segunda-feira, 15 de abril de 2013

30% da carne consumida no País não passam por nenhuma fiscalização




carne-clandestina
Sangue escorrendo livremente pelo chão, o ranger do serrote cortando ossos e pedaços de carnes jogadas por cantos imundos e fétidos. Essa cena se repete diariamente em matadouros e frigoríficos localizados, principalmente, em cidades do interior do Brasil. Um levantamento nacional, feito durante nove meses pela ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, constatou que 30% da carne consumida no País não passa por nenhuma fiscalização.
Já o estudo elaborado pela Amigos da Terra constatou que 70% dessa carne não é clandestina. Ou seja, apesar de imprópria para o consumo, ela passa facilmente pelos mecanismos de fiscalização governamentais, pois transita por frigoríficos e abatedouros autorizados a funcionar, com a aprovação concedida por médicos veterinários que têm o dever de atestar a origem e a qualidade do que será levado à mesa dos brasileiros.
Atualmente, 1,39 mil frigoríficos abatem 29,8 milhões de cabeças de gado por ano no Brasil. Desse total, apenas 206 estabelecimentos são fiscalizados pelo governo federal, onde existe um controle eficiente. Nos demais, a inspeção fica a cargo das administrações estaduais e municipais. As fraudes, segundo o estudo da ONG, ocorrem principalmente nesses últimos. “Percebemos que 80% desses estabelecimentos não possuem nenhuma condição de higiene e estrutura para estarem abertos. Pode-se dizer que são iguais, ou muito próximos, dos frigoríficos clandestinos”, diz Smeraldi. “E o pior: a presença do veterinário, quando existe, não funciona.”
Na prática, muitos dos veterinários contratados apenas assinam a liberação da carne, sem fazer nenhum tipo de verificação no gado ou nas condições do abate. O resultado do trabalho da ONG foi apresentado, na semana passada, à Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável do Senado. Parlamentares sugeriram a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as condições sanitárias de toda carne vendida no Brasil. Certamente, o Conselho Federal de Medicina Veterinária será parte das investigações. Na comissão também transita uma proposta para que seja elaborado projeto de lei visando unificar a fiscalização, como ocorria no passado.
A maioria dos municípios, 68%, nem sequer têm um serviço de inspeção instalado. “O grande problema está no abate não inspecionado, o chamado clandestino oficial”, diz Péricles Pessoa Salazar, presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo). Essa carne, mais barata, normalmente é destinada aos açougues de bairro ou pequenos estabelecimentos populares nas periferias. Até a carne seguir para os pontos de venda, ela deve ser acompanhada por dois profissionais da área veterinária: o veterinário RT, responsável pelas condições da estrutura e higiene dos abatedouros e frigoríficos, e o fiscal veterinário, especializado em saúde animal, que acompanha todo o procedimento de abate. Porém, a presença desses profissionais, muitas vezes, é pró-forma. Existe apenas no carimbo deixado por eles mesmos no local. (Da IstoÉ)

Ausente no ato bolsonarista, Musk comenta nas redes e volta a atacar Moraes

O bilionário disse que não existia uma manifestação pró Alexandre de Moraes “porque ele é contra a vontade do povo" Elon Musk e Alexand...