quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Salvação de Temer na Câmara já não é segura

REUTERS/Adriano Machado

A flecha de Janot será grossa ou fina?  Disso também vai depender o resultado da apreciação da segunda denúncia contra Temer pela Câmara. Muitos deputados estão insatisfeitos com o governo pelo descumprimento de promessas feitas para a rejeição da primeira denúncia.   Janot se enfraqueceu com a crise da delação da JBS mas saiu fortalecido ontem, com a derrota de Temer no Supremo, na arguição de sua suspeição.  Se o novo libelo acusatório for consistente, desta vez  a denúncia tem chances de ser acolhida. Se a votação fosse ontem, o governo já não teria os 263 votos obtidos em 2 de agosto. 
Esta a era conversa que animava as rodas de deputados na noite de ontem, no plenário, no café e no fumódromo, enquanto se arrastava o esforço para a aprovação de uma reforma eleitoral  baseada na adoção do voto distritão misto e do fundo eleitoral.
A denúncia de Janot deve ser apresentada de hoje para amanhã.  Na prática, ele foi liberado pelo STF a fazê-lo, na medida em que o plenário, depois  de rejeitar o pedido de sua suspeição apresentado pela defesa de Temer, adiou para quarta-feira próxima a decisão sobre o segundo pedido de Temer. O de que o STF imponha uma  “suspensão prévia” de qualquer denúncia contra Temer, até que haja uma decisão sobre a validade das provas colhidas no âmbito da delação da JBS. E isso depende da conclusão das investigações sobre as negociações do acordo e a participação que nelas teve o ex-procurador Marcello Miller.  Janot  apresentará a denúncia e passará o cargo a Raquel Dodge na segunda-feira, 18. A peça será recebida pelo STF mas só depois da quarta-feira será tomada, possivelmente pelo relator da Lava Jato, ministro Luiz Fachin, a decisão de enviá-la ou não à Câmara. Se houver o acolhimento do pedido de “suspensão prévia”, ela ficará retida no Supremo. O mais provável, entretanto, é que o Supremo imponha nova derrota a Temer,  rejeitando este pedido de “suspensão prévia”. Fachin estará então liberado para enviar a denúncia à Câmara.
E aí, começará tudo de novo mas agora em outras condições. Foi de um deputado da base governista que ouvi a seguinte avaliação: a insatisfação agora é grande, não pagaram o que prometeram e agora já não têm espaço fiscal para fazer novas promessas.
De um tucano, ouvi que a bancada continua dividida mas que pode ter crescido o número dos que estão dispostos a votar pelo acolhimento da denúncia. Em dois de agosto, 22 votaram com Temer, e 21 contra.
Mas para que a licença seja concedida, Temer seja processado e em decorrência afastado do cargo, diz outro governista aborrecido, a flecha de Janot precisa ser grossa e rombuda. (247).

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