sábado, 17 de agosto de 2019

ESCALPELAMENTO NO KART - Caso de jovem escalpelada é 'dramático', diz microcirurgião de Houston

Cirurgião plástico que atua nos Estados Unidos fala com exclusividade ao Portal FolhaPE sobre os próximos passos do tratamento da auxiliar de ensino infantil Débora Stefanny

  Por: Portal FolhaPE com Edward Pena, de Cotidiano
Débora Estephany passou por cirurgia e permanece internada no HR
Débora Estephany passou por cirurgia e permanece internada no HRFoto: Cortesia


O caso da auxiliar de ensino infantil Débora Stefanny, 19, é “dramático”, segundo o cirurgião plástico especialista em microcirurgia Marco Maricevich. A jovem foi escalpelada em um acidente de kart no estacionamento do Walmart localizado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, no último domingo (11). O médico, que atua no centro hospitalar de referência Baylor College of Medicine, de Houston, nos Estados Unidos, se colocou à disposição para tratar da paciente e recomendou tratamento para a jovem em Ribeirão Preto, em São Paulo. Em entrevista exclusiva por telefone à Folha de Pernambuco, ele avalia a recuperação de Débora e indica os próximos passos do tratamento.

“É um caso dramático. Ela [Débora] precisa de um time especializado e é importante que seja transferida para um centro de referência”, pondera Maricevich. Desde o acidente com o kart, Débora passou por duas cirurgias feitas pelo cirurgião Jonathan Vidal no Hospital da Restauração (HR), no Recife, onde permanece internada. Segundo boletim médico divulgado nessa sexta-feira (16) pelo hospital, o estado de saúde da jovem é estável. Um novo balanço deverá ser emitido na próxima terça-feira (20).
A área da pele reimplantada apresentou microtrombos na quinta-feira (15). Esses pequenos coágulos sanguíneos devem levar à perda do implante feito em Débora com pedaços de pele de outras regiões do corpo. “Esse é um caso dificílimo. Os vasos estão traumatizados, assim como o tecido. Essa situação faz com que a probabilidade de trombos e coágulos seja maior e a chance de perder o reimplante é altíssima”, explica o microcirurgião. 

O médico recomendou à família que Débora seja transferida para o Hospital Especializado de Ribeirão Preto, em São Paulo, pois transtornos de uma possível viagem aos Estados Unidos, como voo, logística, visto e língua diferente poderiam ser ruins para a paciente.“A equipe de Ribeirão Preto faz microcirurgia reparadora todo dia. Existem microcirurgiões de muita experiência e muita qualidade lá, liderados pelo dr. Daniel Lazo”, detalha Maricevich.

O Hospital Especializado é um centro de referência para casos similares aos de Débora, os de microcirurgias reparadoras. Segundo Maricevich, os equipamentos do hospital paulista são tão bons quanto os dos Estados Unidos, assim como a equipe. “Estou à disposição para recebê-la em Houston ou ir para Ribeirão Preto. Para a paciente, acho que talvez fosse melhor para ela ficar no Brasil do que vir para os Estados Unidos”, acrescenta.

O microcirurgião ressalta o trabalho realizado pela equipe do dr. Jonathan Vidal. “Quero enfatizar o trabalho fantástico que foi feito com essa paciente. Ele [dr. Jonathan] foi muito corajoso de operar esse caso. Infelizmente não deu certo, porque é de alta complexidade e muito difícil. Ele tentou uma vez, tentou outra vez, fez tudo que tinha que ser feito”, elogia o médico.

Sobre a recuperação de Débora, Maricevich ressalta que ainda não é possível cravar um tempo exato que poderá levar, e que a jovem deve seguir sendo acompanhada por especialistas por alguns anos. “Depois ela não vai precisar ficar internada. Vai ser acompanhada por anos com cirurgias e retoques”, indica o microcirurgião. Ainda segundo o médico, Débora não corre risco de morrer, mas o osso do crânio exposto tem que ser coberto com tecido com urgência para evitar necrose e infecção.

O noivo de Débora, o microempresário Eduardo Tumajan, 28, disse que enviou nessa sexta-feira (16) toda a documentação médica para o Walmart e espera um retorno do grupo para saber qual ajuda poderá ser dada em caso de transferência para outra unidade de saúde. A assessoria de Comunicação do Walmart informou que aguarda a avaliação dos laudos médicos para emitir um posicionamento oficial sobre as questões de gastos com a viagem e com a cirurgia. Por enquanto, não falaram se realmente vão ajudar com as despesas.

A pista onde Débora sofreu o acidente funcionava sem alvará no estacionamento do Walmart localizado em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife,e  era administrada pela empresa Adrenalina Kart. O local foi interditado na segunda-feira (12), um dia após o acidente em fiscalização feita pelo Procon-PE e Corpo de Bombeiros. A família registrou o caso em Boletim de Ocorrência e a Polícia Civil de Pernambuco abriu inquérito para investigar o acidente. O representante da Adrenalina Kart, o empresário Vanderlei Dreyer, pai do proprietário Fábio Dreyer, classificou o caso foi uma "fatalidade".




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