segunda-feira, 21 de maio de 2018

Pacientes e profissionais vivem caos com superlotação no Agamenon Magalhães

Presidente do Cremepe diz que há casos em que uma ressuscitação necessária não tem condições de ser realizada e Secretaria Estadual de Saúde não se posiciona.


Mesmo com superlotação, emergências do Hospital Agamenon Magalhães continua recebendo pacientes. Foto: Osnaldo Moraes/DP (Mesmo com superlotação, emergências do Hospital Agamenon Magalhães continua recebendo pacientes. Foto: Osnaldo Moraes/DP)
Mesmo com superlotação, emergências do Hospital Agamenon Magalhães continua recebendo pacientes. Foto: Osnaldo Moraes/DP

Queixas de pacientes e familiares de pacientes relacionada aos problemas decorrentes de superlotação nas emergências do Hospital Agamenon Magalhães (HAM), no bairro de Casa Amarela, Região Noroeste do Recife, viraram denúncia pública na Internet. O Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) publicou em sua fanpage uma denúncia acompanhada de um vídeo intitulado Blitz Simepe, realizado às 8 horas da quinta-feira. “Isso aqui fere tudo que se possa esperar de respeito ao cidadão”, diz o presidente do sindicato, Tadeu Calheiros. “Tem que tomar uma medida enérgica para restringir o atendimento”, avaliou há pouco o presidente do Conselho Regional de Medicina em Pernambuco (Cremepe), André Dubeaux.

“É um espaço para vinte leitos que tem mais dez ou mais (improvisados), inclusive com macas no chão, puxadas por corda”, descreveu Márcio Pimentel, que acompanha um irmão. “Assistência é boa, mas ficam gerando mais atendimentos. Falta material porque é muita gente”, avalia. O posicionamento é o mesmo do presidente do Cremepe. “Se não resolver o problema do fluxo de pacientes (encaminhados pelas unidades) do Interior para a Capital não vai vai ter solução”, afirma, acrescentando que o problema é antigo, como constatou quando trabalhava no HAM, de 1993 a 1999, mas não tão grave como agora.

Para  André Dubeaux, “o problema (das emergências do HAM) está aquém da possibilidade de solução”. Na denúncia publicada na Internet são citados corredores superlotados, pessoas em macas no chão, na recepção, expostas ao sol e até próximo da porta de um banheiro, além da falta de materiais básicos e escala defasada para a demanda da unidade. “É estarrecedor, é cenário de horror”, diz o presidente do Simepe. 

André Dubeaux destaca que além da questão do fluxo de pacientes do Interior, as demais unidades de saúde da área não dão conta de atendimentos simples, como é o caso da Policlínica e Maternidade Professor Barros Lima, vinculado à Prefeitura do Recife. “A Barros Lima também tem problemas porque não foram chamados todos os profissionais”, diz, acrescentando que, por prática, o caso foi encaminhado para o Ministério Público de Pernambuco (MP-PE).

Secretaria de Saúde admite superlotação

A assessoria de Comunicação Social da Secretaria Estadual de Saúde (SES) divulgou nota sobre o vídeo da blitz do Sindicato dos Médicos de Pernambuco (Simepe) no Hospital Agamenon Magalhães (HAM), que tem circulado nas mídias sociais. A direção da unidade reconhece a grande demanda nas emergências do serviço. No entanto, o HAM segue cumprindo seu papel de prestar assistência com prioridade para os casos mais graves, sem recusar nenhum paciente que procura o serviço, mantendo as portas sempre abertas. Todo mês, mais de 5 mil pacientes são atendidos na emergência, além de quase 20 mil internações e mais de 200 mil procedimentos ambulatoriais por ano. 

Importante ressaltar, ainda, que a unidade vem registrando o aumento da procura pelos usuários, tanto pela perda do plano de saúde de parte da população; pela localização geográfica da unidade, que facilita o acesso; além da baixa resolutividade da atenção básica; e da excelência dos serviços ofertados pelas equipes multiprofissionais do HAM, que faz com que a população confie no serviço. A SES lamenta que estas causas não tenham sido citadas pelo vídeo produzido pelo Simepe.

Além disso, ao contrário da afirmação do Sindicato, a unidade está abastecida de insumos, com a maioria das escalas de profissionais completas e não há acomodação de pacientes em banheiros, nem no chão.  A direção do HAM informa, ainda, que a equipe de Engenharia da unidade atua de forma rotineira na prevenção de danos estruturais e está trabalhando para eliminar os pontos de infiltração em alguns espaços do hospital, provenientes das chuvas ocorridas nas últimas semanas. E vale destacar que a unidade vem ampliando a oferta de serviços ano a ano. Além do aumento de produção, o Agamenon Magalhães ampliou o serviço de hemodinâmica para atendimentos em tempo integral, 24h por dia, realizando o diagnóstico e tratamento de problemas cardíacos e também ampliou em 14 os leitos de UTI, sendo oito de clínica geral e seis na unidade coronariana.

Por fim, sobre a rede de assistência cardiológica em Pernambuco, a Secretaria Estadual de Saúde esclarece que, até 2010, apenas o Procape e o Hospital Agamenon Magalhães (HAM) realizavam esse tipo de atendimento. Desde então, os serviços cardiológicos foram ampliados em mais de 150%, com o reforço dos hospitais Dom Helder Câmara, no Cabo de Santo Agostinho; Pelópidas Silveira, às margens da BR-232, no Recife; e, mais recentemente, pelo Hospital Mestre Vitalino, localizado em Caruaru – todos ofertando toda a linha de cuidado cardiológico, com suporte de emergência, internação, ambulatório para egressos,  hemodinâmica e cirurgia. Juntas, estas três unidades realizam 7,6 mil atendimentos de urgência por mês, com 2,1 mil internações. Além disso, a rede de atendimento de emergência aos pacientes com problemas cardíacos conta com 15 UPAs e 13 hospitais regionais, que estão equipados com eletrocardiógrafos e suporte da Telemedicina, aptos a prestar o primeiro atendimento e realizar o diagnóstico precoce do infarto agudo do miocárdio – o que é um ganho no tratamento do paciente.

O Governo de Pernambuco também tem feito grandes investimentos na prevenção das doenças cardiovasculares. Por isso, as Unidades Pernambucanas de Atendimento Especializado (UPAEs), já em funcionamento em dez municípios do Interior, com custeio integral do governo pernambucano, ofertam exames específicos e consultas ambulatoriais com cardiologistas e endocrinologistas. Isso evita que hipertensos, cardiopatas e diabéticos tenham o agravamento de seus quadros ou qualquer tipo de intercorrência, necessitando de internação hospitalar. Apenas em 2017, as UPAEs realizaram mais de 410 mil consultas médicas de pacientes encaminhados pela atenção básica e 950 mil exames.(DP).



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