segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Professora do Recife está entre finalistas de prêmio nacional

“Você é índio? Sim, não ou em partes?” Com questionamentos assim, a Flávia Costa fez crescer o interesse dos alunos sobre suas origens

Flávia Costa ensina artes em escolas públicas desde 2011


“Você é índio? Sim, não ou em partes?” Com questionamentos assim, a professora de artes Flávia Costa fez crescer o engajamento e o interesse dos alunos da Escola Municipal Divino Espírito Santo, na Várzea, Zona Oeste, sobre suas origens. A pesquisa levou as crianças a estudarem as produções artísticas dos índios pernambucanos e o projeto levou a professora à disputa do prêmio nacional Educador Nota 10 de 2017, promovido pela Fundação Victor Civita. É uma das duas pernambucanas que estão na final do concurso. A única da rede pública.

A pesquisa etnográfica foi o primeiro passo do trabalho de Flávia com as crianças. O resultado desse primeiro trabalho foi analisado por um grupo de estudantes e transformado em gráficos, com ajuda dos professores de matemática. “Nas perguntas, queríamos levantar porque muita gente não sabe dessa descendência. 

Assim coloquei várias regiões que têm comunidade indígena para eles marcarem têm antepassados que vêm de lá”, relatou a professora. O objetivo era mostrar para os estudantes que eles também poderiam ter descendência indígena, e que os estereótipos eram ultrapassados. O “ser indígena” pôde ser visto como elemento integrante e participante da mesma sociedade. “Porque eles pensavam que ser índio era somente estar na floresta caçando e pescando”, explicou.

No levantamento, constatou-se que 12% dos alunos se consideram índios, 6% declararam ter parentes indígenas, 22% têm parentes que se concentram em regiões que têm comunidades indígenas, 9% afirmaram conhecer alguma comunidade indígena e 56% se consideram em parte indígena.

“Para mim é muito bom aprender sobre como eles viveram, o que eles comem, e o significado das pinturas deles. Entendi realmente o que é a arte. É um estudo muito sério, porque fazer arte também é aprender, é pintar e saber um pouco mais sobre o que cada pintura representa. Quando a professora falou que a gente ia fazer esse trabalho sobre os índios e aprender um pouco mais foi muito bom. Porque quando a gente começou a estudar os índios daqui e eu não fazia ideia de como eles viviam, depois eu vi como realmente era”, explicou Evellyn Ashley, de 12 anos.

Maria Luiza, 11, pesquisou de maneira independente sobre o assunto quando soube que a professora iria ensiná-lo em sala de aula. “É muito bonito o trabalho dos índios. Eu senti vontade de procurar um pouco mais. Vi a arte e depois pude fazer como tinha visto.”

Quando Flávia entrou para o ensino municipal em 2011, o choque de realidade entre as condições de trabalho das redes pública e privada quase a fizeram abandonar a carreira. 

“No início, chorava diariamente. Tinha dificuldade em manter os meninos na sala. Eu fazia uma barricada de cadeiras na porta para ninguém sair. Eu ia desistir”, confessou. Flávia persistiu e, apesar das dificuldades encontradas no trabalho, já tem reconhecimento nacional com a indicação.(Folhape).



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