quarta-feira, 3 de abril de 2013

“Seca é cíclica e previsível; soluções devem ser duradouras”, diz chefe da Embrapa Semiárido

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A seca é antiga, cíclica, previsível e pode-se conviver com ela de maneira sustentável, desde que se faça uso de soluções tecnológicas e alternativas adequadas. Esta foi uma das afirmativas de destaque feitas pelo chefe-geral da Embrapa Semiárido (Petrolina/PE), Natoniel Franklin de Melo, em palestra sobre tecnologias da Embrapa aplicadas ao Semiárido, em audiência pública na Assembleia Legislativa de Sergipe semana passada.
Atendendo a convite do deputado estadual João Daniel, e acompanhado pelo chefe-geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), Edson Diogo Tavares, Natoniel falou para um parlamento lotado de deputados, prefeitos de municípios castigados pela seca, agentes públicos das três esferas de governo, dirigentes de movimentos populares ligados ao campo e populações tradicionais – MST, Quilombolas, Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Sergipe (Fetase), entre outros.
Na audiência intitulada ‘Adaptação, desafios e perspectivas da seca no Semiárido’, o chefe de uma das oito Unidades da Embrapa localizadas no Nordeste fez uma caracterização da região e seus aspectos climáticos e de solo, além de abordar aspectos relevantes na adaptação do pequeno agricultor na região do Semiárido sergipano e nordestino.
“O primeiro ponto que devemos ressaltar é que o Semiárido brasileiro não é uma região tão uniforme quanto se imagina. Dentro dele encontramos cerca de 110 unidades de paisagem distintas, com condições de clima, solo e vegetação diferentes, e as soluções devem ser adequadas a cada caso específico. Não dispomos de uma tecnologia que possa ser aplicada de forma geral a todo o Semiárido”, explica.
Outro aspecto crucial frisado pelo chefe-geral da Embrapa Semiárido é que a água é o componente essencial de todos os agroecossistemas em questão. Segundo ele, as tecnologias e alternativas de captação e aproveitamento da escassa água da região são o principal fator de uma convivência sustentável com a falta de chuvas.
“As variadas técnicas de captação da água da chuva, extração de águas subterrâneas e tratamentos para redução de sua salinidade, a construção de barragens subterrâneas, entre outras, são fundamentais para que as tecnologias agrícolas tenham sucesso”, reforçou.
Entre as soluções destacadas por Natoniel estão materiais genéticos desenvolvidos pela Embrapa e adaptados às condições do Semiárido, como as variedades de milho Gorutuba e Caatingueiro, o uso de inoculantes com bactérias diazotróficas que dão maior resistência às plantas nessas condições, técnicas de manejo adequado das culturas e sugestões de diversificação da produção com fruteiras resistentes à seca, como o umbuzeiro e forrageiras e leguminosas que podem servir de alimento para os animais, como o sorgo e a gliricídia.
O pesquisador defendeu medidas de natureza não emergencial, mas estruturantes e duradouras. “Num período de seca severa como estamos atravessando agora, não há muito o que se fazer a não ser se preparar para o longo prazo, com implementação de práticas que se tornem de fato políticas de Estado”, defendeu.
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