domingo, 17 de setembro de 2017

BOULOS AO 247: CONTRA TEMER HÁ PROVAS; CONTRA LULA, CONVICÇÕES

Divulgação | Agência Brasil | Ricardo Stuckert

Por Alex Solnik e Leonardo Attuch
Co-fundador e militante do MTST, do movimento Povo sem Medo e do Vamos, Guilherme Boulos diz, nessa entrevista à TV 247 que “o governo Temer está envolvido num esquema com provas contundentes”. Para ele, “há provas suficientes para que Temer não continue no comando do país”. “Temer não tem condições políticas pra terminar esse governo” afirma. Boulos critica a atuação de Janot no caso JBS: “Eu acho que o calcanhar de Aquiles do Janot seguramente nesse caso da JBS é o Marcelo Miller. Essa relação está muito mal explicada”. Para ele, “isso enfraquece a denúncia, coloca a denúncia em cheque”. “Nós temos um consenso na sociedade brasileira contra o governo Temer. Ele conseguiu realizar a profecia de unir o Brasil. Contra ele. Temer não tem condições políticas de terminar esse governo”. Boulos também defende o direito de Lula se candidatar a presidente em 2018: “O ataque judicial ao Lula, no meu entendimento, é parte do mesmo processo que resultou no golpe no país”. Leia abaixo alguns trechos e veja a íntegra.
LEONARDO ATTUCH: Muita gente tinha expectativa de que com a segunda denúncia do Janot o governo Temer pudesse aparentemente balançar, mas aí houve uma reviravolta muito grande, a prisão do Joesley, a base do governo Temer desmoralizada. Como é que você está vendo? Temer vai até o final? Uma das condições para que ele saísse seria a mobilização popular, que também não está acontecendo. Qual o seu cenário?
GUILHERME BOULOS: Evidentemente, não é possível hoje no Brasil traçar prognósticos para além de uma semana e olhe lá. Agora, o governo Temer está envolvido num esquema com provas contundentes. A mala de dinheiro no apartamento do Geddel... a mala do Rocha Loures...
LEONARDO: Malas e malas...
BOULOS: É o escândalo das malas! E a própria gravação do Joesley Batista. Então, veja: você tem provas suficientes para que Temer não continue no comando do país. Não são apenas convicções de um procurador do Ministério Público. Há provas nesse caso. No entanto, Temer continua controlando o Parlamento, conseguiu vencer a primeira denúncia montando um verdadeiro balcão de negócios a céu aberto, de emendas parlamentares, mas parece que deu alguns calotes... o que se diz em Brasília é que alguns deputados não receberam...
ALEX SOLNIK: Você não acha que pode ser uma jogada? Ele vai dizer assim: agora eu vou pagar tudo o que prometi. Ele é um negociante...
BOULOS: Essa história de caixeiro-viajante também tem que ver até onde vai...em tese, Temer não tem condições políticas pra terminar esse governo. Não teria condições políticas para estar aí onde está. Agora, veja: esse episódio das trapalhadas do Janot. Eu sou da opinião que Janot fez uma escolha. Ele se viu numa encruzilhada às vésperas de sair do cargo entre preservar o seu pescoço pós-saída e dar continuidade com força...
LEONARDO: Explica melhor. Muita gente até acha que esse caso do Marcelo Miller o número 2 do Janot atingiria o próprio Janot. E aí se voltou contra o número 2 pra se salvar.
BOULOS: Eu acho que o calcanhar de Aquiles do Janot seguramente nesse caso da JBS é o Marcelo Miller. Essa relação está muito mal explicada. O cara estava ali, de um lado do balcão, depois foi para o outro lado do balcão, ou seja que tipo de influência ele teve no fechamento do acordo? Mostra a completa falta de transparência com que as delações premiadas são conduzidas na Lava Jato. Quais são os critérios para uma delação ser aceita ou ser recusada? É falar o nome de alguém? É deixar de falar? É falar o nome de alguém que o ´procurador quer ouvir? Há uma falta completa de transparência nisso. Nessa zona cinzenta o Marcelo Miller operou, possivelmente com o aval do Janot ou não, não se sabe, e esse é o calcanhar de Aquiles.
ALEX: Como você acha que apareceu essa fita? Foi descuido?
BOULOS: Eu não acredito em descuido...
LEONARDO: Provavelmente eles sabiam que apareceria e então se anteciparam...
ALEX: Mas como eles se gravaram?
BOULOS: Precisa ver se foi no gravador deles ou foi alguma escuta. Também pode ter havido uma traição ali.
LEONARDO: Essa trapalhada fortaleceu o Temer?
BOULOS: Isso enfraquece a denúncia. Coloca a denúncia em cheque. É evidente que o acordo da delação premiada precisa ser colocado em cheque nesse caso. A própria condução do Janot deve ser colocada em cheque, principalmente depois desse fato no mínimo impróprio de ele aparecer ao lado do advogado Pierpaulo Bottini. O advogado da JBS tomando uma cerveja com o Janot. Isso não deve significar a perda da validade das provas.
LEONARDO: Como você vê a caçada implacável ao ex-presidente Lula, agora com a delação do Palocci?
BOULOS: O ataque judicial ao Lula, no meu entendimento, é parte do mesmo processo que resultou no golpe no país. É uma continuidade desse processo. A Lava Jato atuou decididamente pra derrubar a Dilma, fazendo operações-chave às vésperas das votações do impeachment... a gravação do Lula com a Dilma...a inviabilização do Lula é parte desse jogo.
LEONARDO: Diante de tudo isso que está acontecendo, não seria o caso de ter mais mobilização popular? Cadê o povo?
BOULOS: Nós temos um consenso na sociedade brasileira contra o governo Temer. Ele conseguiu realizar a profecia de unir o Brasil. Contra ele. Mas a indignação não se traduziu num processo de mobilização popular continuado contra ele.(247).
ALEX: Por que? 
Veja a resposta e outras opiniões de Guilherme Boulos assistindo à íntegra da entrevista.

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