terça-feira, 26 de junho de 2018

Greve geral na Argentina derrota modelo Macri-Temer e fortalece Lula livre

(Por:César Fonseca é repórter de política e economia, blogueiro e editor do Independência Sul Americana)
MAXI FAILLA
                                                                                                                                                                                     (247)

Lição política latino-americana
Uma coisa é certa: a greve geral na Argentina derrota o modelo Macri, que é o mesmo de Temer, ditado de Washington, e fortalece movimento Lula livre.
Enquanto a população brasileira está envolvida pela Copa, mas alerta de que ela não enche barriga, na Argentina, onde a alvi-celeste está pior que a amarelinha, o pau está quebrando, com greve geral, que paralisou o país, hoje.
O golpe bateu fundo no estômago de Macri.
Caiu na real que não conseguirá se reeleger se tiver de carregar a receita do FMI nas costas.
Pediu diálogo.
Os sindicalistas argentinos estão dando uma grande lição de política latino-americana.
Obrigou o governo macrista, dirigido pelo mercado financeiro, o mesmo que age no Brasil de Temer, o ilegítimo, a recuar.
Nova política econômica deverá ser resultado dessa greve geral.
Social democracia keynesiana
O viés keynesiano social democrata europeu da política econômica argentina, que está na base do peronismo e da Cepal, reagiu aos ultraliberais, adeptos de Martinez de Oz, serviçal neoliberal de Washington, nos governos milatares, e de Domingos Cavallo, no governo Menem.
Ambos são professores do atual ministro das Finanças de Macri, cria de Washington e de Wall Street, cujos experimentos em cima do povo argentino levaram-no à greve geral.
Os trabalhadores, com a greve geral de hoje, disse basta a Macri.
Quando os sindicalistas brasileiros farão como os argentinos para dar basta a Temer, ilegítimo, ao contrário de Macri, que, pelo menos, é legítimo, eleito nas urnas?
Nova etapa politica latino-americana
A bancarrota neoliberal Macri, que somente se mantém em pé com ajuda de Trump/FMI, abre nova etapa política, na Argentina, cuja seleção, em Moscou, balança.
Macri, com a greve, passou a balançar, também.
Mudou correlação de forças politicas no País, graças à mobilização popular.
UNIÃO DO RUIM COM O PÉSSIMO
O debate sobre melhor distribuição da renda, no país, se transformou em fator número um da atual etapa política, com argentinos escravizados pelo modelo financeiro do Consenso de Washington.
Polarizaram-se as posições no estresse neoliberal macrista, tão desastroso quanto o do ilegítimo colega brasileiro.
O FMI, como porta-voz dos bancos, exige estado mínimo radical, como tenta impor Macri, mas a greve geral barrou.
Não dá, disseram os argentinos, para engolir o remédio neoliberal que Washington exige, de tudo para o capital financeiro e nada para o trabalho.
Os sindicalistas argentinos fizeram o que os sindicalistas brasileiros não fizeram diante do golpe neoliberal contra Dilma e a prisão de Lula.
A greve geral argentina está ensinando ao Brasil que ela é a única linguagem que entendem o governo neoliberal, os bancos e as grandes corporações, que dominam, atualmente, o estado argentino.
Nova correlação de forças
Se as centrais sindicais, que se beneficiaram do governo Lula e Dilma, tornando-se interlocutores políticos, reagissem contra o golpe a história poderia ou não ter sido outra?
O fato é que, na Argentina, emerge novo contexto histórico, que coloca em xeque os limites do modelo neoliberal, como proposta econômica, social e política.
Não passou no teste por não ser, realmente, proposta válidade de política nacional integradora, soberana etc.
A realidade está mostrando o contrário, com a população odiando o comandante do neoliberalismo, no País, Michel Temer: menos de 3% nas pesquisas.
Seus resultados são desastrosos: 13 milhões de desempregados, mais de 30 milhões de desocupados.
Um mercado de 40 milhões de consumidores, que não consomem, vive no anticapitalismo, como destaca o deputado e economista mineiro Reginaldo Lopes(PT-MG).
O neoliberalismo não se preocupa com o consumo como fator de desenvolvimento, mas de reprodução capitalista, apenas, por meio da especulação financeira, especialmente, sobre a dívida pública nacional.
A existência do povo incomoda ao regime econômico que tem sua lucratividade, apenas, na manipulação da moeda e não por meio das atividades produtivas.
Estas, para o capital financeiro especulativo, são problemas, ao envolver antagonismo entre capital e trabalho.
Melhor, acabar com o povo, descartado como produto de riqueza, agora, multiplicada na mera especulação, como destacou o sociólogo Boaventura, português.
Na Argentina, a greve geral, muda essa situação.
Consequentemente, fortalece o movimento político favorável a Lula livre, cuja proposta, historicamente, demonstrou ser oposta à destruição executada pelo modelo neoliberal.
A receita neoliberal concentra renda, a de Lula desconcentra e empodera politicamente os trabalhadores, na luta política, social e econômica.
Sem essa receita, não nascem greve gerais dos trabalhadores contra os seus exploradores, para mudar a correlação de forças políticas.

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