quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

Sem receber os prometidos repasses, Apami sofre para manter tratamento de pacientes com câncer


   Via:Carlos Britto
                                                                                      Por
Antônio Carlos Miranda

O Ministério da Saúde anunciou, em abril do ano passado, que iria garantir a certificação ao Hospital Dom Tomás para que a unidade, especializada no tratamento de pacientes com câncer, pudesse receber recursos da União. Também prometeu aumentar o teto mensal de repasses à Associação Petrolinense de Amparo à Maternidade e à Infância (Apami), que administra o hospital. O então ministro Gilberto Occhi ratificou, na visita feita a Petrolina em novembro último, o convênio entre os governos federal e estadual para viabilizar recursos ao Dom Tomás. No entanto, até o momento o cenário não mudou. Ou se mudou, foi para muito pior.
Há quase três meses os pacientes oncológicos se deparam com dificuldades de logística no hospital, que deveria ser voltado apenas para a alta complexidade, mas atende também a média e baixa complexidades – bem como a falta de medicamentos na Apami. Esta, por sua vez, ainda não viu os prometidos repasses, que deveriam chegar a Petrolina através do Governo de Pernambuco.
Uma das que vivem esse drama na pele é a técnica de enfermagem Simone Tavares. Mãe de quatro filhos, ela conta que o mais velho, de 13 anos, perdeu a batalha contra a leucemia. Agora, enfrenta uma nova luta com o filho de 11, que também tem a doença. Moradora de Juazeiro (BA), Simone lembra que da primeira vez, quando precisou da Apami para atender seu filho de 13, tudo foi mais fácil. Mas no atual momento a realidade é outra.
“Infelizmente a doença foi muito agressiva com o meu filho mais velho, e ele não resistiu, mas foi tratado de imediato pela Apami. Mas desta vez percebi as dificuldades”, contou ao Blog. Simone reconhece os esforços da entidade e também da Prefeitura de Petrolina, mas destaca que outros municípios também precisam se engajar nessa luta.
Por este motivo ela disse que a partir das 6h30 desta quinta-feira (28) os familiares dos pacientes planejam uma mobilização para pressionar os governantes. “Fui informada de que o prefeito Miguel Coelho tem se esforçado, mas a gente quer a palavra de outros prefeitos, como o de Juazeiro, e também do governador de Pernambuco Paulo Câmara”, destacou.
“Guerreiro”
Atual presidente da Comissão de Saúde da Casa Plínio Amorim, o vereador Gilberto Melo fez uma visita ao Hospital Dom Tomás com seu colega relator, Manoel da Acosap, e reconheceu a obstinação do diretor-presidente da Apami, Augusto de Souza Coelho, para manter a entidade funcionando. “Ele é um guerreiro”, afirmou.
Segundo informações obtidas pelo Blog, os dois últimos meses foram terríveis para a Apami. O motivo deve-se à diminuição das doações em dinheiro à entidade, feitas por voluntários da sociedade petrolinense, por conta da notícia de que a Apami estaria recebendo os repasses do Estado.
Gilberto prometeu fazer um discurso na sessão plenária desta quinta-feira (28) na Câmara Municipal sobre o assunto. Ele diz não compreender como o Dom Tomás já está devidamente credenciado pelo Ministério da Saúde para receber os recursos, mas estes se encontram travados no Estado, bem como as emendas de mais de R$ 4 milhões colocadas pelo senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), pelo deputado federal Fernando Filho (DEM) e pelo então federal Adalberto Cavalcanti (Avante) para a Apami. “Não quero acreditar que seja por uma questão política”, diz Gilberto. Atualmente o senador é adversário de Paulo Câmara, que foi reeleito em outubro do ano passado.
A reportagem do Blog vai entrar em contato com a assessoria da Secretaria Estadual de Saúde (SES) sobre o assunto.


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