sábado, 13 de outubro de 2018

Paula Guerra, mais uma vítima do ódio nas eleições

Funcionária da Fundaj foi agredida, seriamente, no último domingo, por pura radicalização e extremismo político

   Por: Folha de Pernambuco
Paula Guerra foi atacada por uma mulher em um bar no Recife
Paula Guerra foi atacada por uma mulher em um bar no RecifeFoto: Paullo Allmeida/Folha de Perambuco


O crescimento das agressões por divergências políticas tem marcado a eleição geral deste ano. Nos últimos dias, vários casos de violência foram registrados em todo o País. No Recife, uma das ocorrências mais graves é o da servidora pública Paula Pinheiro Ramos Pessoa Guerra, que foi agredida por outra mulher, no último domingo (7), após uma discussão em um bar. Ela recebeu alta na última quarta-feira (10) e prestou queixa na quinta (11). Na ocasião, Paula usava bottons e adesivos em apoio ao candidato Ciro Gomes e ao movimento #ele não - contra o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL).

Muito abalada, em entrevista à Folha de Pernambuco, Paula detalhou o que aconteceu no dia da eleição e afirmou que nunca imaginou passar por essa situação. “Eu sempre fui muito ligada em política. E esse ano, mais do que nunca, porque a gente está vendo uma situação que eu esperava nunca ver”, comentou. Ela explicou que decidiu ver a apuração dos votos no bar que costumava frequentar e, ao sair para fumar, um grupo de pessoas que estava sentado na primeira mesa do estabelecimento iniciou uma discussão e, em tom ameaçador começou a questionar se ela "sabe o que é uma arma" ou se "já viu uma arma". 

Para se precaver, ela gravou vídeos dos envolvidos e voltou à sua mesa. Pouco tempo depois, a agressora, que não estava na hora da discussão, chegou pedindo o celular da vítima. "Eu disse ‘eu não vou dar o meu celular’. Aí foi quando ela deu o primeiro murro e eu já fiquei desorientada. Foi uma sequência de agressões, no braço, nos dois olhos, estou todo roxa, toda dolorida. E ela ainda conseguiu, no final, pegar o meu celular e estourar no chão”, contou Paula. 

A servidora pública conta que, durante a agressão, a sua roupa foi rasgada e todos os bottons que ela usava foram arrancados. Porém, ela garante que voltará a usá-los no dia da votação do segundo turno. “Eu vou fazer isso no dia da eleição (usar o material). É assustador. Muito assustador. Eu não sei direito o que pensar do futuro, como vai ser o nosso futuro. Mas enquanto houver um fiozinho de esperança eu estou agarrada nele”, disse. 

Paula afirmou, ainda, estar com medo de sair de casa e disse que recebeu orientações para evitar as redes sociais. “São várias agressões, não é o que eu classifico como uma democracia, uma eleição em um país democrático. Eu acho que a coisa está bem desenfreada. Estou muito assustada. É barbárie total”, comentou. 

Por meio de nota, a Fundaj - local de atuação da servidora espancada - afirmou que repudia qualquer tipo de violência e que defende a apuração dos fatos pelas autoridades policiais e a punição devida dos envolvidos com as agressões sofridas pela servidora. A Fundação também se colocou à disposição “para ajudá-la no que for necessário”. 

A secretária da Mulher do Governo de Pernambuco afirmou que o caso de Paula está sendo acompanhado. “A Secretaria da Mulher vai monitorar todo esse processo por se tratar de uma mulher, as nossas estruturas de proteção estão à disposição da vítima”, pontuou. “Eu acho que violência é o caminho mais ignorante que se tem para resolver qualquer coisa. A gente pode divergir, ter ideias divergentes, mas até onde eu sei nós somos seres civilizados. Abaixo a violência, sempre”, finalizou Paula.



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