quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

DIRETOR DE LABORATÓRIO VISITADO POR TEMER COBRA R$ 200 MILHÕES ATRASADOS


 Michel Temer (PMDB) visitou nesta quinta-feira obras com repasses atrasados para a construção de um acelerador de partículas em Campinas (SP). Temer foi cobrado pelo diretor do projeto do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Antonio José Roque. Roque alertou que o equipamento corre o risco de ficar parado caso o governo não libere mais R$ 200 milhões até agosto, data do primeiro teste.
Na visita, Temer foi acompanhado por Gilberto Kassab, ministro da Ciência e Tecnologia, cuja pasta é responsável pelo projeto e que acabou por cortar os repasses nos últimos três anos. Temer e Kassab prometeram fazer um "esforço" para liberar a verba. O diretor ressaltou que o equipamento colocará o Brasil no mesmo patamar de países como Estados Unidos e China para o desenvolvimento de tecnologias em diversas áreas a exemplo da saúde, agricultura e até petroquímica.
As obras do acelerador de partículas Sirius começaram em 2012. Desde então, o projeto já recebeu R$ 930 milhões. O orçamento previsto até 2020 é de R$ 1, 8 bilhão. Neste ano, o Ministério da Ciência e Tecnologia separou R$ 218 milhões ao Sirius. No entanto, ainda é necessário um reforço de suplementação de mais R$ 200 milhões para concluir os trabalhos.
Leia também texto da colunista Tereza Cruvinel sobre o assunto:
Pouca gente no Brasil sabe da existência de mais este importante legado dos governos Lula e Dilma que, tal qual a transposição das águas do Rio São Francisco, eles não tiveram tempo de inaugurar. Temer vai tentar faturar mas, como seu crédito anda tão baixo, provavelmente não vai colar. Trata-se da mais complexa infraestrutura científica já construída no país, um acelerador de partículas que será uma das primeiras fontes geradoras de luz síncrotron de 4ª geração no mundo. Foi planejado para colocar o Brasil na liderança mundial de produção de luz síncrotron, com uma qualidade (brilho) superior à que será produzida por equipamentos similares de outros países.
A fonte de luz síncrotron de Campinas será uma ferramenta-chave para a resolução de questões importantes para as comunidades acadêmica e industrial brasileiras, permitindo o desenvolvimento de pesquisas em áreas estratégicas, como energia, alimentação, meio ambiente, saúde, defesa e vários outros. Por sua aplicação versátil, a tecnologia da luz síncrotron vem se tornando cada vez mais utilizada em todo o mundo, especialmente pelos países com economias de forte base tecnológica. A luz, também chamada radiação síncrotron, é um tipo de radiação eletromagnética que se estende por uma faixa ampla do espectro eletromagnético – luz infravermelha, ultravioleta e raios X. Ela é produzida quando partículas carregadas, aceleradas a velocidades próximas à velocidade da luz, têm sua trajetória desviada por campos magnéticos. A Fonte de Luz Síncrotron é uma máquina de grande porte, capaz de controlar o movimento dessas partículas carregadas (elétrons) para produzir essa radiação especial. Estou explicando o melhor que posso, em se tratando de matéria altamente técnica.
O Brasil possui uma fonte já bastante ultrapassada de produção deste insumo científico. As pesquisas mais avançadas demandam o uso de ferramentas atualizadas, que se equiparem a instalações científicas semelhantes em outros países. As fontes de luz síncrotron de alto brilho, como será a de Campinas, representam o que hoje existe de mais moderno para a observação de materiais orgânicos e inorgânicos.
A comunidade científica apresentou o projeto ao governo em 2003, primeiro ano da Presidência de Lula, que deu sinal verde para o prosseguimento dos estudos. Em 2008, Lula destinou R$ 2 milhões para a conclusão do projeto. Em 2010, o projeto brasileiro foi apresentado internacionalmente, numa reunião em Tóquio. As pesquisas nesta área costumam ser compartilhadas entre os países. Em 2013 Dilma autorizou a compra do terreno em Campinas, para a instalação do Projeto Sirius, e em 2014 autorizou o Ministério de Ciência e Tecnologia a assinar o contrato com a empresa licitada para o imediato início das obras.
É isso que Temer visita agora, quatro anos depois. Uma obra da maior importância científica, altamente relevante para o futuro do país, para a qual ele não contribuiu com nada.(247).

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