quinta-feira, 28 de setembro de 2017

LULA: RESISTÊNCIA, ESPERANÇA E LUTA!

RICARDO STUCKERT

Por Luiz Manfredini, no blog do Esmael
A despeito da colossal campanha que, nos últimos anos, vem tentando liquidá-lo politicamente, o ex-presidente Lula resiste. A cada pesquisa eleitoral, como encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e divulgada no último dia 19, seu nome se mantém na ponta da preferência popular para as eleições do ano que vem. No levantamento realizado pelo Instituto Ipsos ao longo da primeira quinzena de setembro (após a delação do ex-ministro Antônio Palocci), a rejeição de Lula caiu de 66% para 59%, enquanto sua aprovação subiu de 32% para 40%.
Os resultados dessas pesquisas só reforçam a convicção de que esquerda brasileira não dispõe de outro nome, exceto Lula, para disputar, com chances de vencer, as eleições presidenciais de 2018. E deter o avanço de forças de matiz fascista, ancoradas sobretudo na candidatura de Jair Bolsonaro, segundo lugar em algumas pesquisas.
Evidente que o comando das forças de esquerda tem em mente um plano B, ou até mais, uma vez que é grande a possibilidade da candidatura Lula ser abortada por alguma condenação judicial. Em tal circunstância, a alternativa será a transformação de Lula em imbatível cabo eleitoral de quem assumir seu posto na disputa.
Mesmo esse caminho, no entanto, poderá ser frustrado, uma vez que exterminar a liderança do ex-presidente e impedi-lo de voltar a qualquer cargo público ou manter mínima influência na política brasileira tem sido a obstinada meta da direita que depôs Dilma e assaltou o poder. Assim, outra probabilidade nada desprezível (alguns a julgam inevitável) será a prisão de Lula, de modo a separá-lo do povo.
Claro que o impedimento do ex-presidente de disputar as eleições de 2018, seja por qual instrumento for, embaralhará completamente o quadro sucessório, além de suscitar reações contrárias mais ou menos fortes, dentro e fora do Brasil.
Mas enquanto tal cenário não se apresentar, os planos B serão apenas planos B, não devendo obscurecer o plano A. E o nome de Lula seguirá encarnando a esperança da esquerda para as eleições de 2018 (considerando-se que elas de fato serão realizadas, algo em que nem todos acreditam).
Porém, o apoio a Lula não se prende, exclusivamente, à questão eleitoral. É que, à vasta e truculenta operação de cerco e aniquilamento que lhe é movida, ele responde não apenas com os procedimentos jurídicos, mas também com a mobilização do povo. Está percorrendo o Brasil à frente de grandes ações políticas de massa, como bem demonstrou a recente caravana pelo Nordeste. São ações em que denuncia não apenas a conspiração policial, judicial, parlamentar e midiática que pretende liquidar seu capital político, mas sobretudo o golpe que depôs a ex-presidente Dilma e avança sobre os direitos dos trabalhadores e a integridade e a soberania da nação. Ao mesmo tempo, prega a retomada do desenvolvimento, das políticas públicas inclusivas, da democracia.
Em tais ações, que costumam reunir milhares de pessoas, Lula aproveita para defender a atividade política, sobretudo por parte da juventude. Com isso, estimula a participação popular, hoje algo anestesiada pelas seguidas campanhas midiáticas de criminalização da política e dos políticos. Não há, na esquerda brasileira da atualidade, quem esteja, como Lula, mobilizando e conscientização amplas massas do povo.
É incrível como as dramáticas circunstâncias do cenário político atual por vezes escapem à percepção de certos e experimentados quadros da esquerda. Há os que chamo de “programistas”, aqueles que se comportam como se houvessem vários (e bons) candidatos no campo democrático e progressista, bastando apenas escolher o melhor, com base num detalhado projeto para o Brasil. “Sem programa, estou fora”, costumam alardear, cheios de si. E voltam-se particularmente a Lula, cobrando-lhe o tal programa como se as ideias do ex-presidente fossem desconhecidas e como se ele não as anunciasse em cada ato do qual participa. Indago-lhes: acham que, sem um amplo e circunstanciado debate programático, seguir com Lula é assinar um cheque em branco? E farão o quê, se essa questão do programa não seguir como desejam? Não marcharão com Lula? Marcharão com quem?
Como se não bastassem os arroubos dos “programistas”, há os que pretendem demarcar politicamente com Lula e o PT, criando, para tanto, críticas e implicâncias que, não raro, desembocam num mal disfarçado antipetismo.
Ninguém duvida do hegemonismo petista, algo solidamente gravado em seu DNA, embora não tão agressivo como antes. Ninguém duvida das dificuldades que limitam seu alcance programático e fundam suas fragilidades táticas. A crítica a tais características do Partido dos Trabalhadores deve ser exposta em caráter construtivo, nos fóruns adequados, mas sem dar-lhe protagonismo nas tratativas que visam as eleições presidenciais, num momento em que a esquerda está sob pesado canhoneio e tem em Lula o único nome capaz de torná-la vitoriosa em 2018.
Ressalve-se, porém, que as análises de momento estão submetidas à acelerada dinâmica no cenário político brasileiro, surpreendente sob todos os aspectos. Soluções ajustadas aos dias que correm podem envelhecer rapidamente, inusitados caminhos podem surgir. E, com essa mobilidade, também se alteram as táticas.
Luiz Manfredini é jornalista e escritor paranaense, autor, entre outros livros, dos romances As moças de Minas, Memória de Neblina e Retrato no Entardecer de Agosto.(247).

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