quinta-feira, 9 de agosto de 2018

Senado derruba projeto de lei que permitiria aborto na Argentina

Houve festejos e lançamento de fogos de artifício do lado dos que estavam contra a lei e panelaço e gritos de "não desistiremos" do lado dos que defendem a medida

  Por: Folhapress
Votação no Senado durou 17 horas e terminou com placar de 38 a 31 pela rejeição do aborto
Votação no Senado durou 17 horas e terminou com placar de 38 a 31 pela rejeição do abortoFoto: Reprodução/Televisión Pública Argentina

Senado argentino derrubou, na madrugada desta quinta-feira (9), o projeto de lei que permitiria a interrupção da gravidezapenas pela vontade da mulher até a 14ª semana de gestação. Depois de uma sessão que durou 17 horas e causou muita expectativa, com o Congresso rodeado de militantes anti e a favor da causa, os senadores votaram contra a lei do aborto que já havia sido aprovada pela Câmara de Deputados. O placar final foi de 38 a 31.

Houve festejos e lançamento de fogos de artifício do lado dos que estavam contra a lei e panelaço e gritos de "não desistiremos" do lado dos que defendem a medida. Uma das últimas a discursar foi a ex-presidente Cristina Kirchner (2007-2015), que durante seu mandato esteve ao lado dos anti-aborto, mas que declarou ter mudado de ideia. "Eu hoje penso diferente porque ouvi a voz das jovens, dessa geração de mulheres feministas que estão destruindo uma sociedade machista e patriarcal e precisam do nosso apoio".

Acrescentou que se sentia na obrigação de estar ao lado delas porque tem duas netas pequenas e que quer que elas se orgulhem da avó quando ficarem grandes e o aborto estiver legalizado. "Porque vai estar legalizado, se não for hoje, será dentro de um ano ou dois". Entre os que se declararam contra estava Esteban Bullrich, da aliança governista Mudemos, para quem "a maternidade não deveria ser um problema. Se não houvesse vida, não haveria Senado nem leis."

Também os ex-presidentes e senadores Carlos Menem e Rodriguez Saá se posicionaram contra a legislação. Porém, quem causou mais polêmica foi o peronista Rodolfo Urtubey, que disse que, depois de votada a derrota da lei, deveria-se "tipificar melhor o que é estupro", explicando que aqueles que se realizam "com violência, nas ruas" são mais graves que os "intrafamiliares", que ocorrem em casa. E explicou: "Às vezes o estupro é um ato involuntário que uma pessoa sofre por parte de um abusador com quem tem uma relação de inferioridade, mas não chega a ser violento".




Blog do BILL NOTICIAS

União Brasil vai pedir expulsão de Chiquinho Brazão, preso como mandante da morte de Marielle

  Presidente do União Brasil, Antonio Rueda, irá pedir a expulsão imediata e o cancelamento da filiação do deputado federal Chiquinho Brazão...