terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Casa para mulheres mantida por pastor no Cabo de Santo Agostinho é denunciada por tortura

A casa funcionava em Engenho Novo, no município de Cabo de Santo Agostinho, e abrigava 13 mulheres, nove adultas e quatro adolescentes

  Por: Vinícius Andrade
Delegacia do Cabo de Santo Agostinho


Mulheres estavam sendo torturadas em uma casa de acolhimento clandestina que fica na zona rural do município de Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR). Quatro adolescentes e nove adultas estavam sofrendo agressões físicas e psicológicas pelo responsável do local, o pastor da Igreja Ministério Pentecostal Encontro de Vasos, Eder de Jesus. A casa, que fica Engenho Novo, tinha como objetivo tratar pessoas com dependência química e estava funcionando há seis meses. 

Segundo o presidente do Conselho de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente de Cabo de Santo Agostinho, Carlos Antônio, as mulheres relataram que sofriam, diariamente, tortura psicológica e física. “O pastor gritava com as mulheres, as ameaçava trancar em um quarto escuro com duas cobras, que ele criava, e se elas contassem a alguém o que acontecia na casa, sofreriam consequências."

Ainda segundo o presidente, no local, estavam criançasadolescentes adultas. “Elas tinham seus pés acorrentados para realizar trabalhos como capinação. Todas disseram que não queriam ficar no local, mas a casa é longe de tudo, é de difícil acesso e mata fechada por todos os lados.”
Dentre os crimes que o pastor pode responder são os de cárcere privado maus-tratos. “A casa pode ser fechada já que o local não possui registro de funcionamento. Agora, cabe agora à polícia fazer as investigações e determinar o que será feito com os envolvidos.” A delegada Natasha Dolci ficou responsável por investigar o caso. 

Ainda na segunda, as vítimas foram submetidas a exames traumatológicos e prestaram depoimento na Delegacia do Cabo de Santo Agostinho. Após a oficialização da queixa, elas foram encaminhadas a uma casa de acolhimento regular. 

A Polícia Civil informou, por nota, que recebeu a denúncia, na noite da última segunda-feira (14), do Conselho Tutelar do Cabo de Santo Agostinho e que as agressões eram praticadas por um pastor, que possuía um abrigo sem autorização de funcionamento destinado a usuários de drogas. A nota ainda afirma que as nove mulheres três crianças foram escutadas na Delegacia e relataram as violências vividas. Todas as vítimas passarão por exames periciais e a delegada Natasha Dolci, titular da DP do Cabo, irá se pronunciar somente no avançar do inquérito.



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