terça-feira, 12 de novembro de 2013

Diretor da Fazenda Milano desabafa: “Peço que os invasores deixem nossos funcionários trabalharem em paz”

José Gualberto 
Em uma extensa carta enviada à imprensa na tarde desta terça-feira (12), o diretor da Fazenda Milano, localizada em Santa Maria da Boa Vista (PE), no Sertão do São Francisco, José Gualberto Almeida, faz um desabafo sobre a situação que a fazenda vive há um mês, quando um grupo do Movimento Sem Terra (MST) invadiu o local. A ocupação estaria inviabilizando a produção da fazenda.
Na carta, José Gualberto relata toda a história da Milano e ressalta que mais de 300 famílias sobrevivem da produção da empresa. Ele faz questão de destacar que o local é produtivo, que serve inclusive como campo experimental para projetos da Embrapa e das universidades da região.
Confiram:
Instalada desde 1970 na região do Sertão do São Francisco, em Pernambuco, a Fazenda Milano foi a pioneira em implantação de modernos sistemas de irrigação, como gotejamento, auto propelidos e pivot central, entre outros.
Por ela passaram todos os empreendedores que se instalaram no Vale do São Francisco, nas décadas de 1970, 1980 e 1990, e que hoje seguem produzindo suas culturas e gerando emprego e renda.
A Milano manteve, desde seu início, programas de estágios para agrônomos e técnicos agrícolas, em convênios com universidades e escolas agrícolas, ajudando os estudantes a completarem sua formação.
Contratou dezenas de técnicos em viticultura no Rio Grande do Sul, que vieram se fixar na região e hoje fazem parte da base forte, técnica e econômica local. Dezenas de ex-funcionários da fazenda são hoje produtores na região.
A Milano foi também pioneira em ações sociais, com a implantação de escolas, ambulatório médico de alta qualidade, centros de lazer e esportivos e templos religiosos.
A fazenda foi implantada a partir de recursos próprios de empresários paulistas, recursos da Sudene, do próprio grupo e financiamentos do Bandepe e Banco do Brasil, como todo grande empreendimento no País.
Passaram pela Milano, ao longo de sua exitosa existência, quase dez mil empregados. E não há sequer uma ação trabalhista contra a empresa, reflexo do tratamento justo, respeitoso e honesto que a empresa sempre manteve e continua mantendo com seus colaboradores.
Atualmente, a Fazenda Milano conta com mais de trezentas famílias vivendo de sua produção. São quase mil pessoas, trabalhando na terra, dela vivendo e residindo em vilas dotadas de infraestrutura completa, contando com água, esgoto, iluminação pública e acesso à internet.
A escola lá instalada, construída pela Milano, em terreno da fazenda, foi considerada várias vezes a melhor do município, ao longo dos últimos anos. Doada pela Fazenda Milano ao povo de Santa Maria da Boa Vista, ela atende hoje crianças de toda a região.
Da mesma forma aconteceu com o posto de saúde, que construído pela fazenda, atende toda a população da região, com médico e enfermeiras. O posto também foi doado ao município pela Milano.
A Fazenda Milano produz atualmente uvas, mangas, maracujá, feijão, milho, leite, queijos, goiaba, vinhos e sucos e mantém campos experimentais de pesquisa em convênio com universidades e com a Embrapa.
A Milano foi pioneira na produção de sucos, vinhos, uva de mesa em escala comercial e inaugurou o ciclo de exportações de frutas para o mercado mundial. Tal fato está por trás das centenas de milhares de empregos gerados hoje no Vale do São Francisco, que fizeram o extraordinário crescimento da região de Petrolina.
Reafirmando, mais uma vez, seu pioneirismo, está neste momento, implantando, juntamente com a Embrapa, campos de pesquisas para produção de citrus. Confirmada a vocação da região para mais este tipo de produção, teremos um novo produto de largo consumo mundial, capaz de ocupar terras a serem incorporadas ao sistema produtivo.
Assim tem sido a vida da Fazenda Milano ao longo dos últimos 43 anos, sem deixar de produzir um dia sequer, com ou sem crises econômicas.
Ao mesmo tempo, nos deixa tristes olhar ao nosso redor e observar os inúmeros assentamentos de trabalhadores rurais sem terra, abandonados ao seu próprio destino, sem produzir um hectare sequer e vivendo sem as condições básicas que são direito de qualquer ser humano. Ocuparam terras antes produtivas e equipadas com infraestrutura de irrigação, mas, sem assistência técnica adequada e uma liderança responsável, jogaram toda essa riqueza fora e hoje seguem sem futuro e sem esperança.
Queríamos nós, que todos os sem terra assentados em nossa região tivessem a qualidade de vida que têm os funcionários da Milano. Mas, infelizmente, por razões que fogem à nossa competência e responsabilidade, eles estão vivendo de forma indigna, dependentes de esmolas governamentais e de cestas básicas doadas pela Prefeitura.
Convido todos a visitarem a fazenda Milano e a região, para verificarem, in loco, todas estas informações que aqui relato. Será um prazer recebê-los.
Finalmente, peço que a verdade seja restabelecida, que os invasores da Fazenda Milano deixem os nossos funcionários produzirem e trabalharem em paz e que a região volte a ter a paz e a serenidade necessárias para garantir a produção plena, proporcionando a Pernambuco o desenvolvimento equilibrado, justo e sustentável de que tanto o nosso Estado precisa. Fonte: Carlos Brito
José Gualberto Almeida/ Diretor da Fazenda Milano

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