As explosões gêmeas perto da linha de chegada da Maratona de Boston, na última segunda-feira (15), mataram três pessoas e feriram mais de 100, indicaram autoridades e a imprensa.
O chefe da polícia de Boston, Ed Davis, confirmou a morte de três pessoas, e, de acordo com a NBC News, entre os mortos está uma criança de oito anos. O governador de Massachusetts, Patrick Deval, informou que há mais de 100 feridos.
O Boston Globe noticiou que pelo menos 115 pessoas tinham sido levadas para sete hospitais das imediações. A rede de televisão CNN fala em 144 feridos, sendo 17 deles em estado grave. De acordo com um membro da equipe médica, em entrevista para a CNN, ocorreram ao menos dez amputações.
As duas explosões, em lugares bastante concorridos, aconteceram “simultaneamente”, disse o chefe Ed Davis.
As detonações ocorreram no centro da cidade, perto da linha de chegada da maratona anual. Uma suposta terceira explosão, na biblioteca JFK da cidade, acabou sendo identificada como um incêndio, sem relação com o episódio anterior, de acordo com a polícia.
Reação
Em mensagem à nação, o presidente Barack Obama disse que “não temos todas as respostas, ainda não sabemos quem fez isto ou por quê”, e evitou se referir a um ataque terrorista.
“Nós descobriremos quem fez isto e o faremos pagar”, acrescentou. “Quaisquer indivíduos ou grupos responsáveis sentirão todo o peso da Justiça”.
“Boston é uma cidade forte e resistente”, disse Obama, que pediu aos americanos que rezem pelos moradores da cidade.
Além de Boston, a segurança foi reforçada em Nova York e em Washington, principalmente, cidades-alvo dos atentados do 11 de Setembro.
O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, afirmou que a segurança estava sendo reforçada em “lugares estratégicos e infraestruturas críticas, incluindo o metrô”.
“Temos cerca de 1000 membros da NYPD (Polícia de Nova York) designados para tarefas de luta contra o terrorismo e eles — junto com toda a força da NYPD e com os investimentos feitos em infraestrutura para combater o terrorismo — estão sendo mobilizados para proteger nossa cidade”, indicou em um comunicado.
Imagens de sangue pelas calçadas e ruas cheias de escombros, equipes de socorro e macas mudaram a cobertura no noticiário e se espalharam pelo mundo.
O chefe de polícia pediu prudência à população, recomendando que as pessoas permaneçam em suas casas. O mesmo pedido foi feito pelo governador Deval Patrick.
“Vimos gente que perdeu as pernas”, contou Mark Hagopian, proprietário do Hotel Mark, perto da linha de chegada da maratona.
“Uma delas não tinha mais pernas na altura do joelho, mas estava viva”, acrescentou, confirmando ter ouvido duas explosões. Uma das deflagrações teria sido “enorme, sentimos seu sopro na nossa cara”.
Outro homem contava à rede CNN que uma das explosões foi tão forte que ele pensou que sua cabeça “ia explodir”. Segundo ele, “tinha muito pó, fumaça, vidros”, completou, acrescentando que viu várias pessoas “gravemente feridas”.
“Quando ouvimos as explosões, todo mundo se olhou e ficou mudo e, em minutos, a polícia chegou”, afirmou.
“Há membros humanos, restos de corpos”, disse Zara Bielkus, de 30, originária de Boston.
Alguns feridos foram tratados no local, na barraca de classificação da corrida, que fica após a linha de chegada e foi transformada em um centro médico improvisado. A maioria das vítimas foi rapidamente transferida para hospitais da cidade.
A Maratona de Boston é uma das mais tradicionais do mundo e teve sua primeira edição em 1897. Sempre é disputada na terceira segunda-feira de abril.
Neste ano, houve cerca de 27 mil participantes e dezenas de milhares de espectadores.
A prova atrai atletas de ponta, sendo que a grande maioria deles havia cruzado a linha de chegada praticamente duas horas antes das explosões.
As imagens da televisão americana mostraram que o incidente ocorreu quando o relógio oficial do evento marcava 4 horas e nove minutos desde a largada.
As explosões afetaram a Bolsa de Valores e os índices Dow Jones e S&P 500 fecharam em baixa.
Investigações
Obama afirmou que entrou em contato com o diretor do FBI, Robert Müller, e a secretária de Segurança Nacional, Janet Napolitano, para que “mobilizem os recursos necessários para investigar e responder”.
Segundo a CNN, o FBI já trabalha no caso como o faria perante um ataque terrorista, mas não foi informado quais linhas de investigação são seguidas pelas autoridades.
A polícia de Boston encontrou pelo menos dois artefatos explosivos que foram desativados de maneira controlada após as duas explosões ocorridas durante a maratona. (R7)
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