Barragem de Sobradinho-BA
Com
a recuperação de seu armazenamento por conta das chuvas dos últimos meses,
hidrelétrica de Sobradinho (BA) terá sua operação na faixa Normal pela primeira
vez desde a publicação das regras de operação atuais. Com isso, a barragem não
terá limite máximo para liberação de água.
A
partir dessa quarta-feira, 1º de abril, a usina hidrelétrica de Sobradinho (BA)
já poderá operar pela primeira vez sem limite máximo para sua vazão de água
liberada num mês de abril desde 2013, quando começaram as medidas para
recuperação do seu volume em virtude da seca na região. Também é a primeira vez
que o maior reservatório da bacia do Velho Chico entra na faixa de operação
Normal desde 1º de maio de 2019, quando as atuais regras operativas das
barragens das principais hidrelétricas da bacia entraram em vigor com a Resolução nº 2.081/2017 da Agência
Nacional de Águas (ANA).
As
chuvas dos últimos meses e a operação dos reservatórios do rio São Francisco
permitiram a recuperação do armazenamento de Sobradinho, superando o volume
útil de 60% – em 31 de março a barragem acumulava 73,98% de seu volume útil.
Com isso, o maior reservatório do Nordeste poderá operar liberar água sem um
limite máximo. Assim, a região do Baixo São Francisco, entre Alagoas e Sergipe,
poderá receber mais água.
Segundo
a Resolução ANA nº 2.081/2017, Sobradinho tem três faixas de operação: Normal,
quando o volume útil está acima de 60% até 100%; Atenção, acima de 20% até 60%;
e Restrição, até 20%. Na faixa de operação Normal, a defluência mínima média
diária é de 1.100m³/s na hidrelétrica de Xingó (AL/SE) e de 800m³/s em
Sobradinho, sendo que ambos os reservatórios ficam liberados de um teto para
liberação de água.
Na
faixa de Atenção, as regras de operação de Sobradinho e Xingó mudam para o
período úmido, de dezembro a abril, e para o período seco, de maio a novembro.
No período chuvoso as duas usinas hidrelétricas devem liberar uma média diária
mínima de 800m³/s e um máximo condicionado à curva de segurança de Sobradinho,
que deve ser seguida pela Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF).
Durante o período seco a defluência mínima também é de 800m³/s em ambos os
reservatórios, enquanto a defluência máxima é de 1.000m³/s. Na faixa de
Restrição, a defluência mínima média diária de Xingó
e Sobradinho será de 700m³/s.
Outro
reservatório que teve uma recuperação expressiva de seu armazenamento foi o de
Três Marias (MG), que operava com 99,77% de seu volume útil em 29 de março. Por
isso, a hidrelétrica precisou abrir os vertedouros em março. A barragem operada
pela Companhia Energética de Minas Gerais (CEMIG) também tem suas regras de
operação definidas pela Resolução ANA nº 2.081/2017, mas sem distinção entre
período seco e chuvoso.
Tanto
na faixa Normal (acima de 60% do volume útil) quanto de Atenção (acima de 30%
até 60%), a defluência mínima média por dia deve ser de 150m³/s, sendo que a
liberação máxima é livre na faixa Normal – atualmente vigente – e limitada à
curva de segurança na faixa de Atenção. Na faixa de Restrição, com volume
inferior a 30%, a defluência mínima média diária é de 100m³/s, enquanto a vazão
liberada acima deste valor deve ser estabelecida pelo Operador Nacional do
Sistema Elétrico (ONS) a partir de recomendação da ANA.
Para
o reservatório de Itaparica (Luiz Gonzaga), a operação não se dá por faixas,
mas tem relação com os volumes registrados em Sobradinho. Assim, Itaparica
(BA/PE) deve ter um armazenamento mínimo de 30% de seu volume útil quando
Sobradinho estiver nas faixas Normal ou de Atenção. Como Sobradinho está em
operação na faixa de Atenção e irá para a faixa Normal, essa regra vem sendo
seguida pela CHESF em Itaparica, que acumulava 36,94% de seu volume útil em 29
de março. Caso Sobradinho esteja no patamar de Restrição, Itaparica deve ter um
volume mínimo recomendado pela ANA em articulação com o ONS.
Em
31 de março, o Reservatório Equivalente da Bacia do Rio São Francisco, formado
pelos reservatórios de Itaparica, Sobradinho e Três Marias, acumulava 79,54% de
seu volume útil. Para acompanhar a situação do armazenamento da bacia do São
Francisco, acesse: www.ana.gov.br/sala-de-situacao/sao-francisco.
Rio
São Francisco
O
rio São Francisco nasce na Serra da Canastra (MG), e chega à sua foz, no
Oceano Atlântico, entre Alagoas e Sergipe, percorrendo cerca de 2.800km,
passando por Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O Velho Chico
é o rio 100% nacional com maior extensão. A bacia possui 503 municípios e
engloba parte do Semiárido, que corresponde a aproximadamente 58% desta região hidrográfica, que está dividida em
quatro unidades: Alto, Médio, Submédio e Baixo São Francisco.
Assessoria
de Comunicação Social/Agência Nacional de Águas (ANA)