segunda-feira, 24 de julho de 2017

Delação revela dono de avião usado por Eduardo Campos

Segundo delator, aeronave foi comprada pelo 
ex-presidente da Copergás, Aldo Guedes

Aldo Guedes é citado como homem de confiança e operador do ex-governador Eduardo Campos
Aldo Guedes é citado como homem de confiança e operador do ex-governador Eduardo CamposFoto: Hesíodo Góes/Arquivo folha



Alvo de investigação da Polícia Federal por suspeita de lavagem de dinheiro e de ação penal travada na Justiça, a compra do jatinho Cessna Citation 560, que foi utilizado pelo ex-governador Eduardo Campos na campanha presidencial de 2014, segue envolta de uma obscura suspeita. Na edição da revista Veja, do último fim de semana, uma delação traz à tona fatos novos que podem dar novos rumos ao caso.

Em colaboração premiada, o empresário João Carlos Lyra Pessoa de Melo, teria revelado que o dono da aeronave seria o ex-presidente da Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), Aldo Guedes, que pediu afastamento do cargo após ser um dos focos da Operação Politeia, braço da Lava Jato, em 2015.

Apontado como o dono oficial do jatinho, João Carlos Lyra relata, em depoimento dado ao Ministério Público Federal (MPF), que, na verdade, a aeronave tinha Aldo Guedes como sócio oculto e que a maior parte do dinheiro que financiou a compra saiu dos cofres de empresas de fachada em um esquema de lavagem de dinheiro.

O ex-governador teria, inclusive, se envolvido na escolha do modelo a ser comprado, mas toda a negociação deveria ficar por debaixo dos panos até o fim da campanha presidencial. O acordo era que o PSB Nacional bancaria oficialmente um aluguel do jatinho durante a corrida às urnas de 2014 para evitar especulações da opinião pública. Somente após o pleito seria constituída uma empresa operadora de táxi aéreo para administrar o avião.

Segundo a delação premiada, Aldo Guedes é apontado como homem de confiança e operador do ex-governador Eduardo Campos, morto em agosto de 2014, na queda do jatinho Cessna Citation no litoral de Santos, em São Paulo. Ele seria o responsável por coletar os recursos para o ex-presidente nacional do PSB e o seu partido.

O dinheiro era repassado por meio de contas no exterior e serviços fantasmas a firmas de advocacia. O colaborador seria um intermediário do esquema. Os contatos entre Lyra e Guedes eram feitos por telefones pré-pagos cadastrados em nomes de laranjas para evitar rastreamento e ocultar as operações. A maioria dos repasses, muitas vezes em malas de dinheiro, segundo a delação, teria sido feita, inclusive, na garagem do prédio residencial de Guedes.

A compra da aeronave que transportou Eduardo Campos na campanha presidencial entrou na mira da Polícia Federal por meio da Operação Turbulência. A investigação apurava um esquema que utilizava empresas de fachada para lavar dinheiro proveniente de desvio de recursos públicos. A compra do jatinho teria sido intermediada por meio desta operação.

Atualmente, a ação penal referente à acusação de formação de organização criminosa foi trancada pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, no ano passado. A iniciativa foi alvo de recurso do Ministério Público Federal (MPF), mas o pedido segue travado no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

As acusações feitas por João Carlos Lyra foram negadas pelo advogado Ademar Rigueira Neto, que representa Aldo Guedes. Procurado pela Folha, o PSB Estadual afirmou que o PSB Nacional é que se manifesta sobre o tema. Por sua vez, o diretório nacional disse que não comenta acusações feitas por meio de delações premiadas. (Folhape).



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