quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Celulares em hospitais elevam risco de infecção



Taxa de presença de bactérias nos aparelhos usados por profissionais de saúde nos blocos cirúrgicos chegou a 88% em levantamento realizado por médico da UFPE
As principais bactérias encontradas foram a Estafilococos coagulase-negativa, seguida do Bacillus subtillis e Micrococcus sp
As principais bactérias encontradas foram a Estafilococos coagulase-negativa, seguida do Bacillus subtillis e Micrococcus spFoto: Arte/FolhaPEA alta contaminação de celulares de profissionais de saúde que trabalham em bloco cirúrgico é um risco adicional para a infecção hospitalar. Essa foi a conclusão de um levantamento realizado pelo médico Cristiano Carneiro da Cunha, do programa de Pós-Graduação em Cirurgia da UFPE. A taxa de presença de bactérias nos aparelhos chegou a 88%. No trabalho, foram avaliados 50 telefones. Desses, 44 estavam colonizados.

As principais bactérias encontradas foram a Estafilococos coagulase-negativa, seguida do Bacillus subtillis e Micrococcus sp. Todas podem trazer complicações às cirurgias. A primeira tem se mostrado potencialmente perigosa devido à multirresistência de drogas antimicrobianas.

Os celulares estudados pertenciam a profissionais que atuam no bloco cirúrgico de um hospital particular do Recife. Dos 23 telefones verificados pertencentes a cirurgiões, por exemplo, 22 apresentavam contaminação. De nove testados entre profissionais circulantes (auxiliares), sete tinham bactérias. 

Entre os anestesistas, foram avaliados sete telefones e todos apresentaram contaminação. Nos cinco aparelhos de instrumentadores, quatro tinham patógenos. Amostras foram coletadas dos aparelhos por meio de swabs (instrumento que é uma haste flexível) umedecidos em um caldo enriquecedor, logo depois incubados e semeados.

Leituras sobre a proliferação dos patógenos foram realizadas em 24h e 48h. Cristiano Carneiro da Cunha explicou que a combinação do manuseio constante dos telefones associado ao calor gerado pelo aparelho cria a situação favorável à proliferação desses microorganismos. 

“Essa pesquisa surgiu diante de várias preocupações, não só do Brasil, mas de hospitais por todo mundo, que envolve a utilização universal dos celulares por todas as pessoas. Como já se pensava em um jeiro de tentar diminuir o número de infeções hospitalares, está foi a maneira de apontar um diagnóstico a mais (de fonte de infecção) e apontar novas atitudes a serem tomadas”, comentou o pesquisador.

Com os achados, o médico aponta que as orientações gerais sobre redução de riscos para infecção hospitalar devem incluir agora os celulares. Hoje, na maioria dos hospitais as regras clássicas são a limpeza das mãos, a descontaminação de superfícies e a limpeza de instrumentos utilizados na prática clínica.

“Programas de prevenção e controle de infecção precisam estar ativamente envolvidos na prestação de cuidados de saúde, oferecendo orientação e educação sobre como reduzir o risco de contaminação bacteriana de seus aparelhos móveis”, defende.

O hospital onde foi realizado o levantamento apoiou o desenvolvimento dessa pesquisa como forma de se municiar de informações relevantes para aumentar a segurança do paciente. Atualmente, há recomendação da Comissão de Infecção Hospitalar da unidade para que os aparelhos fiquem acondicionados em sacos plásticos para evitar contaminações no bloco.
Bactérias
Foto: Bactérias
Créditos: Arte/FolhaPE


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