quarta-feira, 4 de março de 2020

Chuva provoca ao menos 17 mortes e deixa 31 desaparecidos na Baixada Santista

As equipes de resgate passaram o dia procurando por sobreviventes e corpos em meio aos escombros nos morros, os locais mais atingidos

                             Por: Folhapress
Chuvas em São Paulo
Chuvas em São PauloFoto: Guilherme Dionizio / AFP

A Baixada Santista não havia acabado de contar os mortos das chuvas da madrugada anterior e já se preparava para mais tempestades. Até a noite desta terça (3), deslizamentos de terra no litoral sul paulista haviam matado ao menos 17 pessoas em três cidades -Santos, Guarujá e São Vicente- e deixado outras 31 desaparecidas.

As equipes de resgate passaram o dia procurando por sobreviventes e corpos em meio aos escombros nos morros, os locais mais atingidos. Mas o trabalho foi prejudicado pela continuidade da tempestade e o temor de mais soterramentos -um bombeiro morreu na operação.

"O terreno está muito encharcado e pode haver novos deslizamentos de terra. O local é muito perigoso, mas as equipes continuam na execução dos trabalhos e na busca de vítimas", afirmou o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo.

Cerca de 114 membros da corporação foram mobilizados em oito pontos na região, mas o trabalho foi suspenso durante a noite por falta de visibilidade. A operação seria retomada às 5h desta quarta (4).

O governador João Doria (PSDB), que visitou a Baixada Santista para verificar o desastre e fez um sobrevoo, disse ter acompanhado as operações desde o início da manhã no Centro de Gerenciamento de Emergências da Defesa Civil de São Paulo antes de se dirigir à região.

O temporal na Baixada começou por volta das 18h de segunda-feira (2), e os deslizamentos ocorreram perto da meia-noite desta terça (3). Pela manhã, a chuva arrefeceu, mas às 11h recomeçaria, ora mais branda ora intensa.

Guarujá, que concentrou as mortes, e São Vicente decretaram estado de calamidade pública e suspenderam as aulas até que os problemas estruturais causados pela chuva fossem resolvidos.

Grande parte dos 15 mortos em Guarujá estava no Morro do Macaco Molhado, na periferia da cidade, próximo à Praia da Enseada. Entre eles, o bombeiro Rogério de Moraes Santos, 43, atingido pela lama e por pedras no momento em que tentava salvar um bebê nos braços da mãe.

A mulher e a criança também morreram no local. Um segundo bombeiro, Marciel de Souza Batalha, 46, ainda estava desaparecido.

"Minha solidariedade aos moradores da Baixada Santista que sofrem com as fortes chuvas desde ontem. Temos um herói do Corpo de Bombeiros entre as vítimas", escreveu Doria em redes sociais.

Em entrevista coletiva na Prefeitura de Santos no início da tarde, o governador se declarou chocado com os desabamentos e chamou a atenção para a intensificação das tempestades por causa da mudança climática no planeta.

"As chuvas equivaleram a um mês todo, são volumes nunca antes vistos. Isso demonstra que a mudança climática exige atenção do governo, não é questão pontual, é um problema muito maior."

Doria também exortou a população a aceitar orientações da Defesa Civil e dos Bombeiros e saírem imediatamente de suas casas para pontos provisórios e abrigos. As chuvas devem continuar na Baixada Santista pelo menos até sábado, segundo a Climatempo.

Em Santos, são cerca de 250 famílias desalojadas, que estão sendo recebidas em quatro abrigos da prefeitura, além de três locais de apoio - Vila Criativa, na Vila Progresso; quadra da escola de samba União Imperial, no Marapé; e escola Therezinha Maria Calçada Bastos, no bairro São Bento.

Em Guarujá, seis escolas recebem os desabrigados, estimados em cerca de 200.

De acordo com o Núcleo de Gerenciamento de Emergência da Defesa Civil do Estado, até as 4h dessa terça (3), o acumulado de chuvas em 12 horas era de 282 mm em Guarujá; 218 mm em Santos; 170 mm em Praia Grande; 169 mm em São Vicente; 160 mm em Mongaguá e 132 mm em Cubatão.

Além dos deslizamentos, a chuva causou pontos de alagamento e interrupções nas rodovias Anchieta, Cônego Domênico Rangoni e Doutor Manuel Hipólito Rego, que ligam a capital ao litoral. O VLT da Baixada Santista teve a operação paralisada pela manhã. O sistema de balsas não foi afetado.





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