Produzido em Pernambuco, o veículo "Vamo" deve chegar às ruas em um ano para facilitar a mobilidade dos centros urbanos
Uma carga total, que dura entre duas e três horas, deve garantir 100 quilômetros de autonomia ao veículoFoto: Divulgação
Falar em carro elétrico não é mais uma coisa
do futuro, muito menos coisa de chinês. É que a empresa pernambucana de
tecnologia e mobilidade urbana Serttel desenvolveu o protótipo do primeiro
automóvel abastecido com eletricidade do Brasil. É o Veículo Alternativo para
Mobilidade (VAMO), que deve chegar às ruas em um ano. A intenção da Serttel, no
entanto, não é vender a tecnologia, mas usá-la em sistemas de carros
compartilhados para facilitar a mobilidade dos centros urbanos.
O protótipo foi desenvolvido
nos últimos seis meses no Parque Tecnológico de Eletroeletrônicos e Tecnologia
Associada (Parqtel), na Zona Oeste do Recife, e foi apresentado no workshop
"Energias Renováveis e Inovações Interconectadas". No evento, o
“esqueleto” do que será o Vamo chamou atenção por conta do modelo inovador. É
que o carro elétrico pernambucano conta com apenas três rodas: uma na frente e
duas atrás. Para a Serttel, é como um triciclo protegido.
“O que temos hoje é o chassi
do Vamo. Ainda vamos colocar a carenagem. Então, será um carro fechado, com
cinto de segurança e, se houvesse necessidade, até air-bag”, tranquiliza o
presidente da Serttel, Ângelo Leite. A empresa ainda garantiu que a ausência da
segunda roda dianteira não vai atrapalhar a estabilidade, porque o modelo foi
desenvolvido em parceria com duas empresas holandesas que fabricam carros de
corrida neste mesmo formato. “O veículo resolve isso eletronicamente,
inclinando-se nas curvas para manter a estabilidade”, contou o diretor de
smartcitie da Serttel, Rudrigo Maciel.
Outra diferença está no porte
do veículo, que é menor que os carros comerciais com 2,4 metros de comprimento
e um metro de largura. Há uma versão que conta apenas com lugar para o
motorista, mas também haverá opções com assento de passageiro. Mesmo assim, a
Serttel garante que a experiência de dirigir será semelhante à de um veículo
comum. É que o Vamo terá as mesmas proporcionalidades e elementos de qualquer
carro. Depois da modelagem final, vai ganhar até ar-condicionado e direção
elétrica, mais leve que a hidráulica. O câmbio também será elétrico, por isso o
Vamo não terá marchas e funcionará como um carro automático.
Em termos de potência, no
entanto, há algumas especificidades, já que o motor elétrico é tradicionalmente
mais potente que os de combustão. “O torque elétrico é constante do início ao
fim, por isso é mais potente e já bateu recordes de velocidade. Pensando nisso
e lembrando que este será um carro de uso urbano, limitamos a velocidade do
Vamo para 60 km/h, a fim de proteger o motorista e garantir uma saída suave”,
detalhou Maciel. Ele ainda lembrou que, por ser elétrico, o Vamo precisa ser
carregado quando desligado. Para isso, a Serttel desenvolveu eletropostos
semelhantes às bombas de combustíveis. Uma carga total, que dura de duas a três
horas, vai permitir que o carro rode por 100 quilômetros.
Segundo a Serttel, só falta
definir se a bateria do Vamo será de lítio para ter mais autonomia ou de chumbo
ácido para ser mais barata. Mas a intenção da empresa é produzir cada carro com
até 3 mil euros. O preço, no entanto, não deve chegar ao consumidor. Por
enquanto, o Vamo será produzido em pequena escala para ser usado em sistemas de
compartilhamento, como o das bicicletas Bike PE. “Se houver procura para
compra, teremos que rever o projeto e construir uma planta industrial para
produzir em larga escala. Então, o preço também será revisto”, frisou Leite.
(Folhape).
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