sexta-feira, 26 de julho de 2019

FEMINICÍDIO - 'Não imaginava que isso ia acontecer', diz mãe de Mayara

A mãe da vítima lamentou a morte da filha e cobrou justiça por parte dos órgãos responsáveis

   Por: Vinícius Lucena e Samantha Oliveira /folhape
Carla Maria França, mãe de Mayara Estefanny da Silva
Carla Maria França, mãe de Mayara Estefanny da SilvaFoto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

Carla Maria França, mãe de Mayara Estefanny da Silva, de 19 anos, chegou à sede do IML, em Santo Amaro, por volta das 9h30, para assinar os documentos necessários para a liberação do corpo de sua filha. A mãe da vítima lamentou a morte da filha e cobrou justiça por parte dos órgãos responsáveis. "Não imaginava que isso ia acontecer porque ela estava tendo melhoras, reagindo às medicações", disse.

Carla também falou sobre outros casos de violência contra a mulher. "Quando sofrerem qualquer agressão, ou ameaça, não fique achando que os agressores não vão fazer, porque eles vão, como aconteceu com minha filha". A mãe deve ficar com Pedro, de 2 anos, filho de Mayara.
Elpidio Gomes de Farias, tio de Mayara, lamentou a morte da sobrinha: "Estou perdendo uma filha, ela me chamava assim". "A mãe dela, os irmãos e toda a família está sofrendo, enterramos a avó dela ontem e, no mesmo dia, recebemos a notícia de mais uma morte", disse Elpidio.

Elpidio Gomes de Farias, tio de Mayara.
Elpidio Gomes de Farias, tio de Mayara. - Foto: Arthur Mota/ Folha de Pernambuco


"Foram vinte e um dias de muita dor no hospital, estive lá todos os dias acompanhando", disse o tio da vítima, que também relatou que Mayara escondeu as agressões da família por muito tempo. "Esperamos de coração que as autoridades vejam nosso sofrimento. Ela não foi a primeira e nem será a última, mas isso não precisa acontecer. Precisamos acabar com isso, se o relacionamento não dá certo, é só terminar, sem agressões", ressaltou.

Hospital
Mayara deu entrada na unidade no dia 4 de julho, às 23h17 após ser atingida com ácido sulfúrico no corpo pelo ex-companheiro, Willian César dos Santos Junior, e um amigo. A mulher teve 38% do corpo queimado e apresentava problemas respiratórios por conta da inalação da substância. 

A chefe da Unidade de Tratamento Intensivo para adultos, Fátima Buarque, descreve o caso como uma surpresa lamentável. Mayara estava em estado grave na UTI, mas apresentava evoluções clínicas. Ela estava consciente, mas era sedada a maior parte do tempo por apresentar muita agitação, o que poderia atrapalhar a internação. 

Fátima Buarque, chefe da UTI de adultos do Hospital da Restauração.
Fátima Buarque, chefe da UTI de adultos do Hospital da Restauração. 
Foto: Caio Danyalgil/ Folha de Pernambuco

Durante os 21 dias, a jovem estava entubada e ao meio dia de ontem passou por um processo de traqueostomia. “É importante ressaltar que a operação não teve relação com o que aconteceu com ela, já que os tecidos internos e o aspecto da cirurgia estavam normais”, explica Fátima. 

Mayara ficou consciente durante todo o tempo de internação, e morreu às 22h06 por conta da última de três paradas cardíacas que sofreu. Os médicos do HR conseguiram reanimá-la nas duas primeiras, mas não obtiveram sucesso na terceira.




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