área do conhecimento.

Para concorrer a umas das vagas, o candidato deverá atender se enquadrar em um dos grupos abaixo:

- Professor da educação básica da rede pública de ensino municipal e/ou estadual em efetivo exercício;

- Gestores e demais profissionais da educação da rede pública municipal ou estadual;

- Agentes públicos - candidatos na área de gestão pública;

- Ampla concorrência - demais públicos.

As vagas não ocupadas pelo Grupo 1 serão distribuídas para o Grupo 2. Em caso de vagas remanescentes, após distribuição do Grupo 2, serão convocados os demais grupos, sendo priorizado o Grupo 4, desde que assegurado 50% do total das vagas com professores e demais profissionais da educação básica.

O resultado final está previsto para ser divulgado no dia 26 de março. O início das aulas do ano letivo 2025.1 ocorrerá conforme calendário a ser divulgado.


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NASCIMENTO - Caso raríssimo: bebê nasce com dois fetos dentro da barriga que deveriam ser seus irmãos; entenda

 

NASCIMENTO - Caso raríssimo: bebê nasce com dois fetos dentro da barriga que deveriam ser seus irmãos; entenda


                      Por Agência O Globo

Caso raríssimo: bebê nasce com dois fetos dentro da barriga que deveriam ser seus irmãos - Foto: reprodução


Uma mulher de 32 anos deu entrada em um hospital na Índia para um exame de rotina quando completou 35 semanas de gravidez. Embora os exames anteriores tenham dado resultados normais, os médicos descobriram que seu bebê, do sexo masculino, tinha outros dois fetos crescendo dentro dele, em um caso raríssimo.

Os especialistas disseram que havia “uma estrutura adicional contendo ossos” no abdômen do bebê. O fenômeno, apelidado de "feto dentro de feto”, só foi registrado cerca de 200 vezes na literatura médica. Não está claro quantas delas envolveram múltiplos fetos.

A mulher deu à luz seu filho em 1º de fevereiro, com cerca de 35 semanas de gravidez, e os médicos removeram os dois fetos, que pararam de crescer em algum momento da gravidez, do estômago do bebê. De acordo com relatos locais, a mãe e o bebê estão saudáveis.

"Tive sorte e fui vigilante o suficiente para notar algo muito incomum com este bebê, um feto em crescimento normal, com alguns ossos e uma estrutura semelhante à de um feto no abdômen. Imediatamente me ocorreu que isso não era normal”, explicou o médico Prasad Agarwal, que conduziu o exame.

Não está claro exatamente o que causa o fenômeno, embora os médicos saibam que geralmente ocorra durante o desenvolvimento dentro do útero de gêmeos idênticos, ou seja, quando um espermatozoide fertiliza um óvulo, que então se divide em dois embriões separados.

Os médicos acreditam que, em casos de feto dentro de feto, o óvulo não se separa completamente. Um gêmeo fica preso dentro do outro e pode continuar desenvolvendo características como unhas, cabelos e membros. Neste caso, eles desenvolveram pés e mãos.

No entanto, os fetos são considerados parasitas porque dependem do hospedeiro para sobreviver e não têm órgãos vitais totalmente desenvolvidos. Isso significa que eles não são viáveis e precisam ser encerrados.

O novo caso, felizmente, foi um dos oito em cada dez em que o tecido fetal absorvido fica alojado no abdômen, onde os médicos têm grandes chances de removê-lo sem prejudicar a mãe ou o bebê.

E em um caso relatado no ano passado, uma menina de um ano na China sofreu atrasos no desenvolvimento e uma cabeça maior que a média quando os médicos encontraram um feto crescendo dentro de seu crânio.

Embora os médicos tenham conseguido remover o feto, a menina sofreu danos cerebrais graves e morreu menos de duas semanas depois.



EUA - Trump chama Zelensky de "ditador" e diz que ucraniano deve "agir rápido ou não terá mais país"

 

Republicano acusou o ucraniano de ser um líder ilegítimo sem eleições presidenciais


                          Por Estadão Conteúdo

Donald Trump, presidente norte-americano disse que os EUA gastaram mais do que a Europa, que terá seus recursos garantidos enquanto seu país "não terá nada de volta" - Foto: Roberto Schmidt / AFP


O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quarta-feira, 19, que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, é um "ditador" e que "deverá agir rápido ou não terá mais país".

Em publicação na Truth Social, o republicano acusou o ucraniano de ser um líder ilegítimo sem eleições presidenciais e de sumir com metade do dinheiro enviado para apoiar o exército na guerra contra a Rússia.

"Pensem sobre isso, um comediante de sucesso modesto, Volodymyr Zelensky convenceu os Estados Unidos da América a gastar US$ 350 bilhões de dólares para entrar em uma guerra que sabia e não venceria e que nunca deveria ter começado, mas que, sem os EUA e 'Trump', ele nunca será capaz de vencer", escreveu Trump.


O presidente norte-americano disse que os EUA gastaram mais do que a Europa, que terá seus recursos garantidos enquanto seu país "não terá nada de volta".

Segundo ele, os norte-americanos só enviaram dinheiro para a Ucrânia porque Zelensky manipulou Biden "como um violino", acrescentando que esta era a "única coisa em que o ucraniano era bom". "Ele Zelensky se recusa a ter eleições e tem baixo nível de aprovação pela população", alegou.

Os comentários de Trump vão de encontro a falas semelhantes do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que questionam a legitimidade do presidente ucraniano e sua capacidade de negociar um acordo de paz efetivo. Trump ressaltou ainda o início das conversas bilaterais russo-americanas em busca do cessar-fogo.

"A Europa falhou em trazer paz e Zelensky provavelmente quer manter andando o 'gravy train'", disse o republicano, usando a expressão em inglês para quem quer fazer muito dinheiro com pouco esforço. "Eu amo a Ucrânia, mas ele fez um trabalho terrível, seu país está despedaçado e milhares de pessoas morreram."


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Sertão Caso Arthur: confira tudo o que se sabe sobre a morte do menino de 2 anos em Tabira

 

Cruel assassinato registrado no último domingo (16), por violência doméstica/familiar, revoltou moradores da região que lincharam um dos suspeitos


                                    Por Portal Folha de Pernambuco

A cidade de Tabira, no Sertão de Pernambuco, com pouco mais de 27,6 mil habitantes, ganhou projeção nacional nos últimos dias devido à morte do menino Arthur, de 2 anos.

O cruel assassinato registrado no último domingo (16), por violência doméstica/familiar, revoltou moradores da região, que lincharam um dos suspeitos do crime na noite dessa terça-feira (18).

Há cerca de dois meses, Arthur Ramos Nascimento estava sob a responsabilidade do casal Antônio Lopes Severo, conhecido por Frajola, e Giselda da Silva Andrade.

A mãe da criança, identificada como Giovana Ramos, teria deixado o filho com os suspeitos desde dezembro, sob alegação de estar em busca de emprego em João Pessoa, na Paraíba. O casal não tinha parentesco com mãe e filho.

Arthur tinha 2 anos e havia sido deixado aos cuidados do casal preso | Foto: Redes Sociais/Reprodução

No último domingo (16), segundo informações da Polícia Civil de Pernambuco, o menino foi socorrido para um hospital local com diversas lesões no corpo. Ele não resistiu e morreu na unidade de saúde. Os suspeitos fugiram em seguida.

Agressões eram constantes
Em entrevista ao vivo à Radio Pajeú, a delegada Joedna Soares, responsável pelas investigações, informou que a perícia apontou indícios de violência sexual no corpo de Arthur. 

A delegada também confirmou que o casal já tem passagem pela polícia e foi preso anteriormente por envolvimento em crimes como tráfico e homicídio.

Giselda da Silva, que estava responsável pelo menino, tem três filhos e costumava publicar fotos e vídeos carinhosos com eles e com o companheiro. A delegada conta que conversou com as crianças, que confirmaram rotineiros episódios de agressões.

"As crianças afirmam que ouviram e sabiam do que estava acontecendo e presenciaram a criança (Arthur) ser maltratada ao longo desse período. As crianças afirmam que (domingo) foi o ápice", destacou a delegada.

Giselda da Silva tem três filhos e costumava publicar fotos e vídeos carinhosos com eles e com o companheiro | Foto: Redes Sociais/Reprodução

Ainda segundo Joedna Soares, os filhos da suspeita relataram que as agressões físicas partiam de Giselda. "Não há relatos do suspeito (Antônio) participando das agressões anteriores, só do dia da morte da criança", afirmou a delegada.

Depois de passar por perícia, o corpo do pequeno Arthur foi liberado e sepultado nessa terça-feira (18), no cemitério municipal de Tabira. O cortejo até o local atraiu uma multidão que se comoveu com o caso.

Prisão e morte de um dos suspeitos
Após diligências, uma ação integrada entre as Polícias Civil e Militar de Pernambuco resultou na prisão do casal suspeito de ter matado Arthur Ramos. Eles foram localizados na noite dessa terça (18), na zona rural de Carnaíba, também no Sertão do Pajeú.

A dupla foi conduzia sob custódia, por um comboio policial, para a Delegacia de Polícia de Tabira, responsável pela investigação do caso. A notícia da captura dos suspeitos provocou aglomeração diante da unidade policial.

Centenas de pessoas aguardaram a chegada de Antônio e Giselda. Segundo nota das polícias, antes de chegar na Delegacia de Tabira, "um grande grupo de populares arrebatou um dos presos da equipe policial e passou a realizar seu linchamento". O espancamento até a morte do suspeito foi filmado e compartilhado nas redes sociais.

Casal suspeito de matar o menino Arthur é presoCasal suspeito de matar o menino Arthur preso antes do linchamento | Foto: Redes Sociais/Reprodução

Após o ocorrido, Antônio foi encaminhado ao Hospital Municipal Dr Luiz José da Silva Neto, em Tabira, mas não resistiu e morreu. Uma imagem do homem em uma maca da unidade de saúde, bastante ensanguentado e com várias lesões na cabeça, circula no Instagram.

Não há informações se Giselda da Silva Andrade passou por audiência de custódia e nem sobre o presídio em que ela ficará presa. A reportagem da Folha de Pernambuco aguarda detalhes do Tribunal de Justiça do Estado (TJPE).

Polícia vai investigar linchamento

Além disso, a corporação informou que a conduta do policiamento também será apurada. "Ressaltamos que as diligências seguem para a total elucidação do crime contra o menor de idade", disse a PCPE.

A Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social (SDS) destacou que, ao tomar conhecimento da ocorrência de linchamento, após retirada do suspeito de dentro de uma viatura policial, instaurou uma investigação preliminar para apurar a conduta dos policiais.

O que diz a mãe de Arthur
No Instagram, Giovana Ramos, mãe da criança, disse não ter abandonado o filho Arthur e reforçou desconhecer as agressões. Ela pretendia buscar o menino no próximo dia 24 de fevereiro.

"Eu não abandonei o meu filho, eu tava trabalhando. Errei em confiar nessas almas sebosas. Eu não sabia que isso estava acontecendo. Eu tenho provas que estava atrás do sustento para o meu filho", declarou.

Giovana também publicou prints que mostram conversas e transferências bancárias realizadas para Giselda, demostrando bancar as despesas do filho. O pai do garoto, identificado como Lucas Ribeiro, morreu há poucos meses.

Mãe de Arthur posta prints de conversas e pagamentos feitos para Giselda | Foto: Redes Sociais/Reprodução

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Cid confirma que Bolsonaro recebeu US$ 86 mil por venda de joias

Tenente-coronel confirmou repasse em delação à Polícia Federal

                                               Felipe Pontes - Repórter da Agência Brasil
Felipe Sampaio/STf

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de Ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, disse à Polícia Federal (PF), em acordo de delação premiada, que o ex-presidente recebeu em mãos US$ 86 mil em dinheiro vivo pela venda de relógios e joias que compunham o acervo da Presidência da República. Os itens foram recebidos pelo mandatário como presentes de autoridades estrangeiras.

Dessa quantia, Cid confessou que uma parte - US$ 18 mil - foi entregue por ele mesmo a Bolsonaro, em meados de 2022, após a venda de um kit de joias Chopard que havia sido presenteado pela Arábia Saudita em 2019. Os itens foram vendidos em Miami, nos Estados Unidos, revelou o tenente-coronel.

Os outros US$ 68 mil foram repassados a Bolsonaro de forma fracionada, sempre em espécie, por intermédio do pai de Mauro Cid, o general Mauro Cesar de Lourena Cid, que morava nos EUA. Esse valor corresponde à venda de dois relógios, um da marca Rolex e outro da Patek Philippe.

No depoimento, Mauro Cid disse que não há registro da venda dos bens, e que apenas retirou os custos que teve com passagem aérea e aluguel do veículo. Ainda segundo o depoimento, o tenente-coronel disse que ajustou com seu pai, general Mauro Cesar Lorena, que o saque dos demais U$ 68 mil ocorreria de forma fracionada e seria entregue à medida que alguém conhecido viajasse dos Estados Unidos ao Brasil.

O chamado “kit ouro branco”, composto pelo Rolex e pelas joias, foi selecionado no acervo presidencial pelo próprio Cid, após Bolsonaro pedir que ele identificasse quais objetos recebidos de presente poderiam ser vendidos mais facilmente. O Patek Philippe lhe foi entregue pelo próprio Bolsonaro, segundo depôs o tenente-coronel.

Cid disse que somente ele e Bolsonaro sabiam das vendas. Ele contou ter ido pessoalmente ao estado norte-americano da Pensilvânia, na sede da loja Precision Watchs, onde vendeu os dois relógios pelos US$ 68 mil, que foram depositados na conta de seu pai.

Os demais itens do kit ouro branco foram vendidos por ele no Seybold Jewerly Building, galeria de Miami especializada no comércio de joias.

O tenente-coronel tentou justificar sua atitude alegando ter recebido a orientação do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica de que os itens vendidos faziam parte do acervo pessoal de Bolsonaro, e não do acervo público da Presidência.

Em julho do ano passado, Bolsonaro, Cid e outros 11 investigados foram indiciados pela Polícia Federal (PF) pelo desvio dos itens. O ex-presidente é suspeito de peculato, crime de apropriação de bens públicos para proveito próprio.

A defesa de Bolsonaro sempre negou o envolvimento dele no caso. O relatório da PF que indiciou o ex-presidente foi enviado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo Tribunal Federal (STF), para a Procuradoria-Geral da República (PGR), que deve decidir sobre eventual denúncia.

O sigilo sobre a delação premiada de Mauro Cid foi derrubado por Moraes nesta quarta-feira (19), um dia depois de o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter denunciado o tenente-coronel, Bolsonaro e outras 33 pessoas por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, entre outros crimes.


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Saiba qual foi a participação dos 34 denunciados na tentativa de golpe

Denúncia da PGR com detalhes da articulação tem 272 páginas


     Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil

Agência Brasil/Arquivo


A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), colegiado composto pelos ministros Alexandre de Moraes (relator), Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux, analisará a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) por tentativa de golpe de Estado de 34 pessoas, entre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro e integrantes do alto escalão do último governo.

O documento assinado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, na terça-feira (18), tem 272 páginas, nas quais ele detalha a participação de cada um dos denunciados, o que inclui planos de assassinatos e campanhas de desinformação, além de apoio a manifestantes extremistas.

>> Leia aqui a cronologia da tentativa de golpe

Saiba a participação dos denunciados, segundo a PGR:

Jair Bolsonaro

Rio de Janeiro (RJ) 21/04/2024 – O ex-presidente Jair Bolsonaro reúne apoiadores em manifestação política na orla de Copacabana. Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
 Bolsonaro reúne apoiadores em manifestação política na orla de Copacabana -Arquivo/Fernando Frazão/Agência Brasil

A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, baseada em inquérito da Polícia Federal, aponta que o ex-presidente Jair Bolsonaro liderou uma “organização criminosa” que, desde 2021, “se dedicou a incitar a intervenção militar no país” e, assim, deflagrar um golpe de Estado, permitindo que ele e seus apoiadores permanecessem no poder, independentemente do resultado das eleições presidenciais de 2022.

Além de desacreditar o sistema eleitoral brasileiro, Bolsonaro sabia e concordou com o plano de matar o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes. 

Bolsonaro também estimulou ações que possibilitassem a ruptura institucional, incluindo acampamentos montados por apoiadores em frente a quartéis-generais, segundo a PRG.

De acordo com Gonet, alguns integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro e das Forças Armadas formaram o “núcleo crucial” da organização criminosa.

Walter Souza Braga Netto

Brasília (DF), 02/04/2020 - Ministro da Casa Civil Braga Netto durante coletiva de Imprensa no Palácio do Planalto sobre as ações de enfrentamento no combate ao Covid-19. Foto: Isac Nóbrega/PR
Braga Netto durante coletiva de Imprensa no Palácio do Planalto - Arquivo/Isac Nóbrega/PR

Ex-ministro da Defesa e da Casa Civil e vice na chapa de Bolsonaro em 2022, o general da reserva do Exército é apontado como líder da organização criminosa ao lado de Bolsonaro.

Em 12 de novembro de 2022, houve na residência oficial de Braga Netto uma reunião com “kids pretos” (Forças Especiais do Exército) em que foi discutida forma de “neutralizar” o ministro Alexandre de Moraes. Também se abordou a necessidade de forjar alguma situação que levasse à instabilidade e justificasse a implementação de medidas de emergência, como estado de sítio. Braga Netto conseguiu o dinheiro para organizar a operação, além de ter atuado na incitação de movimentos populares golpistas.

Braga Netto articulou a pressão contra militares que não concordavam com o golpe, como o então comandante-geral do Exército, general Freire Gomes. “Oferece a cabeça dele. Cagão”, disse ele em diálogo com outro militar de alto escalão golpista.

Braga Netto é apontado também como indicado para coordenar o “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”.

Augusto Heleno Ribeiro Pereira

O ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, durante audiência da Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara dos Deputados.
Augusto Heleno - Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

O general da reserva do Exército e ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) na presidência de Bolsonaro também integra o “núcleo crucial” da organização golpista.

A investigação encontrou com Heleno manuscritos sobre o planejamento da organização criminosa para fabricar um discurso contrário às urnas eletrônicas. “É válido continuar a criticar a urna eletrônica”, diz um trecho do manuscrito.

A PGR destaca que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) era subordinada ao GSI de Heleno, e que ele tinha “pleno domínio sobre as ações clandestinas realizadas pela célula”, o que incluía vigilância de adversários políticos.

Em reunião ministerial de 5 de julho de 2022, Heleno orientou a Abin a infiltrar agentes nas campanhas eleitorais e se manifestou claramente sobre não respeitar o resultado das urnas. “O que tiver que ser feito tem que ser feito antes das eleições. Se tiver que dar soco na mesa é antes das eleições. Se tiver que virar a mesa é antes das eleições”.

Anderson Gustavo Torres

Brasília (DF) 08/08/2023 Ex-ministro da justiça do governo Bolsonaro, Anderson Torres, durante depoimento na CPMI do golpe. Foto Lula Marques/ Agência Brasil
Anderson Torres durante depoimento na CPMI do golpe. Arquivo/Lula Marques/ Agência Brasil

Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro, o delegado de Polícia Federal (PF) também era integrante do “núcleo crucial”. Entre os relatos da PGR, consta que, em 19 de outubro de 2022, ele participou de reunião sobre “policiamento direcionado” a ser realizado no dia do segundo turno da votação, o que poderia impedir eleitores de votar.

Na residência de Torres foi encontrada minuta que fundamentaria um golpe de Estado. Em janeiro de 2023, Torres ocupava o posto de secretário de Segurança Pública do Distrito Federal. Segundo as investigações, ele permitiu a omissão da segurança pública, o que permitiu os casos de vandalismo de 8 de janeiro, quando milhares de pessoas depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília. Segundo a denúncia, a omissão foi “escolha consciente por agir em prol da ruptura institucional”.

Alexandre Rodrigues Ramagem

Brasília (DF), 01/10/2024 - Alexandre Ramagem, candidato à prefeitura do Rio de Janeiro (RJ). Eleições 2024. Foto: Carolina Antunes/Presidência da República
Alexandre Ramagem - Arquivo/Carolina Antunes/Presidência da República

Ex-chefe da Abin, deputado federal pelo PL e candidato derrotado à prefeitura do Rio de Janeiro em 2024, o delegado da PF detinha documentos com uma série de argumentos contrários às urnas eletrônicas, que eram repassados a Bolsonaro.

Em um dos documentos, foi identificada a sugestão de que o então presidente se utilizasse da estrutura da Advocacia-Geral da União (AGU) para emitir atos que permitissem o descumprimento, pela PF, de ordens judiciais que desagradassem o grupo.

Filipe Garcia Martins Pereira

O ex-assessor para Assuntos Internacionais de Bolsonaro, segundo a denúncia, apresentou e sustentou o projeto de decreto que implementaria medidas excepcionais no país. Tratou desse tema com Bolsonaro no Palácio da Alvorada (residência oficial do presidente), em 18 de novembro de 2022. A minuta foi apresentada por Bolsonaro ao alto escalão das Forças Armadas e ao ministro da Defesa, Paulo Sergio Nogueira de Oliveira.

Filipe Garcia ficou encarregado da leitura do decreto, expondo os fundamentos “técnicos” da minuta. De acordo com os planos golpistas, ele assumiria a assessoria de relações institucionais do “Gabinete Institucional de Gestão da Crise”.

Silvinei Vasques

O diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, durante entrevista coletiva sobre a Operação Eleições 2022 no segundo turno.
Silvinei Vasques - Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) participou de um grupo que coordenou o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro. Participou da reunião de 19 de outubro de 2022 onde foi debatido o uso de operações da PRF para impedir o voto de eleitores no segundo turno. A ele é atribuída a frase “havia chegado a hora de a PRF tomar lado na disputa”.

 

Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira

General da reserva, ex-comandante do Exército e então ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira também é apontado como integrante do núcleo crucial golpista. Ele endossava o conjunto de críticas ao sistema eleitoral e chegou a declarar que a Comissão de Transparência Eleitoral, criada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), era “para inglês ver”.

O ministro da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, durante a abertura da 7ª Mostra BID Brasil, evento do segmento de defesa e segurança, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
Paulo Sérgio Nogueira - Arquivo/Marcelo Camargo/Agência Brasil

Na reunião ministerial de julho de 2022, na presença dos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica, instigou a ideia da intervenção das Forças Armadas no processo eleitoral. A PGR destaca que ele apresentava “linguagem de quem se considerava em guerra contra o sistema democraticamente estabelecido”.

Em 10 de novembro, ou seja, após o resultado eleitoral, divulgou nova nota oficial insinuando não ter sido descartada a possibilidade de fraude eleitoral, mesmo após um relatório técnico do ministério ter apontado a inexistência de irregularidade. O então ministro da Defesa apresentou uma versão de decreto golpistas aos comandantes das Forças Armadas e exerceu pressão para que os três apoiassem o movimento.

Almir Garnier Santos

O comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, fala com a imprensa. Em comemoração ao Bicentenário da Independência, a Marinha do Brasil promove uma Revista Naval, com a presença do presidente da República, na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro.
Almir Garnier Santos -  Arquivo/Tânia Rêgo/Agência Brasil

Então comandante da Marinha, o almirante de esquadra pertence à célula principal da organização. Teve acesso às versões de decreto golpista. Segundo a denúncia da PGR, ao aderir ao movimento se considerava um “verdadeiro patriota”. O posicionamento de Garnier Santos foi um elemento de pressão para que o Exército e a Aeronáutica seguissem o mesmo caminho.

 

Mauro César Barbosa Cid

RETROSPECTIVA_2023 - Tenente-coronel Mauro Cid depõe na CPI dos atos golpistas - Foto: Lula Marques/Agência Brasil
Mauro Cid depõe na CPI dos atos golpistas - Arquivo/Lula Marques/Agência Brasil

O tenente-coronel do Exército e principal ajudante de ordens de Bolsonaro é o delator do esquema golpista. Atuava como porta-voz do então presidente na articulação e mantinha canais de comunicação com os demais envolvidos. Registros do decreto golpista foram encontrados em dispositivos eletrônicos de Mauro Cid.

 

Ailton Gonçalves Moraes Barros

Militar da reserva, atuou em operações estratégicas de desinformação, incitava militares e difundia os ataques virtuais idealizados pelo grupo.

Angelo Martins Denicoli

Major da reserva, fazia o elo do grupo criminoso com o influenciador Fernando Cerimedo e participou de reunião de elaboração do relatório apresentado pelo Instituto Voto Legal (IVL), contratado pelo PL, partido de Bolsonaro, para prestar serviços de auditoria do funcionamento das urnas eletrônicas.

Bernardo Romão Correa Netto

Coronel do Exército, então assistente do Comandante Militar do Sul, promoveu ações táticas para convencer e pressionar o alto comando do Exército a ultimar o golpe.

Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

Presidente do Instituto Voto Livre, contratado pelo PL, partido de Bolsonaro, para prestar serviços de auditoria do funcionamento das urnas eletrônicas. Núcleo de operações estratégicas de desinformação, que propagou notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizou ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do grupo.

Cleverson Ney Magalhães

Coronel de Infantaria lotado no Comando de Operações Terrestres, promoveu ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe.

Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira

Comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter), aceitou coordenar o emprego das forças terrestres e se comprometeu a executar as medidas necessárias para a consumação da ruptura institucional, caso o decreto fosse assinado por Bolsonaro.

Fabrício Moreira de Bastos 

Coronel, promoveu ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe.

Fernando de Sousa Oliveira

Ex-secretário executivo da Segurança Pública do DF, coordenou o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro no poder

Giancarlo Gomes Rodrigues

Sargento do Exército que era cedido à Abin, atuava no núcleo central de contrainteligência da organização criminosa que, por meio dos recursos e ferramentas de pesquisa da Abin, produzia desinformação contra seus opositores. Era subordinado a Marcelo Araújo Bormevet.

Guilherme Marques de Almeida

Tenente-coronel. No celular dele foram encontradas a produção e disseminação massiva, inclusive por meio de listas de transmissão em aplicativos de mensagens instantâneas, de conteúdo falso e antidemocrático.

Hélio Ferreira Lima

Um dos kids pretos envolvidos no monitoramento e plano de assassinato de autoridades da República. Monitorou o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Marcelo Araújo Bormevet

Policial federal que era cedido à Abin. O núcleo atuava como central de contrainteligência da organização criminosa que, por meio dos recursos e ferramentas de pesquisa da Abin, produzia desinformação contra seus opositores. Era superior a Giancarlo Gomes Rodrigues.

Marcelo Costa Câmara

Coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, responsável por coordenar as ações de monitoramento e neutralização de autoridades públicas.

Márcio Nunes de Resende Júnior

Coronel do Exército, promoveu ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe.

Mário Fernandes

General do Exército e ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, comandou os kids pretos, força de elite do Exército. Ficou responsável por coordenar as ações de monitoramento e assassinato de autoridades públicas, além de realizar a interlocução com as lideranças populares ligadas ao dia 8 de janeiro de 2023.

Marília Ferreira de Alencar

Delegada de Polícia Federal e então diretora de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública, coordenou o emprego das forças policiais para sustentar a permanência ilegítima de Bolsonaro no poder.

Nilton Diniz Rodrigues

General assistente do então comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes, promoveu ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe.

Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho

Então integrante de programas de rádio e TV exibidos pela emissora Jovem Pan e influenciador com grande capacidade de penetração no meio militar, pelo fato de ser neto do ex-presidente da República General João Baptista Figueiredo. Utilizou transmissões na internet para expor militares que não se alinharam aos golpistas.

Rafael Martins de Oliveira 

Um dos kids pretos envolvidos no monitoramento e plano de assassinato de autoridades da República. Monitorou o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Reginaldo Vieira de Abreu

Coronel do Exército, então chefe de gabinete na Secretaria-Executiva da Presidência. Participou do núcleo de operações estratégicas de desinformação, que propagou notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizou ataques virtuais a instituições e autoridades que ameaçavam os interesses do grupo.

Rodrigo Bezerra de Azevedo

Um dos kids pretos envolvidos no monitoramento e plano de assassinato de autoridades da República.

Ronald Ferreira de Araújo Júnior

Tenente-coronel do Exército, promoveu ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe.

Sérgio Ricardo Cavaliere de Medeiros

Tenente-coronel, promoveu ações táticas para convencer e pressionar o Alto Comando do Exército a ultimar o golpe.

Wladimir Matos Soares

Agente da PF, disponibilizou à quadrilha informações sensíveis da segurança do então presidente eleito Lula. Foi escalado para trabalhar na posse de 1º de janeiro. Havia sido convidado para trabalhar na equipe de Bolsonaro caso o candidato derrotado “não entregasse a faixa presidencial”. Participou do monitoramento e plano de assassinato de autoridades.


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