terça-feira, 12 de dezembro de 2017

Impunidade e extorsões no Recife Antigo

Três anos após cadastramento, flanelinhas ainda são denunciados por abordagens abusivas no Bairro do Recife

População reclama de ameaças e cobranças irregulares por vagas de estacionamento



As extorsões praticadas por guardadores de carros, conhecidos como flanelinhas, continuam no Bairro do Recife, área central da capital pernambucana. É o que denunciam motoristas que costumam estacionar na região. Além da violência e das ameaças, multas atribuídas sem explicação aos veículos, possivelmente pelo uso irregular deles na ausência de proprietários que deixam as chaves com os manobristas, deixam a população no prejuízo. As reclamações ocorrem quase três anos após um cadastramento de flanelinhas ter sido posto em prática pela Prefeitura (PCR) em parceria com a Polícia Civil. Estava nos planos da gestão municipal estendê-lo a outras regiões, mas a falta de êxito já no projeto piloto fez com que a iniciativa não avançasse. 

A condutora Branca (nome fictício) conta que normalmente os flane­­linhas se posicionam em frente ao veículo, intimidando-as e impe­­dindo-as de estacionarem em vaga livre. “Eles soltam indiretas como: Cuidado por aí, não garanto que seu carro fique seguro”, disse Branca. “Estamos com muito medo, pois todos os dias eles sabem a hora que chegamos e saímos. Alguns andam com facas”, completou.

Em janeiro de 2015, 118 flanelinhas foram cadastrados pela Secretária de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) do Recife. Segundo o órgão, a iniciativa tinha o objetivo de evitar extorsões e constrangimentos, já que os guardadores de carros receberam um crachá e tiveram antecedentes criminais checados junto à Delegacia da avenida Rio Branco. Faixas chegaram a ser instaladas na rua Madre de Deus com dizeres sobre o projeto e esclarecimentos à população sobre a não obrigatoriedade de pagar aos flanelinhas pela vigilância dos carros. O problema é que, com os anos, outros guardadores foram chegando para atuar na região sem qualquer tipo de controle. Hoje, poucos são os que trabalham usando o crachá. De acordo com os motoristas, alguns usam tornozeleiras eletrônicas do sistema prisional e exigem que o condutor compre a folha de Zona Azul por valores acima do normal (R$ 3).

Responsável pela segurança patrimonial de um prédio no bairro, sem atuação no policiamento ostensivo, o sargento João, da Polícia Militar (PM), visualiza as atitudes abusivas diariamente. “Eles cobram valores de até R$ 10, e quando recebem R$ 20, se escondem para não devolver o troco dos motoristas. Também estacionam o carro ocupando duas vagas para garantir o espaço de alguém que paga mensalmente por uma vaga, e exigem lavar o veículo do cidadão mesmo sem ele querer, para ter de receber pelo serviço”, relatou.

Em resposta à Folha de Pernambuco, a Semoc informou que só foi responsável pelo cadastramento dos flanelinhas, e que denúncias de extorsão e violência praticada por eles devem ser tratadas pela PM. Já a corporação esclareceu que a população deve procurar a delegacia mais próxima e registrar o boletim de ocorrência (BO), para que a Polícia Civil investigue as denúncias. A vítima pode denunciar também pela delegacia itinerante na internet, por meio do site servicos.sds.pe.gov.br/delegacia. Já sobre as reclamações relativas a multas aplicadas sem explicação, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) afirmou que todos os cidadãos têm direito de recorrer da multa de trânsito registrada no Recife.(Folhape).



Blog do BILL NOTICIAS

Habilitação de 38 novas fábricas amplia exportações de carne para a China

Presidente Lula acompanhou, em Campo Grande, primeiro lote de proteína animal da JBS a ser enviado ao país asiático Presidente Lula visita p...