sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Corpo de brasileira assassinada na Nicarágua está sendo velado

A morte de Raynéia ocorreu em meio à maior onda 
de violência no país

A estudante de medicina foi morta com um tiro no peito no dia 23 de julho. Foto: Reprodução/Facebook
A estudante de medicina foi morta com um tiro no peito no dia 23 de julho. Foto: Reprodução/Facebook

O corpo da pernambucana Raynéia Gabrielle da Costa Lima Rocha, 31, assassinada a tiros na Nicarágua, onde estudava medicina, chegou, no início da madrugada de hoje, ao Aeroporto Internacional dos Guararapes/Gilberto Freyre, na Zona Sul do Recife. A mãe dela, Maria José da Costa, e o pai, Ridevaldo Pereira de Lima, foram ao terminal recepcionar os restos mortais de Raynéia, juntamente com outros dez familiares dela e o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico.

Do aeroporto, o cortejo seguiu para o Cemitério Morada da Paz, em Paulista, onde começou a ser velado ainda de madrugada e será sepultado hoje às 10h. O governo do estado custeou R$ 16,2 mil relativos ao embalsamamento, caixão especial e despesas com documentação. O custo de R$ 14,2 mil do traslado em si foi bancado pela Copa Airlines.

A estudante de medicina foi morta com um tiro no peito no dia 23 de julho, quando estava indo para a universidade. O reitor da UAM, Ernesto Medina, disse, na ocasião, que a brasileira foi assassinada a tiros por "um grupo de paramilitares" no sul da capital.

Dias depois, a polícia nicaraguense informou sobre a prisão de Piersen Guiérrez Solis, de 42 anos, suspeito de ter matado Raynéia, e que tinha em seu poder uma carabina M4, a mesma arma que teria sido usada para matar a brasileira. Em comunicado anterior, a polícia chegou a dizer que o crime teria sido cometido por um guarda de segurança privado, mas não fez relação com o suspeito preso.

No entanto, a versão da polícia foi contestada pelo reitor da universidade. Segundo Medina, as autoridades nicaraguenses estariam encobrindo um crime cometido por paramilitares, simpatizantes do governo do presidente Daniel Ortega. O governo brasileiro divulgou nota, exigindo das autoridades nicaraguenses todos os esforços necessários para identificar e punir os responsáveis pelo assassinato e chamou para consulta o embaixador brasileiro na Nicarágua, Luís Cláudio Villafañe Gomes Santos. 

A morte de Raynéia ocorreu em meio à maior onda de violência no país, desde o fim da guerra civil, em 1990. Segundo a Associação Nicaraguense pelos Direitos Humanos, 448 pessoas morreram em 100 dias de protestos contra o governo do presidente Daniel Ortega.

A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que tem equipes no país investigando as denúncias, acusou a polícia e grupos paramilitares de usarem força letal para reprimir os manifestantes – muitos deles jovens estudantes que ocuparam universidades e ergueram barricadas. “Atiram para matar”, disse o secretário-executivo da CIDH, entidade ligada a Organização dos Estados Americanos (OEA).

Crise

A Nicarágua vive uma crise sociopolítica com manifestações que se intensificaram, desde abril, contra o presidente que se mantém há 11 anos no poder em meio a acusações de abuso e corrupção, de acordo com organizações humanitárias locais e internacionais.


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