terça-feira, 2 de janeiro de 2018

Filho assassinado pelo pai em festa de réveillon será sepultado nesta terça-feira

A vítima defendia a mãe das agressões do pai e foi morto a facadas

O crime ocorreu nesta casa (térreo) onde morava a vítima, no Ibura, Zona Sul. Foto: Nando Chiappetta/DP
O crime ocorreu nesta casa (térreo) onde morava a vítima, no Ibura, Zona Sul. Foto: Nando Chiappetta/DP


"Ele fez de caso pensado", afirmou Cilene Maria da Silva, 50 anos, ex-mulher de Manoel Arthur da Silva Filho, 53, que esfaqueou o filho mais velho do casal, Iranílson Arturo da Silva, 29, na festa de réveillon da família, no bairro do Ibura, Zona Sul do Recife. O crime ocorreu na residência da vítima, por volta das 2h30 da segunda-feira. A relação entre pai e filho já era estremecida desde quando a família vivia junto. Separados há 15 anos, a mãe revelou que o filho sempre a defendeu das agressões do pai.

"Esse monstro pegou ódio do menino porque ele sempre me defendeu nas brigas", contou Cilene, acrescentando que desde os sete anos o filho Iranílson já se colocava entre ela e o pai para impedir as agressões dele. Mesmo separados, o acusado fazia as refeições na casa de Cilene. E decidiu passar a festa de réveillon junto com a família no número 80 da Rua Pico da Neblina, Jardim Monte Verde, Ibura.

A festa organizada por Iranílson e a esposa Andreza Cícera da Silva reuniu amigos e parentes, incluindo o pai. A mãe que mora em Orobó, no Agreste, também foi participar do réveillon junto com a família.  Uma das providências ao saber que Manoel participaria das comemorações de ano novo foi evitar bebidas alcoólicas na festa. "Ele fica agressivo quando bebe", lembrou a mãe.

Durante a festa Manoel saiu por alguns minutos e retornou já com uma faca. "Ele se aproximou de Iranílson como se estivesse dançando e, quando vimos, Iranílson já estava caindo com a mão no ferimento e pedindo socorro à esposa Andreza", contou Sandra Ivonete da Silva, 45, casada com um dos irmãos da vítima, Ivanilson Arthur, 28. Foi Ivanílson quem segurou o pai, tomou a faca e perguntou se ele tinha consciência do que havia feito. A própria família chamou a polícia e entregou o pai e a faca usada no crime.

Os vizinhos ajudaram a socorrer Iranílson para a Policlínica do Ibura, de onde foi transferido para o Hospital da Restauração (HR), no Derby, mas ele já chegou ao local sem vida."Disseram que o ferimento foi muito profundo, por isso ele não sobreviveu. O meu marido chorou muito e não conseguia fazer o reconhecimento do corpo do irmão no IML", contou Sandra. "Acabou com a vida do filho e destruiu a minha família. Não sei o que vou fazer agora", disse a viúva Andreza.

Encostada numa mureta do primeiro andar acima da residência do filho assassinado pelo ex-marido, Cilene chorava quase alheia à conversa dos parentes. Policiais informaram que eles teriam que testemunhar em até doze horas. Mas, pelo menos Cilene não parecia disposta a ir à delegacia. "Quando eu morava em São Paulo, Manoel deu um murro no meu nariz. A polícia foi chamada e ficou por isso mesmo. Não acredito em Justiça", resumiu.

Segundo a Polícia Civil de Pernambuco  (PCPE), Manoel Arthur da Silva Filho foi preso e autuado por homicídio doloso contra o filho por "um desentendimento entre pai e filho". O sepultamento será nesta terça-feira, no cemitério de Santo Amaro.(DP).




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